'Redemoinho' estreia com direção de arte caprichada e enredo fraco
O veterano José Luiz Villamarim é o diretor do longa
Ricardo Daehn
Publicação:10/02/2017 06:12Atualização: 09/02/2017 17:24
Filme de estreia de José Luiz Villamarim leva para a telona a estética que ele desenvolve na tevê
Tendo por base a literatura de Luiz Ruffato, precisamente Inferno provisório — O mundo inimigo vol. II, o diretor José Luiz Villamarim, estreante em cinema, deita e rola em Redemoinho. Ele está à vontade num casamento artístico com o parceiro de roteiros para a tevê George Moura. Dentro do espírito original e independente da produtora Bananeira Filmes, que tem na cartela achados como O palhaço, esperava-se uma superação. Depois das inventivas obras televisivas O rebu, O canto da sereia e Amores roubados, não há como insinuar que Villamarim desconheça de cinema.
Com domínio de linguagem, o problema maior é na persistência de uma patota de artistas calejados por demais na telona e na fragilidade do interesse pelo enredo. Redemoinho bem poderia ser chamado de Dois perdidos numa noite lamacenta. Com direção de arte caprichada de Marcos Pedroso, o filme transcorre em Minas Gerais, na interiorana Cataguases. A comissão de frente do cinema nacional está a postos: Dira Paes, Irandhir Santos e Julio Andrade, premiado no Festival do Rio.
O enredo é do reencontro entre os amigos de infância que compartilham um segredo aterrador, Luzimar (Irandhir) e Gildo (Andrade), na véspera de Natal. No que for dito a mais, há risco de se estragar o impacto no público. Basta saber que, numa mise-en-scène com tiques teatrais, os personagens regam a golaços de bebida as frustrações herdadas na vida. Renderia mais com duração de média-metragem.