Receitas apresentadas nos cinemas trazem sabor para a vida dos telespectadores
Com o Oscar chegando, está na hora de respirar e viver o cinema. Mas enquanto isso, que tal uma comidinha à moda de Hollywood?
Alguns filmes, além de emocionar ou divertir, nos deixam com água na boca. São os que mostram cenas à mesa, sempre com um prato caprichado ou cenas inspiradas — e inspiradoras! — na gastronomia. Com o Oscar batendo à porta (o maior prêmio do cinema mundial será entregue no domingo), vale a pena recapitular receitas servidas em filmes.
Na cantina Felicità, o clássico espaguete com almôndegas da animação A Dama e o Vagabundo é recriado. “Essa é uma receita simples, mas muito interessante. Serve tanto para adultos quanto para os pequenos, que adoram”, comenta o proprietário, Ivan de Souza Dias.
O onigiri, tradicional bolinho japonês de arroz, também é um sucesso entre os pequenos. “As crianças no Japão levam de lanche na escola. A receita tem sabor suave e é muito prática”, conta a proprietária do Taiko Sushi, Yoko Sano, sobre a iguaria de outra animação: A viagem de Chihiro.
Entre os franceses, não poderia faltar o petit gâteau, muito bem retratado, em sua versão original, no filme Intocáveis, também de nacionalidade francesa.
O boeuf bourguignon é também uma das estrelas no divertido Julie & Julia. “O boeuf bourguignon tem molho encorpado e ficou amplamente conhecido nos países de língua inglesa graças à gourmet Julia Child”, relembra o chef Geraldo Brito, do Sincera Café.
O Brasil é representado pela moqueca de siri-mole, prato preferido de Vadinho, um dos amados de Dona Flor — aquela dos dois maridos. “O siri-mole é o siri enquanto troca de casca durante a mudança de fase da lua quando a maré está cheia”, destaca o chef do Ki-Mukeka, Nelson Oliveira.
Perdido, mas com muita batata

A batata é um ingrediente imprescindível na gastronomia. O tubérculo é preparado de muitas formas e com vários temperos, é usado em receitas simples, elaboradas, saudáveis e naquelas que fogem da dieta.
No longa Perdido em Marte, o protagonista planta batatas dentro da espaçonave. Isso ajuda o astronauta a ter alimento para os dias que se passam antes de ser resgatado.
No Capital Steak House, o cliente pode escolher entre quatro versões de batatas. Primeiro, a clássica batata frita (R$ 15,45), na qual o ingrediente é primeiro cozido e depois frito. Segundo, em uma versão mais autoral, aparece a special french fries (R$ 35,45), coberta por mix de cheddar e muçarela e finalizada com bacon em pequenos cubos, acompanhada de molhos barbecue da casa e honey mustard.
Depois aparece o purê de batata, batizado de mashed botato (R$ 17,95), receita que cai bem com os pratos da casa, como o baby back ribs (R$ 51,95), corte suíno grelhado e finalizado com o molho barbecue. “No purê colocamos caldo de frango, temperos e creme de leite”, explica o gerente do local, Robson Lima.
Por último, a batata recheada lidera a preferência dos clientes da casa — “é o acompanhamento mais pedido”. O preparo é feito com a batata assada, recheada com mix de cheddar e muçarela, sour cream, margarina especial, bacon em cubos e cebolinha. “É uma batata grande, vale por uma refeição”, alerta o gerente.
Carne, massa e amor
No clássico da Disney A dama e o vagabundo, a estrela das mesas é o espaguete com almôndegas.
No Felicità, o prato espaguetti e almondegas (R$ 37,90) é preparado com massa fresca e caseira. “Nosso molho pomodoro leva apenas temperos e tomate”, detalha o proprietário Ivan de Souza Dias.
As almôndegas são preparadas com pouca farinha de rosca. “A farinha de rosca ajuda a dar liga e aerar o preparo”, explica.
Para harmonizar e criar o clima romântico da animação, a dica é o um cabernet, que “combina tanto com o molho de tomate quanto com a almôndega.”
Um lanchinho oriental
Quem já viu um desenho japonês, como A viagem de Chihiro, deve ter se deparado com uma espécie de bolinho triangular envolto por uma faixinha preta. O preparo, muito apreciado pelos personagens, é o onigiri.
“Ele é o equivalente à coxinha ou ao pastel que comemos no Brasil. É muito levado por crianças no lanche da escola, por exemplo. É comum comê-los embaixo, em um piquenique e como um lanchinho no trabalho”, explica Yoko Sano, proprietária do restaurante Taiko.
