Amor e sexualidade são temas centrais de 'Um belo verão'
O naturalidade com que Cécile de France e Izïa Higelin vivem o romance homossexual é um dos pontos fortes do filme
Ricardo Daehn
Publicação:29/07/2016 06:07Atualização: 28/07/2016 18:25
Belas paisagens envolvem o romance entre Carole e Delphine
Foi com o ex-diretor da Cinemateca Francesa Serge Toubiana que, em parte, a diretora sessentona Catherine Corsini estudou o cinema de Jean-Luc Godard. Em Um belo verão é interessante como Corsini trata justo de temas caros a Godard: o amor e a sexualidade, sem nenhum julgamento.
Casos de amores incompletos ou que enfrentam resistências estão tanto no atual longa quanto em A repetição e ainda em Partir, todos da cineasta. Com a roteirista estreante Laurette Polmanss, a diretora oferece dois presentes para as intérpretes de Um belo verão: numa Paris atrativa e central para o desenvolvimento do feminismo setentista, Carole (Cécile de France, de As bonecas russas) encontrará Delphine (Izïa Higelin).
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Vinda da agrária província de Limusino, Delphine se interpõe na relação entre Carole e Manuel, ao mesmo tempo em que faz enorme falta no dia a dia da mãe, Monique (Noémie Lvovsky, de L’Apollonide – Os amores da casa de tolerância). A naturalidade das atrizes, belas paisagens e a quebra de clichês trazem todos os ganhos para o longa-metragem.
Uma curiosidade: Cécile de France perdeu o César de melhor atriz para Catherine Frot, estrela de Marguerite, outro filme francês em cartaz na cidade.