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19/ABR/2024

Favorito ao Oscar de filme estrangeiro 'O filho de Saul' chega ao cinema

Drama aborda de maneira sensível os horrores do holocausto

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Ricardo Daehn Publicação:05/02/2016 07:00
A mão firme de  László Nemes não deixa transparecer que o filme é de um estreante (Laokoon/Divulgação)
A mão firme de László Nemes não deixa transparecer que o filme é de um estreante

Primeiro filme húngaro a vencer o Globo de Ouro de melhor longaestrangeiro, além de uma coleção de prêmios no Festival de Cannes, O filho de Saul pode levar à crença de um paralelo com o destino do primeiro rei de Israel. No espectro, é possível ver alguma semelhança, mas o contexto é muito distinto: o Saul do filme (Géza Röhrig) está integrado ao destacamento do Sonderkommando, com alguns privilégios, na operação de guerra dos bastidores do Holocausto, dentro da mecânica de descarte de pessoas, no campo de Auschwitz.
 
 
Sem arrogância, fator de dissidência em relação ao Saul bíblico, mas apegado à religião e à condição de pai zeloso, o protagonista atua na surdina, com ingratas funções na antessala dos crematórios. Num andamento aos moldes do massacrante Arca russa, O filho de Saul, pela investigava câmera no ombro, repassa o senso de desorientação, com registro de um circo de horrores.
 
Há confusão generalizada, no cotidiano de extermínio de pessoas, e reina o plano do absurdo: cinzas dos crematórios são despejadas em riacho, os colaboradores involuntários das atrocidades são estimulados, aos gritos de “ânimo, pessoal!” e obsessivas escovações de piso tratam de dissipar resquícios de sangue dos judeus vitimados.
 
No conjunto, O filho de Saul, assinado por László Nemes, não aparenta ser filme de diretor estreante. Há cuidados de preservar a imagem de defuntos, desfocado excessos gráficos, mas nem por isso se desvia do choque da temática. Áspero, o longa carrega imprevisibilidade pela inesperada posição dos judeus e prisioneiros, como agentes de ação. Não há espaço para panfleto, no desenvolvimento do filme que expõe um cruel sistema que opera, entre pilhas de corpos.
 
Confira as sessões para  O filho de Saul aqui.


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