Brasília-DF,
12/FEV/2025

Receitas apresentadas nos cinemas trazem sabor para a vida dos telespectadores

Com o Oscar chegando, está na hora de respirar e viver o cinema. Mas enquanto isso, que tal uma comidinha à moda de Hollywood?

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Renata Rios Sara Campos Publicação:26/02/2016 07:00Atualização:25/02/2016 16:32

 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
 

 

Alguns filmes, além de emocionar ou divertir, nos deixam com água na boca. São os que mostram cenas à mesa, sempre com um prato caprichado ou cenas inspiradas — e inspiradoras! — na gastronomia. Com o Oscar batendo à porta (o maior prêmio do cinema mundial será entregue no domingo), vale a pena recapitular receitas servidas em filmes.


Na cantina Felicità, o clássico espaguete com almôndegas da animação A Dama e o Vagabundo é recriado. “Essa é uma receita simples, mas muito interessante. Serve tanto para adultos quanto para os pequenos, que adoram”, comenta o proprietário, Ivan de Souza Dias.


O onigiri, tradicional bolinho japonês de arroz, também é um sucesso entre os pequenos. “As crianças no Japão levam de lanche na escola. A receita tem sabor suave e é muito prática”, conta a proprietária do Taiko Sushi, Yoko Sano, sobre a iguaria de outra animação: A viagem de Chihiro.


Entre os franceses, não poderia faltar o petit gâteau, muito bem retratado, em sua versão original, no filme Intocáveis, também de nacionalidade francesa.


O boeuf bourguignon é também uma das estrelas no divertido Julie & Julia. “O boeuf bourguignon tem molho encorpado e ficou amplamente conhecido nos países de língua inglesa graças à gourmet Julia Child”, relembra o chef Geraldo Brito, do Sincera Café.


O Brasil é representado pela moqueca de siri-mole, prato preferido de Vadinho, um dos amados de Dona Flor — aquela dos dois maridos. “O siri-mole é o siri enquanto troca de casca durante a mudança de fase da lua quando a maré está cheia”, destaca o chef do Ki-Mukeka, Nelson Oliveira.

Perdido, mas com muita batata

 (ano Andrade/CB/D.A Press)

A batata é um ingrediente imprescindível na gastronomia. O tubérculo é preparado de muitas formas e com vários temperos, é usado em receitas simples, elaboradas, saudáveis e naquelas que fogem da dieta.
No longa Perdido em Marte, o protagonista planta batatas dentro da espaçonave. Isso ajuda o astronauta a ter alimento para os dias que se passam antes de ser resgatado.


No Capital Steak House, o cliente pode escolher entre quatro versões de batatas. Primeiro, a clássica batata frita (R$ 15,45), na qual o ingrediente é primeiro cozido e depois frito. Segundo, em uma versão mais autoral, aparece a special french fries (R$ 35,45), coberta por mix de cheddar e muçarela e finalizada com bacon em pequenos cubos, acompanhada de molhos barbecue da casa e honey mustard.


Depois aparece o purê de batata, batizado de mashed botato (R$ 17,95), receita que cai bem com os pratos da casa, como o baby back ribs (R$ 51,95), corte suíno grelhado e finalizado com o molho barbecue. “No purê colocamos caldo de frango, temperos e creme de leite”, explica o gerente do local, Robson Lima.


Por último, a batata recheada lidera a preferência dos clientes da casa — “é o acompanhamento mais pedido”. O preparo é feito com a batata assada, recheada com mix de cheddar e muçarela, sour cream, margarina especial, bacon em cubos e cebolinha. “É uma batata grande, vale por uma refeição”, alerta o gerente.

 

Carne, massa e amor

No clássico da Disney A dama e o vagabundo, a estrela das mesas é o espaguete com almôndegas. 

No Felicità, o prato espaguetti e almondegas (R$ 37,90) é preparado com massa fresca e caseira. “Nosso molho pomodoro leva apenas temperos e tomate”, detalha o proprietário Ivan de Souza Dias.

 

As almôndegas são preparadas com pouca farinha de rosca. “A farinha de rosca ajuda a dar liga e aerar o preparo”, explica.

 

Para harmonizar e criar o clima romântico da animação, a dica é o um cabernet, que “combina tanto com o molho de tomate quanto com a almôndega.”

 

Um lanchinho oriental

Quem já viu um desenho japonês, como A viagem de Chihiro, deve ter se deparado com uma espécie de bolinho triangular envolto por uma faixinha preta. O preparo, muito apreciado pelos personagens, é o onigiri.

