Chefs criaram um banquete com frutas, temperos e animais encontrados na Belém-Brasília
Simon Lau e paraense Leandro Nunes decidiram levar à mesa 12 tipos de combinações em homenagem à famosa BR usando técnica aprendidas
Flávia Franco
Publicação:12/12/2013 08:33
Apesar das práticas complementares, incorporar as técnicas aos ingredientes brasileiros não foi uma tarefa fácil, avaliam os chefs, mas eles surpreenderam com criações ricas em cultura e sabor. O jantar, servido no início desta semana no restaurante Olivae, foi dividido na degustação de entradas, pratos principais e sobremesas. A primeira entrada servida foi orelha de porco frita com couro de cagaita e semente de mostarda na pressão. “A cagaita é bastante ácida. Por isso, quebra o gosto da gordura da orelha de porco”, explica Nunes. “Em vez de ficar com o gosto da gordura, você sente a acidez da cagaita ao terminar de comer.”

Confit de pato com tucupi e farofa de jambu: releitura de um prato tradicional e preferido do chef Leandro Nunes
História não falta à estrada que liga Belém a Brasília, cuja construção foi iniciada na mesma época em que a capital federal começou a ser erguida. E a longa extensão da rodovia também esbanja sabores. Frutas, plantas e animais encontrados ao longo dela podem ser transformados em ingredientes de receitas com a cara do Brasil. Os chefs Simon Lau e paraense Leandro Nunes decidiram levar à mesa algumas das possíveis combinações. A dupla criou 12 pratos em homenagem à famosa BR usando técnica aprendidas além do Atlântico: na Dinamarca e na França. Como resultado, um menu diversificado e saboroso.
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“A nossa ideia era fazer algo como uma viagem virtual, como se tivéssemos ido e voltado pela estrada usando ingredientes encontrados no caminho”, explica Nunes. “A gente passa por diferentes paisagens e chega à grande metrópole, que é Brasília hoje, onde podemos usar de tudo na cozinha”, completa Lau. Paraense criado em Brasília, Leandro Nunes cresceu com o apreço pela comida regional típica da Região Norte, que inclui tucupi (tempero extraído da raiz da mandioca), jambu e açaí . Aqui, ele conheceu Simon Lau durante um workshop no restaurante Aquavit, do qual o dinamarquês é chef. “Eu uso muitos ingredientes do norte, cerca de 60%, e poucos do cerrado, os 40% restantes. O Simon faz o contrário”, compara.Apesar das práticas complementares, incorporar as técnicas aos ingredientes brasileiros não foi uma tarefa fácil, avaliam os chefs, mas eles surpreenderam com criações ricas em cultura e sabor. O jantar, servido no início desta semana no restaurante Olivae, foi dividido na degustação de entradas, pratos principais e sobremesas. A primeira entrada servida foi orelha de porco frita com couro de cagaita e semente de mostarda na pressão. “A cagaita é bastante ácida. Por isso, quebra o gosto da gordura da orelha de porco”, explica Nunes. “Em vez de ficar com o gosto da gordura, você sente a acidez da cagaita ao terminar de comer.”
