Estabelecimento de Brasília aposta na venda de pipocas diferenciadas
Coluna Favas Contadas mostra como a tradicional pipoca pode ser transformada em uma iguaria refinada
Ir além das tradicionais pipocas com sal e manteiga ou com açúcar queimado é a proposta de uma nova empresa, que instalou quiosque próximo do desembarque doméstico do aeroporto internacional Juscelino Kubitschek para vender seus primeiros seis sabores: azeite trufado, canela, curry, limão e pimenta, cocadas e caramelo com flor de sal, todos produzidos na cidade.
Chama-se Blê a pipoca brasiliense, que tomou o nome emprestado da palavra milho em francês (blé), daí ter permitido algumas brincadeirinhas, típicas da área publicitária, como grafar o produto de Irresistiblê. O objetivo é “agradar desde quem tem um paladar infantil, até quem tem um gosto mais refinado”, diz a autora das receitas, Talita Cruvinel (foto). Qualquer sabor está orçado em R$ 24,90, mas nesses primeiros dias o preço promocional é R$ 18,90.
Gosto infantil
Dona de invejável currículo, que inclui curso em Paris com o renomado chef Alain Ducasse, Talita sempre foi muito criativa e venceu o Brasília Gourmet 2010, na categoria entrada, com uma sopa aerada do cerrado feita de espuma de pupunha, barriga de queixada com jabuticaba e farofa de baru. Formada em nutrição, a mineira de Coromandel abriu há três anos, na 412 Sul, o sofisticado bistrô Lover, que durou pouco até que uma gravidez a obrigou a desistir das panelas.
Aos dois anos de idade, Maria já não impede a mãe de fazer pipoca — ela até gosta. “O sabor preferido dela é canela”, entrega Talita, para quem “o aroma incomparável deixa qualquer um com vontade de quero mais.”
Renovável
A chef não é a dona da empresa, cujo comando está nas mãos do casal Inês e Gustavo Drumond (ex-Triplex) e do irmão de Inês, André Azevedo. Eles se inspiraram na grife Garrett, famosa pipoca gourmet nascida há 65 anos, em Chicago, nos Estados Unidos e que tem entre suas fãs a apresentadora Oprah Winfrey e a atriz Halle Berry. Com menos de um ano de funcionamento no Brasil, Garrett Popcorn fechou duas lojas no Aeroporto de Guarulhos (SP).
A exemplo de outras pipocas, a Blê também é vendida em latas coloridas — embalagem ideal para preservar o alimento por longos períodos — com um importante detalhe: ela pode ser reabastecida. “A ideia de comercializar o refil é a forma encontrada pela empresa de colaborar com a diminuição do lixo e, consequentemente, preservar o meio ambiente”, declara André Azevedo. E conclui: Isso é bom para a natureza e para o bolso do cliente. Email: contato@blepipocagourmet.com.
Safra otimista

Convidado pela diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil a fazer uma apresentação de seu case de sucesso em empreendedorismo, o gaúcho Juarez Valduga, de 60 anos, há 40 à frente do grupo Famiglia Valduga, fez um prognóstico otimista em relação à colheita de 2016, que começa em janeiro. “As chuvas na Serra Gaúcha provocaram uma perda de 10% a 20% nos vinhedos, mas, se o verão for seco como esperamos, colheremos boas uvas e teremos uma importante safra.”
Quatro perguntas Juarez Valduga
A decisão do Grupo Valduga de fazer vinhos em parceria com Argentina, Chile, Portugal, Itália e França pode ser interpretada como estratégia de se aliar a um competidor, tipo “já que eu não venço eu me associo”?
Não. A parceria é uma visão de futuro. Tenho a convicção de que esse é o caminho certo da viticultura brasileira: sair de seu casulo.