Na casa ela serve o bolinho, que pode ser feito apenas de arroz (R$ 9) ou com recheios, como salmão grelhado, robalo grelhado e camarão, todos por R$ 14.
“A receita é muito versátil, ela aceita recheios diversos. No Japão usamos uma frutinha, chamada boshi, que tem sabor salgado”, comenta Sano.
Um belo salmão com salada
Não são apenas receitas pesadas e calóricas que podemos ver nos filmes. Entre as receitas leves que se destacam está o salmão com salada de A vida é bela.
No Balada Mix, o salmão pode vir em duas versões: grelhado (R$ 44,90) e defumado (R$ 39,90), ambas acompanhados por uma caesar salad. “A textura do grelhado fica interessante pelo contraste entre o salmão suave e a salada, é mais crocante”, descreve o gerente da casa Celso Klos. “Já o prato defumado tem um sabor mais presente, além de a proteína vir crua”, ele complementa.
O molho da salada caesar pode vir já misturado ou à parte no prato. “É um molho feito apenas com creme de leite e temperos, fica leve e saboroso e dá um toque especial ao prato”, explica.
Para beber, a casa aposta nos sucos, feitos sempre na hora. “O de cacau com uva fica muito saboroso e combina bem com o prato. Outra pedida é o de frutas vermelhas”, sugere Klos. Na casa os sucos são servidos em dois tamanhos: 380ml (R$ 8,90) e 680ml (R$ 13,90).
Dona Flor e a moqueca de Vadinho
O boêmio Vadinho, primeiro marido de Dona Flor, tem entre as iguarias baianas uma preferência: a moqueca de siri-mole. A dona de casa, sofre com as aparições do espírito do marido.
Para provar o prato preferido do personagem criado por Jorge Amado no restaurante Ki-Mukeka é preciso verificar com antecedência a disponibilidade. O proprietário e chef da casa, Nelson Oliveira, explica que a moqueca de siri-mole (R$ 96) depende da maré e da lua, pois é quando os siris trocam de casca.
O baiano dá uma alternativa ao prato: a moqueca de siri-catado (R$ 88), o mesmo crustáceo após a troca da casca. Os pratos são preparados com leite de coco e azeite de dendê, ou em formato de ensopado, onde o azeite de dendê é substituído pelo de oliva.
Casamento crocante
As características culturais da bem-humorada família Portokalos são o que torna Casamento grego um filme para se ter no acervo. No longa, o casal Toula e Ian Miller se vê no desafio de adaptar-se aos costumes da família da noiva. A variedade impressionante garante um panorama da riqueza de sabores do país mediterrâneo.
Entre os quitutes apresentados está a spanakopita, entrada à base de massa folhada recheada com espinafre, queijo parmesão, alho-poró, cebolinha, endro e queijo tipo feta servida no restaurante no restaurante O grego a R$ 28, seis unidades.
“Para o queijo ser considerado feta é preciso ter a denominação de origem grega. Por isso utilizamos o tipo feta, que é a maneira mais próxima que temos de chegar ao ingrediente no Brasil”, ressalta o chef grego Antonios Iliopoulos.
No filme, o prato é oferecido aos pais de Ian durante a primeira visita na casa da família Portokalos, momento que marca as diferenças entre as duas famílias.
“A massa não pode ficar com muita manteiga e os itens devem ser frescos”, destaca o chef, que viu no sistema self-service (R$ 37 — o quilo) uma forma efetiva de apresentar pratos da culinária grega aos brasilienses.
Um clássico das panelas
Um dos pratos ícones da França ganha vida pelas mãos de Julie, fã incondicional da cozinheira e apresentadora de tevê Julia Child no filme Julie & Julia.
O boeuf bourguignon marca o momento que ela passa a dominar o desafio de preparar as receitas da simpática e desengonçada cozinheira americana.
O chef Geraldo Brito, que já cozinhou para Lady Di, Elizabeth II e príncipe Charles, oferece a versão do prato francês preparada com acém, cebola charlotte, cogumelos-paris, bacon e cenoura ao molho de vinho tinto seco no menu fixo do Sincera Café às sextas-feiras (R$ 34,90).
O prato camponês era preparado pelo chef durante os anos em que trabalhou na Embaixada do Brasil na Inglaterra. Ele costuma preparar no forno e finalizar no fogão. “Faço isso para evitar que a farinha não grude no fundo da panela e para garantir um cozimento uniforme e mais rápido”, destaca o chef.
