Brasília-DF,
03/DEZ/2024

Escolas da Série A do carnaval carioca superam com garra a falta de recurso

Enquanto as escolas da elite do carnaval atraem um grande número de turistas, que pagam caro pelas fantasias, mas não sabem sambar e nem cantar o samba enredo, as da Série A são formadas por gente da própria comunidade, que sabe de cor a letra e costuma ter mais intimidade com o ritmo

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Agência Brasil Publicação:01/03/2014 07:27
Sem o mesmo glamour das escolas do Grupo Especial, que desfilam nas noites de domingo e segunda-feira, as escolas de samba da Série A, o antigo Grupo de Acesso, superam com garra e criatividade a falta de recursos. Nas alas é fácil perceber a diferença entre as agremiações do Especial e da Série A.

Enquanto as escolas da elite do carnaval atraem um grande número de turistas, que pagam caro pelas fantasias, mas não sabem sambar e nem cantar o samba enredo, as da Série A são formadas por gente da própria comunidade, que sabe de cor a letra e costuma ter mais intimidade com o ritmo.

A primeira escola a desfilar na noite de sexta-feira (28) foi a Em Cima da Hora, que trouxe para a Marquês de Sapucaí o clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, reeditando o carnaval de 1976 da escola. Na comissão de frente, além dos bonecos de pau da tradição nordestina, um grupo de retirantes chamou a atenção, merecendo muitos aplausos. Em seguida, um carro alegórico com uma grande imagem de Padre Cícero retratou a religiosidade característica do povo nordestino.

A segunda escola a desfilar foi a União de Jacarepaguá, que apostou no enredo Os Yorubas – A História do Povo Nagô, em referência à África e ao candomblé. A comissão de frente impressionou o público, com dançarinos imitando feiticeiros africanos, em uma coreografia perfeita. Os carros alegóricos, usando muito a palha como material, chamaram a atenção pela perfeição dos detalhes, com imagens de deuses africanos e dançarinas lembrando as divindades.

Em seguida, foi a vez da Acadêmicos da Rocinha, que este ano apostou em um enredo diferente, baseado no bairro da Barra da Tijuca: Do Paraíso Sonhado, Um Sonho Realizado. Sorria, a Rocinha Chegou à Barra. Apesar do tema inédito, a escola mostrou muita força nas alas e carros alegóricos, com um desfile bastante colorido e tendo fantasias com detalhes caprichados.

Após a Rocinha, a ordem do desfile tinha a Renascer de Jacarepaguá, homenageando o cartunista Lan, a Unidos do Porto da Pedra, com o enredo Majestades do Samba: Os Defensores do Meu Pavilhão, a Paraíso do Tuiuti, com o enredo Kizomba – A Festa da Raça, em uma reedição do histórico carnaval da Unidos de Vila Isabel de 1988. O desfile teve ainda a Inocentes de Belford Roxo com o enredo Triunfo da América – O Canto Lírico de Joaquina Lapinha - primeira cantora lírica brasileira negra a ter destaque na cena musical e dramática, e a Império Serrano por último, fechando o primeiro dia de desfiles da Série A, com a história de Angra dos Reis.

Enquanto só uma escola subirá para o Grupo Especial, três cairão do Grupo A para o Grupo B da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Os ingressos para o desfile deste sábado ainda estão disponíveis, a preços populares de R$ 10.

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