Brasília-DF,
27/ABR/2024

Melhor escola de samba do Grupo Especial do Rio será conhecida hoje

Portela, União da Ilha e Unidos da Tijuca se destacam na Sapucaí e esquentam a disputa pelo título. Apuração começa às 16h

Diminuir Fonte Aumentar Fonte Imprimir Corrigir Notícia Enviar
Publicação:05/03/2014 08:01Atualização:05/03/2014 08:20
O segundo dia de desfiles na Marquês de Sapucaí acirrou a disputa pelo título de campeã. O favoritismo, que até então estava nas mãos de Beija-Flor e Salgueiro, ganhou mais três candidatas. Os destaques da segunda-feira noite foram a Portela, a União da Ilha e a Unidos da Tijuca. A comissão de julgadores anuncia hoje, às 16h, quem é a melhor do Rio. Diferentemente do ano passado, em que a Vila Isabel foi campeã, não houve uma escola que despontou.

A Mocidade homenageou o carnavalesco pernambucano Fernando Pinto (Yasuyoshi Chiba/AFP)
A Mocidade homenageou o carnavalesco pernambucano Fernando Pinto


A Portela viu no carnaval deste ano o seu triunfal retorno ao grupo das melhores, em meio a um jejum de 29 anos sem títulos. Como disse o carnavalesco Alexandre Louzada, o gigante da Portela despertou. A escola entrou na avenida disposta a contar a história do Rio de Janeiro. O destaque da agremiação foi o uso da tecnologia, ostentado no voo de uma águia — símbolo da escola —, apoiada em um drone, que levou cerca de três meses para ficar pronto. Outra ousadia ficou marcada no penúltimo carro, o maior da história do carnaval do Rio, com 18 metros. O gigante se referia à onda de manifestações na cidade. “Acho que agora a gente ganha”, confessou a tia Surica, 73 anos, um dos grandes destaques da escola.

As cores e o bom humor fizeram com que a União da Ilha também causasse emoção, principalmente, pela escolha do tema. Os brinquedos embalaram o público, que viajou no tempo. O soldadinho de chumbo e a bailarina faziam acrobacias e pareciam flutuar. “Fizemos um desfile com a cara da Ilha e toda a alegria que o carnaval merece”, resumiu o carnavalesco Alex de Souza. O imprevisto, porém, ficou por conta do telão de LED, do carro sobre a era digital, que inclinou e deu a sensação de que cairia a qualquer momento.

Brincadeira de criança Com criatividade, a União da Ilha fez uma divertida viagem de volta à infância (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Brincadeira de criança Com criatividade, a União da Ilha fez uma divertida viagem de volta à infância


Velocidade

Outra escola que fez a plateia se lembrar do passado foi a Unidos da Tijuca. O enredo sobre velocidade em homenagem ao ídolo Ayrton Senna inovou com o GP da Tijuca. A brincadeira colocou personalidades da velocidade, como o campeão olímpico Usain Bolt, e integrantes da Corrida Maluca para disputar com Senna na avenida.

Veja a galeria de fotos do primeiro dia de desfiles do Grupo Especial

Veja a galeria de fotos do segundo dia de desfiles do Grupo Especial

A Mocidade e a Imperatriz podem entrar no páreo. A primeira fez uma releitura do enredo clássico de 1987 — Tupiconópolis — e apresentou o Pernambucópolis, em referência ao estado nordestino. A maestria na composição do desfile fez o possível para mostrar que a crise política do pré-carnaval ficou para trás. Xuxas, que convidavam a plateia para viajar na nave espacial, e a aparição da ex-modelo Monique Evans, lendária rainha de bateria da escola, empolgaram. Já a Imperatriz apoiou-se em um craque, o ídolo do Flamengo Zico, e, embora o abre-alas tenha tido dificuldades para entrar na avenida, a escola fez uma apresentação grandiosa.

Problemas com a campeã Com fantasias incompletas, a Vila Isabel viu a chance do título escapar. Mas a rainha de bateria, Sabrina Sato, brilhou na avenida (Yasuyoshi Chiba/AFP)
Problemas com a campeã Com fantasias incompletas, a Vila Isabel viu a chance do título escapar. Mas a rainha de bateria, Sabrina Sato, brilhou na avenida


Dona da melhor apresentação de 2013, a Vila Isabel amargou a crise financeira deste ano refletida no desfile. Com homenagem ao Brasil plural, a escola contabilizou uma série de erros, como atrasos e figurinos incompletos. Apesar dos contratempos, as musas Sabrina Sato, Thaila Ayala e Carla Prata chamaram a atenção. “O que a Vila tem de mais forte é sua comunidade, aguerrida”, acrescentou Evandro Bocão, vice-presidente. Embora os desfiles do segundo dia tenham tido excelência, não foram capazes de tirar o brilho da Beija-Flor e da perfeição da Salgueiro. As duas agremiações estão no time das preferidas.

Entenda a apuração das escolas de samba do Rio
Quatro julgadores avaliam 10 quesitos de cada escola. Confira como será a apuração:

Harmonia
Representa o entrosamento dos integrantes com o ritmo e a música do samba-enredo. É preciso cantar alto com o puxador.

Conjunto
Traduz a uniformidade da escola no desenrolar do desfile, assim como a integração entre os elementos.

Mestre-sala e porta-bandeira
O casal apresenta a agremiação em um bailado com ritmo de samba. Eles não podem dar as costas um para o outro nem cometer erros na dança.

Enredo
É a forma como a agremiação escolhe para explicar o tema do desfile por meio de alegorias, fantasias e alas.

Comissão de frente
Os primeiros integrantes a entrar na avenida são os responsáveis por saudar o público. São eles que chamam o enredo.

Alegorias e adereços
São os elementos cenográficos que as escolas levam para a avenida. Nessa categoria entram os carros e as esculturas.

Bateria
É o coração das escolas de samba. Tem o papel de manter a sintonia entre os sons emitidos pelos instrumentos que a compõem.

Samba-enredo
A melodia, além da musicalidade, devem empolgar, e a letra não pode ter erros de português.

Fantasias
Originalidade, beleza, luxo, criatividade, materiais usados e ousadia entram na lista de requisitos principais, além de estreita relação com tema.

Evolução
Sem correria e com coerência, a escola deve apresentar a progressão do enredo. É preciso mostrar que a apresentação tem início, meio e fim.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.