'Uma razão para viver' relata história de superação sem exageros
O longa conta história de Robin Cavendish diagnosticado com poliomelite
Ricardo Daehn
Publicação:17/11/2017 06:00Atualização: 17/11/2017 10:29
'Uma razão para viver' alterna cenas de drama com outras de maior leveza
Ator de personagens com movimentos milimetricamente estudados, como no caso de Planeta dos macacos e Senhor dos anéis, Andy Serkis faz a estreia na direção em Uma razão para viver revelando a história de vida de Robin Cavendish, paciente sem movimentos que se tornou célebre pela persistência com a qual se agarrou à vida.
O filme de compasso elegante, com trama iniciada nos anos de 1950, capta, inicialmente, os momentos de glória de Robin, aventureiro que conquista o amor de Diana (Claire Foy).
Depois de investidas financeiras pela África, vem o diagnóstico da poliomielite e, com ele, a decisão de morrer, afundado em sofrimento — agravado pelo nascimento do filho que mal conhece, pela regular internação em hospital. Quem brilha, cativante como de costume, é Andrew Garfield na pele do homem que tem a medula espinhal comparada à de uma “boneca de pano”. Debilitado e
cheio de revolta, ele comove em cena.
Com uma trilha sonora esmerada e longe do mero dramalhão, Uma razão para viver tem roteiro de William Nicholson (Terra das sombras e Os miseráveis). Desprezando a segurança de infraestrutura hospitalar, Robin optou pela liberdade, mesmo sob o risco de se afogar no próprio sangue, dado o desgaste do convívio com o respirador mecânico. Da depressão temporária, optou po um caminho divergente que garantiu, por anos, a retribuição ao amor de Diana, a convivência com a fidelidade canina de Bengy e uma perspectiva diferente junto ao filho, além de ousadas viagens internacionais.