No DF, culinária saudável ajuda a manter o pique de energia em época de folia
Escolha do prato correto influencia na hora de subir no trio ou pular no bloquinho de rua. Vale de tapioca a batata-doce, passando pela tradicional salada com grelhado
Durante o carnaval, tanto quanto se preocupar com os adereços e com a animação, o folião precisa dar atenção às boas escolhas gastronômicas, que garantem energia para os cinco dias de festa.
Para aguentar a maratona, o principal é garantir ao organismo boa reserva energética. Massas integrais, nesse caso, são a comissão de frente. “O carboidrato não é um vilão porque fornece energia. Procure os de índice glicêmico baixo: batata-doce, macarrão integral, tapioca; e diminua os de índice glicêmico alto, como mandioca, batata-inglesa e batata-baroa, que são digeridos mais rapidamente e logo dão fome”, resume o nutricionista Ronan Paiva Moraes.
No bloco campeão não podem faltar gorduras benéficas, como as encontradas no abacate. Tão importantes quanto pierrôs e colombinas são as proteínas magras, a exemplo do peixe presente nas receitas nipônicas com influência andina do Hafu Sushi, que combina anchova negra e abacate na mesma iguaria.
Novo vilão da gastronomia, o glúten pode esperar o carnaval acabar para voltar à ativa. Troque o pãozinho de cada dia por quitutes sem farinha branca. Vale desde o pão de abobrinha da Komboleria à versátil tapioca de frango desfiado da Tapiocaria Maria Bonita. Fundamental, além do amor, como já cantava o Poetinha, é hidratar-se antes, durante e depois da festa, principalmente se houver a ingestão de bebida alcoólica. E não custa lembrar: Se beber, não dirija.
Energia a toda prova
Com base nessa informação, muitos restaurantes naturais da cidade a oferecem diariamente. A raiz aparece diariamente no bufê de self-service (R$ 49,90 — o quilo) do restaurante Engenho. Às segundas e às quintas, é vez de nhoque de batata-doce com espinafre, uma das receitas preferidas dos glutões que frequentam o local. Diariamente, o legume cozido é servido junto das saladas e folhagens, totalmente orgânicas.
Grelhados, como alcatra, maminha e filé de frango feitos apenas no óleo de girassol, podem complementar a refeição, além de uma mesa de doces (R$ 55,90 — o quilo) com 15 variedades, como compota de fruta, porque aquela escapada da dieta, vez ou outra, não faz mal a ninguém.
Massa, mas integral, por favor!
“É uma massa mais leve, com mais fibras, de mais fácil digestão”, explica. Segundo ele, outro diferencial está no molho, temperado com manjericão, tomilho, alecrim, alho e sal e com tomate cozido até derreter.
Outra pedida é o pollo pizzaiollo (R$ 48), caponata de frango ao molho pomodoro. “A carne do frango é mais leve, boa para quem vai para os bloquinhos, por não forçar a digestão”, diz.
O cliente pode trocar a massa tradicional por uma das alternativas integrais oferecidas — normalmente espaguete ou penne — ou por penne sem glúten.
Carnaval fit
O arroz-cateto tem absorção mais rápida em relação ao arroz-branco e dá energia para pular o carnaval. Já a carne grelhada apresenta pouca gordura. “As pessoas costumam falar que, apesar do tamanho do prato, ele não te deixa pesado, com sono”, pontua Guimarães. Para acompanhar, ele sugere um dos sucos feitos no TNT, como o de maracujá com melancia (R$ 9,20 — 680ml).
Entre as vitaminas, a que leva o nome da casa é um dos destaques. “A TNT (R$ 8,50) é feita com leite, açaí, banana e xarope de guaraná, mas, caso a pessoa prefira, trocamos o leite por água”, descreve o proprietário.
O arroz-cateto sai das caçarolas para as cumbucas ao compor creme feito com 200g de arroz, whey protein, sustagem e colágeno hidrolisado. “Essa bebida vale por uma refeição, além de ter uma absorção muito boa”, garante Rafael.
Dupla clássica
No rol de opções aparece o sanduíche de frango desfiado com queijo minas, tomate e orégano (R$ 9). “Usamos o pão integral em duas versões: com 12 ou 14 grãos; e o preparo pode vir quente ou frio. Isso facilita a digestão, ajudando a pessoa a não ficar com aquela sensação pesada”, afirma Moreno.
Em tempos de pular carnaval, a hidratação é fundamental. O suco de melancia, hortelã e morango (R$ 10) tem “índice glicêmico alto, o que ajuda com a bebedeira. Além disso, a melancia é uma fruta muito hidratante, ótima para a umidade baixa de Brasília.” Outro suco que Moreno sugere é o de abacaxi, hortelã, chia e água de coco (R$ 10).
Saúde e agilidade
“Não existia um local para a pessoa comer bem após uma festa, por exemplo”, relembra. Aberto em 2014, o local atrai público diverso. “Noto muita gente jovem, muito casal, muita gente de academia”, comenta.
Entre as sugestões na hora de forrar o estômago antes de cair na farra, o filé de frango grelhado (R$ 30,90) é recomendável. A carne é servida com um molho à escolha do cliente e com dois acompanhamentos, que podem variar entre arroz, integral ou não, salada e legumes ao vapor.
Bloquinho chileno
“A ideia é colocar preparos diferenciados no menu, como o purê de ervilha”, explica Alex, que optou por um cardápio enxuto para a casa.