 

“Ele é o equivalente à coxinha ou ao pastel que comemos no Brasil. É muito levado por crianças no lanche da escola, por exemplo. É comum comê-los embaixo, em um piquenique e como um lanchinho no trabalho”, explica Yoko Sano, proprietária do restaurante Taiko.

 

Na casa ela serve o bolinho, que pode ser feito apenas de arroz (R$ 9) ou com recheios, como salmão grelhado,  robalo grelhado e camarão, todos por R$ 14. 

 

“A receita é muito versátil, ela aceita recheios diversos. No Japão usamos uma frutinha, chamada boshi, que tem sabor salgado”, comenta Sano.


Um belo salmão com salada

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Não são apenas receitas pesadas e calóricas que podemos ver nos filmes. Entre as receitas leves que se destacam está o salmão com salada de A vida é bela.


No Balada Mix, o salmão pode vir em duas versões: grelhado (R$ 44,90) e defumado (R$ 39,90), ambas acompanhados por uma caesar salad. “A textura do grelhado fica interessante pelo contraste entre o salmão suave e a salada, é mais crocante”, descreve o gerente da casa Celso Klos. “Já o prato defumado tem um sabor mais presente, além de a proteína vir crua”, ele complementa.


O molho da salada caesar pode vir já misturado ou à parte no prato. “É um molho feito apenas com creme de leite e temperos, fica leve e saboroso e dá um toque especial ao prato”, explica.
Para beber, a casa aposta nos sucos, feitos sempre na hora. “O de cacau com uva fica muito saboroso e combina bem com o prato. Outra pedida é o de frutas vermelhas”, sugere Klos. Na casa os sucos são servidos em dois tamanhos: 380ml (R$ 8,90) e 680ml (R$ 13,90).

Dona Flor e a moqueca de Vadinho

 ( Ana Rayssa/Esp. CB/D.A. Press)

O boêmio Vadinho, primeiro marido de Dona Flor, tem entre as iguarias baianas uma preferência: a moqueca de siri-mole. A dona de casa, sofre com as aparições do espírito do marido.


Para provar o prato preferido do personagem criado por Jorge Amado no restaurante Ki-Mukeka é preciso verificar com antecedência a disponibilidade. O proprietário e chef da casa, Nelson Oliveira, explica que a moqueca de siri-mole (R$ 96) depende da maré e da lua, pois é quando os siris trocam de casca.


O baiano dá uma alternativa ao prato: a moqueca de siri-catado (R$ 88), o mesmo crustáceo após a troca da casca. Os pratos são preparados com leite de coco e azeite de dendê, ou em formato de ensopado, onde o azeite de dendê é substituído pelo de oliva.

Casamento crocante

 (Antonio Cunha/CB/D.A Press)

As características culturais da bem-humorada família Portokalos são o que torna Casamento grego um filme para se ter no acervo. No longa, o casal Toula e Ian Miller se vê no desafio de adaptar-se aos costumes da família da noiva. A variedade impressionante garante um panorama da riqueza de sabores do país mediterrâneo.


Entre os quitutes apresentados está a spanakopita, entrada à base de massa folhada recheada com espinafre, queijo parmesão, alho-poró, cebolinha, endro e queijo tipo feta servida no restaurante no restaurante O grego a R$ 28, seis unidades.


“Para o queijo ser considerado feta é preciso ter a denominação de origem grega. Por isso utilizamos o tipo feta, que é a maneira mais próxima que temos de chegar ao ingrediente no Brasil”, ressalta o chef grego Antonios Iliopoulos.


No filme, o prato é oferecido aos pais de Ian durante a primeira visita na casa da família Portokalos, momento que marca as diferenças entre as duas famílias.


“A massa não pode ficar com muita manteiga e os itens devem ser frescos”, destaca o chef, que viu no sistema self-service (R$ 37 — o quilo) uma forma efetiva de apresentar pratos da culinária grega aos brasilienses.

Um clássico das panelas

 (fOTOS: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Um dos pratos ícones da França ganha vida pelas mãos de Julie, fã incondicional da cozinheira e apresentadora de tevê Julia Child no filme Julie & Julia.


O boeuf bourguignon marca o momento que ela passa a dominar o desafio de preparar as receitas da simpática e desengonçada cozinheira americana.


O chef Geraldo Brito, que já cozinhou para Lady Di, Elizabeth II e príncipe Charles, oferece a versão do prato francês preparada com acém, cebola charlotte, cogumelos-paris, bacon e cenoura ao molho de vinho tinto seco no menu fixo do Sincera Café às sextas-feiras (R$ 34,90).


