Nova versão de 'Caça-fantasmas' é feminista e irônica
Filme tem boas tiradas e acerta ao ironizar e atacar o preconceito, mas peca por ser arrastado e durar tempo demais
Alexandre de Paula- Especial para o Correio
Publicação:15/07/2016 07:35Atualização: 20/07/2016 15:32
As meninas caça-fantasmas tentam exterminar o preconceito
Quase 30 anos depois da última aparição nos cinemas em 1984, a franquia Caça-fantasmas reaparece nas telonas repaginada. Comandada pelo diretor Paul Feig, a nova versão da equipe que persegue e atormenta “a vida” das assombrações agora é composta apenas por mulheres.
A escolha de Feig causou rebuliço nas redes sociais e provocou a ira de usuários que abominavam a escolha de mulheres para a clássica franquia. A resposta de Feig veio da melhor forma: nas telas. Se os críticos raivosos resolverem ir aos cinemas conferir o que o quarteto feminino fez, receberão algumas sonoras porradas. Feig e o elenco não economizaram na ironia e na crítica (eficaz).
Clique aqui e confira as sessões do filme em 2D. E aqui em 3D.
Clique aqui e confira as sessões do filme em 2D. E aqui em 3D.
A decisão por abordar esse tema e por trazer a diversidade para o elenco talvez seja o maior acerto do diretor. O quarteto — elas mesmas muito diferentes entre si — funciona bem e trata com leveza e inteligência essas questões.
O problema de Caça-fantasmas talvez esteja na extensão. O filme é divertido, tem boas sacadas, mas não tem força para longas duas horas. A partir de um momento, torna-se cansativo e arrastado, já que o roteiro em si não tem força para tanto.
Chris Hemsworth (o Thor) se destaca no papel de Kevin. Ele representa um belo — mas burro — secretário das caça-fantasmas. A ironia aqui funciona muito bem, tanto pela zoeira com a excessiva e estereotipada figura da loira burra e gostosa em tantos filmes quanto pela inspirada participação de Chris, que fez muito de improviso, segundo Feig.
Por fim, Caça-fantasmas está longe de ser um desastre, como muita gente esperava e bradava pela web. É um filme engraçado, sem dúvidas, e, em diversas partes, inteligente, mas peca por não conseguir parar quando deveria: antes de a diversão se tornar enfadonha.