O purê aparece ao lado de salmão salteado com alecrim fresco, cozido no vácuo por cerca de 50 minutos a 50ºC, salada e crocante de parmesão (R$ 46).
Alex chama a atenção: para a receita ficar no ponto correto, o purê não pode ficar lisinho. As texturas contrastantes ainda têm o crocante da salada e do parmesão.
O novo pão
Considerada uma “tela em branco” pela versatilidade de combinações, a massa redonda e branquinha tem status de protagonista na Tapiocaria Maria Bonita. “Quando comecei a vender tapioca, há 13 anos, poucas casas na cidade enxergavam o potencial”, relembra a Odete Soares, que trouxe o hábito da terra natal, a Paraíba.
Aos foliões que querem festejar sem peso no estômago, Odete recomenda a tapioca de ricota, rúcula, peito de peru e orégano (R$ 11,40) ou a de peito de frango desfiado, tomate e cebola (R$ 11,90).
A característica se estende ao cuscuz de milho, que, acrescido de coco ralado e umedecido com leite de coco, pode vir à mesa como opção de sobremesa mais light, por R$ 7,50. Acompanhamento igualmente regional pode ser encontrado nos sucos naturais de cajá-manga, mangaba e cupuaçu, com preços entre R$ 5 e R$ 5,60.
Ponte aérea entre o Japão e o México
No Hafu Sushi, os dois elementos se fundem no uramaki mexicano de anchova negra, abacate, pimentão-vermelho, cebola-roxa, pimenta-tabasco e cebolinha. A iguaria vigora no cardápio à la carte do restaurante — a R$ 27,90, com 10 unidades — e também aparece no rodízio, a R$ 59,90 (almoço) ou R$ 69,90 (jantar) por pessoa, incluindo os igualmente benéficos sashimis de salmão, atum e anchova negra. O último, um peixe que resiste bem à potência de condimentos mais fortes e picantes.
“Tenho muito apreço pela comida da América Latina, na qual me inspirei para criar essa receita. É uma releitura do ceviche com sushi. Minha ideia foi reunir as duas culturas em um curioso mix de sabores e texturas”, conta Rodrigo Lodi, proprietário do local e responsável pela criação do menu.
Não é só a cozinha que se abre a fusões. Na harmonização, ele foge do comum ao sugerir bem mais que o já conhecido saquê (R$ 19,90).
Tem bolo, mas não tem glúten
Na base de grande parte das receitas está a leveza da farinha de arroz. Boa pedida é trocar o pão de cada dia por uma novidade da simpática loja: pão artesanal sem glúten de batata-doce ou abobrinha (R$ 10 — 300g). “O processo de produção é o oposto ao de um pão com glúten, em que, quanto mais se mexe na massa, mais ele cresce. As farinhas são diferentes e é preciso colocar fibra vegetal para ajudar a criar uma liga. Quanto menos se mexe e mais rápido ele for ao forno, melhor. Os nossos ficam prontos em 30 minutos e são feitos todos os dias”, comenta Thiago Sabadini, criador da receita.
Se a vontade de comer uma sobremesa apertar, prove a torta vegana de farinha de amêndoas com biomassa de banana verde e chocolate 70%, sem traços de leite (R$ 12). A receita foi criada por Sabrina Ravagnani, esposa de Thiago, que escreve sobre nutrição funcional no blog Sem culpa nenhuma.
ONDE COMER
Engenho
(408 Sul, Bl. A, lj. 35; 3242-4179), aberto de segunda a sexta, das 7h às 20h; e sábado, das 7h às 15h. Fechado na terça-feira de carnaval.
Hafu Sushi
(CCSW 5, Lt. 2, Ed. Antares Center, ljs. 113/109, Sudoeste; 3051-1035), aberto de segunda a sábado, das 12h às 15h e das 18h às 23h. Fechado no domingo e segunda de carnaval. Terça-feira, somente no jantar.
Komboleria
(106 Norte, Bl. C, lj. 38; 3711-9654), aberto de segunda a sexta, das 12h às 18h30; e sábados, das 10h às 18h.
Maestra Vida
(107 Norte, Bl. C, lj. 57; 3034-4466), aberto de quarta a sexta, das 17h30 à 0h; sábado, das 12h às 16h e das 18h à 1h; e domingos, das 18h à 1h.
Morada do Suco
(CLSW 300A, Bl. 2, lj. 109/110, Sudoeste; 3208-5519), aberto de segunda a quarta, das 8h às 16h; de quinta e sexta, das 11h30 às 21h.
Pecorino
(210 Sul, Bl. C, lj. 38; 3443-8878), aberto de terça a quinta, das 12h às 16h e das 19h à 0h; sexta e sábado, das 12h às 16h e das 19h à 1h; domingos, das 12h às 17h.
Salsalute Saladas e grelhados
(CLSW 102, Bl. A, lj 2/4;3041-7003), aberto de segunda a quarta, das 11h30 à 0h; quinta e sexta , das 11h30 à 1h; sábado e domingo, das 11h30 à 0h.
Tapiocaria Maria Bonita
(CLSW 104, Bl. C, lj. 8, Sudoeste;
3344-0646), aberto de segunda a sábado, das 8h30 às 21h20; e domingo, das 8h às 12h. Fechado na segunda e terça-feira de carnaval.
TNT Fit Food
(CLSW 301, Bl. C, lj. 1; telefone 3257-2777), aberto de segunda a sexta, das 11h30 às 22h; sábados, das 11h30 às 19h.