O prato camponês era preparado pelo chef durante os anos em que trabalhou na Embaixada do Brasil na Inglaterra. Ele costuma preparar no forno e finalizar no fogão. “Faço isso para evitar que a farinha não grude no fundo da panela e para garantir um cozimento uniforme e mais rápido”, destaca o chef.

O bolinho dos contrastes


O petit gâteau é uma sobremesa que caiu nas graças do brasiliense. Na Chocolateria Brasileira, a clássica receita (R$ 14,90) — bolo de chocolate com o recheio cremoso, acompanhado de sorvete de creme — é encontrada ao lado de uma versão abrasileirada.


Para a proprietária Sophia Athila, a adoração pela sobremesa entre os brasilienses tem relação com o clima. “Como aqui é seco, o sorvete cai bem, além do contraste de temperaturas ser bem interessante”, diz.
A outra pedida da casa é o petit Brasil (R$ 27,90), bolo de chocolate cremoso com creme de chocolate ao leite, frutas da época, castanhas e sorvete. “É um prato exclusivo nosso; por ser grande, muita gente escolhe dividir o preparo”, sugere.


Para beber, a dica é o café mentolado (R$ 6,80), espresso, leite vaporizado, essência de menta, chantili e calda de menta. “Esse café é refrescante, combina bem com a sobremesa e ainda vem acompanhado por uma barrinha de chocolate, que pode ir na bebida ou ser comida”, descreve Sophia.

Waffle romântico


A comédia romântica Como se fosse a primeira vez, estrelada por Drew Barrymore e Adam Sandler, tem um início para lá de comum: o casal Henry e Lucy se conhece numa lanchonete durante o café da manhã. Apaixonada por waffles, a moça monta uma cabana no próprio prato quando vê o rapaz pela primeira vez.


A creperia Le Camom, famosa pelo cardápio extenso de waffles, apresentou uma versão da massa de chocolate na cor bordô com ganache trufada de chocolate branco e cream cheese (R$ 19,80). “Nos Estados Unidos e no Canadá as pessoas são fascinadas por red velvet. Quis aproveitar uma tendência de mercado que está chegando com tudo no Brasil”, ressalta a proprietária Ana Arcoverde, que lançou itens na linha como o chocolate quente e o chocolate gelado red velvet.


O sabor de waffle doce campeão de vendas é o bobule, waffle de liège, coberto com amoras, framboesas, morangos e blueberry (R$ 24,80). Já o waffle folhado com terrine de fígado de pato (R$ 24,30) lidera entre as opções salgadas.


Mesmo com o toque abrasileirado, os waffles da casa têm influência da escola belga: são preparados artesanalmente com fermento de pão, manteiga e cristais de açúcar, o que, segundo Ana, garante textura e um acabamento brilhante.


Apesar de ser comum no café da manhã, das 8h às 12h, os waffles são comercializados durante todo o horário de funcionamento da casa, exceto as duas versões de waffles de omelete (R$ 16,80 e R$ 18,40), servidas apenas no período matutino.

ONDE COMER


Balada mix
(202 Sul, Bl. A, lj 4; 3222-5350), aberto todos os dias, das 11h30 às 0h.

 

Capital Steakhouse
(CLSW 104, Bl. D, lj C, Sudoeste
3344-0443), aberto de segunda a quinta, das 11h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 12h à 0h.

 

Chocolateria brasileira
(ParkShopping; 3036-2635), aberto de segunda a sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 14h às 20h.

 

Felicità
(306 Norte, Bl. A, lj. 2; 3274-5086), aberto segunda, das 18h à 0h; e de terça a domingo, das 12h à 0h.

 

O grego
(216 Norte, Bl. A lj. 24; 3024-9290), aberto de terça a sexta, das 11h30 às 15h30 e das 16h às 22h;
sábado, das 11h às 23h; e domingo, das 11h às 16h.

 

Ki-Mukeka
(Setor de Hotéis e Turismo Norte, Tr.2, Conj. 5C; 3306-1015), aberto de segunda a quinta, das 11h30 às 16h; sexta, sábado e domingo, das 11h30 às 18h.

 

Le Camon
(CLSW 302, Bl.A, ljs. 8 e 9; 3028-1414), aberto de segunda a quinta, das 16h à 0h; sexta e sábado, das 16h à 1h; e domingo, das 16h à 0h.

 

Sincera Café
(112 Norte Bl. C, lj. 2; 3033-6474), aberto de segunda a sexta, das 8h às 19h; e sábado, das 9h às 16h.

 

Taiko
(Shis QI 11, Deck Brasil, Lago Sul; 3365-1678), aberto segunda, das 12h às 15h, e de terça a domingo, das 12h às 23h.

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