Vinhateiros que vendem suas uvas para terceiros estão sempre sujeitos a pressões financeiras e, em geral, o preço por quilo não compensa o esforço e o trabalho em vinhedos de baixo rendimento. Como conciliar as duas posições: preservar as vinhas velhas ou
expandir para uma produção maior?
Houve necessidade de substituição dos vinhedos por terem sido de uvas tradicionais e não viníferas. O valor pago ao produtor não é o desejado pelo alto custo da uva brasileira, que é a mais cara da América Latina por causa dos impostos e insumos. Por isso até as pequenas vinícolas plantam suas próprias uvas.
Inicialmente, a região brasileira produtora de vinho era a Serra Gaúcha, depois descobriu-se a fronteira com o Uruguai, na
região da Campanha. Agora até em Goiás se faz vinhos, além do Paraná e São Paulo. A tecnologia corrige qualquer tipo de solo?
Não, ninguém supera o solo. Eu fui um dos primeiros vinhateiros a plantar em todo o Brasil. A viticultura brasileira nasceu na fronteira, depois migrou para a Serra Gaúcha e, atualmente, as vinícolas estão indo para a Campanha retomar a viticultura do passado. Também no Vale do São Francisco, em Santa Catarina, no Paraná e até aqui é possível obter vinhos.
Quantas taças de vinho, o senhor bebe por dia?
No mínimo, duas para ajudar o consumo brasileiro (risos). Tomo moderadamente, o vinho faz parte da minha dieta saudável.
Saído da telinha
Segundo colocado no reality show Hell’s Kitchen, apresentado por Carlos Bertolazzi no SBT, o chef capixaba Hugo Grassi (foto) estará em Brasília dia 14 para pilotar os fogões do Piacere (408 Sul). Na ocasião, ele mostrará seu talento e carisma ao preparar menu de cinco pratos com destaque para o magret de pato com terra de amêndoas e beterraba com texturas de cogumelos.
Com lugares limitados, o jantar começa com camarões em pétalas de cebola roxa com pesto de coentro e segue com tartar de atum em creme de aspargos. Depois do pato, vem filé-mignon com fettuccine de pupunha e farofa de pistache. Pêra caramelizada com sorvete de gorgonzola e farofa doce encerra o evento batizado de Tendências do chef, no qual a degustação é acompanhada de vinho. Sai por R$ 250. Reservas pelo telefone 2443-5473.
Menu do papa
Você sabia que a guarda suíça do papa Francisco também tem chef de cozinha? Um deles, David Geisser, que já deu baixa, escreveu um livro com as melhores receitas servidas ao Sumo Pontífice. Publicada em alemão, francês e italiano, a obra será traduzida para o espanhol e o inglês. Antes que saiam novas versões, alunos do Iesb e pessoas interessadas vão ouvir do próprio Geisser — considerado o Jamie Oliver da Suíça — como preparar as receitas mais apreciadas na Santa Sé, além de aspectos sobre a sua vida de soldado. A palestra do chef suíço está prevista para as 14h de quinta-feira, um dia após a abertura da exposição sobre a Guarda Suíça, na Catedral Metropolitana.
Macarrão baiano

Parece que vale tudo para driblar a crise. Não sei se é o caso do Manzuá, restaurante de culinária baiana que substituiu o Bargaço num bonito espaço rústico com vista deslumbrante no Pontão do Lago Sul. O certo é que a casa incorporou 10 novos pratos de pasta ao cardápio tradicional. Agora, ao lado de frutos do mar e peixes, você encontra penne, linguini, pappardelle, espaguete e talharim, além de carne vermelha.
“A ideia foi oferecer alternativas aos nossos clientes, buscando algo mais democrático e que possibilitasse versatilidade para incorporarmos às massas e aos risotos o que dominamos”, justifica o gerente, Genival Lima. Na apresentação dos pratos “italianos” à imprensa, semana passada, saiu imbatível o arroz de lula, prova de que conceitos gastronômicos nem sempre se casam. Telefone: 3364-6069.