Especialistas explicam a diferença entre métodos para preparar café
No Ernesto Cafés Especiais, o café coado tem maior saída

Em coador de pano, de papel ou na cafeteira elétrica, o café coado é o mais democrático e consumido no país. Como não há pressão no coador (apenas a atmosférica), é uma bebida suave e “limpa”, de acordo com Juliana Pedro, proprietária da Ernesto Cafés Especiais. “No café coado não há óleos ou pó em excesso. Nele, dá para perceber melhor as notas e os aromas de cada grão”, alega. No coador, a filtragem do pó leva de um a dois minutos. Esse contato da água com o pó confere ao café coado grande porcentagem de cafeína, se comparado ao espresso, que é feito em, no máximo, 30 segundos (o café espresso, embora pareça mais forte, tem uma das menores concentrações de cafeína).
“Aqui na Ernesto, pessoas preferem o café coado: pessoas mais velhas e um público que está começando a tomar cafés especiais. Costumo dizer que o café coado é o ‘café da moda’”, comenta Juliana Pedro.
Nas prateleiras do supermercado, um pó de café comercial não tem nenhum tipo de especificação em relação à moagem. Mas, geralmente, são os que mais se adaptam ao café coado. É daí que nasce a popularidade dessa forma de preparo. “Ao comprar o café para o coador em casas do ramo, deve-se pedir uma moagem fina, com, no máximo, 1/3 da potência do moedor”, recomenda Juliana Pedro.
Prensa francesa
A prensa francesa é um método simples e eficiente. O café é extraído por meio de pressão manual. O equipamento não produz um café forte em sabor, mas com elevada concentração de cafeína. É o método de extração que mais se aproxima do café de coador. Insere-se o pó em um compartimento geralmente feito de vidro, e, em seguida, formando um ângulo de 90º, coloca-se água quente.
Após um minuto, no recipiente em que está essa solução de água e café, pressiona-se um êmbolo coberto por pequenos furinhos (com funcionamento semelhante ao de uma seringa) para que o café passe por ele.
“É preciso que o pó não seja muito fino, caso contrário o café ficaria muito amargo e cheio de borra”, afirma Jackson Machado, proprietário do Café do Chef. “A vantagem da prensa é seu café produzido sem uso de gás ou de energia elétrica. Você o prova assim que prepara. Ele não fica sob aquela temperatura forçada da garrafa térmica. É como um chá ou infusão”, acrescenta Machado.
O grão utilizado na prensa francesa deve ter uma granulatura média (nível 5 do moedor). Moído na hora, ele é vendido na casa por R$ 40, 500g. É importante que o grão seja torrado e moído recentemente, e a embalagem ternha uma válvula que ajude a manter o aroma e o sabor.