O bolinho dos contrastes
O petit gâteau é uma sobremesa que caiu nas graças do brasiliense. Na Chocolateria Brasileira, a clássica receita (R$ 14,90) — bolo de chocolate com o recheio cremoso, acompanhado de sorvete de creme — é encontrada ao lado de uma versão abrasileirada.
Para a proprietária Sophia Athila, a adoração pela sobremesa entre os brasilienses tem relação com o clima. “Como aqui é seco, o sorvete cai bem, além do contraste de temperaturas ser bem interessante”, diz.
A outra pedida da casa é o petit Brasil (R$ 27,90), bolo de chocolate cremoso com creme de chocolate ao leite, frutas da época, castanhas e sorvete. “É um prato exclusivo nosso; por ser grande, muita gente escolhe dividir o preparo”, sugere.
Para beber, a dica é o café mentolado (R$ 6,80), espresso, leite vaporizado, essência de menta, chantili e calda de menta. “Esse café é refrescante, combina bem com a sobremesa e ainda vem acompanhado por uma barrinha de chocolate, que pode ir na bebida ou ser comida”, descreve Sophia.
Waffle romântico
A comédia romântica Como se fosse a primeira vez, estrelada por Drew Barrymore e Adam Sandler, tem um início para lá de comum: o casal Henry e Lucy se conhece numa lanchonete durante o café da manhã. Apaixonada por waffles, a moça monta uma cabana no próprio prato quando vê o rapaz pela primeira vez.
A creperia Le Camom, famosa pelo cardápio extenso de waffles, apresentou uma versão da massa de chocolate na cor bordô com ganache trufada de chocolate branco e cream cheese (R$ 19,80). “Nos Estados Unidos e no Canadá as pessoas são fascinadas por red velvet. Quis aproveitar uma tendência de mercado que está chegando com tudo no Brasil”, ressalta a proprietária Ana Arcoverde, que lançou itens na linha como o chocolate quente e o chocolate gelado red velvet.
O sabor de waffle doce campeão de vendas é o bobule, waffle de liège, coberto com amoras, framboesas, morangos e blueberry (R$ 24,80). Já o waffle folhado com terrine de fígado de pato (R$ 24,30) lidera entre as opções salgadas.
Mesmo com o toque abrasileirado, os waffles da casa têm influência da escola belga: são preparados artesanalmente com fermento de pão, manteiga e cristais de açúcar, o que, segundo Ana, garante textura e um acabamento brilhante.
Apesar de ser comum no café da manhã, das 8h às 12h, os waffles são comercializados durante todo o horário de funcionamento da casa, exceto as duas versões de waffles de omelete (R$ 16,80 e R$ 18,40), servidas apenas no período matutino.
ONDE COMER
Balada mix
(202 Sul, Bl. A, lj 4; 3222-5350), aberto todos os dias, das 11h30 às 0h.
Capital Steakhouse
(CLSW 104, Bl. D, lj C, Sudoeste
3344-0443), aberto de segunda a quinta, das 11h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 12h à 0h.
Chocolateria brasileira
(ParkShopping; 3036-2635), aberto de segunda a sábado, das 10h às 22h; e domingo, das 14h às 20h.
Felicità
(306 Norte, Bl. A, lj. 2; 3274-5086), aberto segunda, das 18h à 0h; e de terça a domingo, das 12h à 0h.
O grego
(216 Norte, Bl. A lj. 24; 3024-9290), aberto de terça a sexta, das 11h30 às 15h30 e das 16h às 22h;
sábado, das 11h às 23h; e domingo, das 11h às 16h.
Ki-Mukeka
(Setor de Hotéis e Turismo Norte, Tr.2, Conj. 5C; 3306-1015), aberto de segunda a quinta, das 11h30 às 16h; sexta, sábado e domingo, das 11h30 às 18h.
Le Camon
(CLSW 302, Bl.A, ljs. 8 e 9; 3028-1414), aberto de segunda a quinta, das 16h à 0h; sexta e sábado, das 16h à 1h; e domingo, das 16h à 0h.
Sincera Café
(112 Norte Bl. C, lj. 2; 3033-6474), aberto de segunda a sexta, das 8h às 19h; e sábado, das 9h às 16h.
Taiko
(Shis QI 11, Deck Brasil, Lago Sul; 3365-1678), aberto segunda, das 12h às 15h, e de terça a domingo, das 12h às 23h.