'O presidente' chega ao Brasil um ano após lançamento na França
O filme mostra esdrúxulos planos de um tirânico personagem, interpretado por Misha Gomiashvili
Ricardo Daehn
Publicação:15/04/2016 06:03Atualização: 14/04/2016 17:17
A associação entre um ódio cíclico, enraizado e incontestável e a decadência de um governo putrefato parece o produto mais genuinamente brasileiro de todos os tempos. Quis o destino que o filme que trata desse tema, O presidente, entretanto, estreasse na França, há um ano, mas somente agora alcançasse o circuito de exibição em Brasília.
Comparado pelo cineasta iraniano Mohsen Makhhmalbaf a realidades iraquianas, cubanas e libanesas, O presidente, na verdade, traz como cenário a Geórgia, mas representa um país fictício.
Sempre lembrado por premiados filmes como A caminho de Kandahar (2001) e Gabbeh (1996), o diretor Mohsen volta a investir numa narrativa simples — que comporta muitos momentos irregulares.
Clique aqui e confira as sessões do filme
O presidente mostra esdrúxulos planos de um tirânico personagem, interpretado por Misha Gomiashvili, entregue à nova condição: disfarçado de músico de rua, ele ao lado do neto (Dachi Orvelashvili), percebe o clamor das ruas do povo antes sufocado e que encontra a liberdade, a partir da destituição dele.
Oportuno em demasia, o filme, entretanto, não equilibra a poesia abraçada com os nacos de realidade e violência. Mais comprometimento vem das performances coreografadas de Misha Gomiashvili e Dachi Orvelashvili (que dança demais em cena, gerando o gritante desconforto da encenação). No mais, um tema denso, e que faz refletir, especialmente, quando expõe a responsabilidade dos vassalos nos casos de enojante corrupção. Atual que só.
Densidade e tensão tomam conta do momento político retratado no fictício país de O presidente
A associação entre um ódio cíclico, enraizado e incontestável e a decadência de um governo putrefato parece o produto mais genuinamente brasileiro de todos os tempos. Quis o destino que o filme que trata desse tema, O presidente, entretanto, estreasse na França, há um ano, mas somente agora alcançasse o circuito de exibição em Brasília.
Comparado pelo cineasta iraniano Mohsen Makhhmalbaf a realidades iraquianas, cubanas e libanesas, O presidente, na verdade, traz como cenário a Geórgia, mas representa um país fictício.
Sempre lembrado por premiados filmes como A caminho de Kandahar (2001) e Gabbeh (1996), o diretor Mohsen volta a investir numa narrativa simples — que comporta muitos momentos irregulares.
Clique aqui e confira as sessões do filme
O presidente mostra esdrúxulos planos de um tirânico personagem, interpretado por Misha Gomiashvili, entregue à nova condição: disfarçado de músico de rua, ele ao lado do neto (Dachi Orvelashvili), percebe o clamor das ruas do povo antes sufocado e que encontra a liberdade, a partir da destituição dele.
Oportuno em demasia, o filme, entretanto, não equilibra a poesia abraçada com os nacos de realidade e violência. Mais comprometimento vem das performances coreografadas de Misha Gomiashvili e Dachi Orvelashvili (que dança demais em cena, gerando o gritante desconforto da encenação). No mais, um tema denso, e que faz refletir, especialmente, quando expõe a responsabilidade dos vassalos nos casos de enojante corrupção. Atual que só.