Brasília-DF,
14/DEZ/2024

Culinária italiana caiu de vez no gosto popular brasiliense

Coluna Favas Contadas fala da proliferação gastronômica na cidade

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Liana Sabo Publicação:20/05/2016 07:00Atualização:19/05/2016 11:58

 

 

De longe, é a culinária italiana a que mais se prolifera na cidade. O termo “italiano” usado com referência à comida significa muito pouco para a maioria dos italianos. Para eles, existem a culinária florentina, a culinária veneziana, os pratos de Gênova, do Piemonte, da Romagna; de Roma, de Nápoles, da Sardenha, da Sicilia ou da Lombardia. Para nós, os detalhes são pouco nítidos porque, acima de tudo, o brasileiro ama a cozinha italiana.


Daí, vez por outra, surge nova casa na cidade. Depois do Fatti a Mano; do Fortunello; do Gatto Nero, que deu filhote na 208 Sul; do Lucca, relançado no Brasil 21; do Piazza 8; do Piccolo Emporium, transferido de Águas Claras para a 209 Sul; do Abbraccio e até do Olivae, que vai ganhar uma pegada italiana com a consultoria de Carlos Bertolazzi, chega agora uma nova grife.

Leve para casa

Chama-se Scarpetta Massas e Molhos — que, como o nome sugere, vende mesmo massas e molhos, mas para serem levados para casa, porque o bistrô propriamente dito “só abrirá daqui a três ou quatro meses”, prevê a proprietária, Ieda Miccieli, que trocou a lojinha do Giraffas, instalada desde 1981 no estacionamento do Pão de Açúcar do Lago Norte, pelo novo negócio. Scarpetta é aquele pedaço de pão que os italianos costumam passar no prato para enxugar o molho que restou. Em Miami, há um restaurante com esse nome, que fica na Collins Avenue 4441.


Provavelmente tenha sido nele que Ieda se inspirou para batizar a loja. O marido, Claudio Miccieli, é um dos proprietários da rede Giraffas, marca brasiliense que está em 128 cidades brasileiras; em Ciudad del Este, no Paraguai; e em Miami, com sete unidades.

Cardápio


Do ravióli ao tortellini com nozes e ossobuco; dos nhoques de batata inglesa e baroa ao espaguete (tradicional e integral); do fettuccine (tem até sem glúten) à lasanha nas versões bolonhesa, quatro queijos e mediterrânea – há uma farta seleção de massas. Pela variedade, os molhos não ficam atrás. Pomodori, mediterrâneo, quatro queijos, funghi, bechamel, pesto, além do brodo, o caldo básico que acompanha o capeletti. Azeite, embutidos espanhóis e sorvete ainda fazem parte do portfólio. Telefone 3532-0772.


A loja instalada no quiosque 11 do estacionamento na QI 2 do Lago Norte, comercializa também a marca Sanfelice. É que as duas massas têm o mesmo produtor e podem ser encontradas no site www.sosentrega.com.br. Um dos proprietários, Richard Thoele, informa que o delivery não se limita só às massas e aos molhos, mas “estamos comercializando carnes e peixes porcionados, graças a uma parceria com um frigorífico de Luziânia que nos permite oferecer preços imbatíveis”, conta. Telefone: 3702-0100

Japa junino


O clube nipo brasileiro, situado na Avenida das Nações, Tr. 1 abre as portas ao público nos dias 3, 4 e 5 de junho para a festa junina, que já se tornou tradição desde a fundação da entidade, em 1975. Em novo formato, a 30ª edição da festa — que só deixou de ser realizada nos últimos quatro anos — terá uma pegada essencialmente gastronômica, com a participação de grandes nomes que defendem a cozinha japonesa em Brasília.


Estão confirmadas as presenças do chef Cristiano Komiya, herdeiro da mais nobre estirpe culinária nipônica — o pai, Komiya San, preparou o banquete para o imperador do Japão — e da chef Alice Yamanishi, responsável pelo restaurante Yuzu-an, ancorado dentro do próprio clube às margens do lago. Cristiano fará yakissoba (R$ 25) e tempurá de camarão (R$ 20) e de legumes (R$ 15), enquanto Alice se ocupará das robatas, que são espetinhos de frango e de legumes.

Tradição


Nem cream cheese nem abacate, garante o empresário Kerley Horikawa, sócio-proprietário do Dom Francisco do Pátio Brasil. Ele divide a coordenação-geral da festa com Hideo Mikami e os dois tiveram o cuidado de convocar, entre os restaurantes dedicados à gastronomia japonesa, somente os tradicionais. Kobe, Miwa Restaurante, Taiko e Katsu Lamen são outras grifes convidadas.

Além delas, está prevista a participação de mais dois chefs locais: Renata Carvalho, do restaurante Loca como tu madre, vai fazer arroz carreteiro com charque e linguiça defumada (R$ 25); e Rodrigo Almeida, do Respeitável Burger. No shawarma, sanduíche árabe de fatias finas de carne ou frango no pão sírio, com muçarela, legumes e amendoim Rodrigão incorpora uma pitada japonesa com o molho teriyaki de quentão, por R$ 18.


Música e cultura são dois outros segmentos importantes que completam o tripé da festa. Na sexta-feira, 3 de junho, a partir das 18h, haverá apresentação do grupo de taiko (tambor) Hikaridaiko e RKMD do cantor Alyson Takaki e do grupo de dança japonesa Bon Odori. No sábado, estreia o cantor Edson Saito e no domingo, haverá reapresentação dos grupos. Para quem se preocupa com a beleza, o cabeleireiro Helio Nakanishi terá um espaço, com os serviços de corte e hidratação. Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) poderão ser adquiridos no site festajuninadonipo.com.br.

Ranking brasiliense


O Brinda Brasil, mostra do espumante brasileiro que será realizada em 7 de junho, no Coco Bambu, traz este ano uma novidade: concurso da melhor bebida em sete categorias diferentes. Moscatel, brut branco charmat, brut rosé charmat, brut champenoise branco, brut champenoise rosé, nature e demi sec disputarão medalhas de ouro, prata e bronze. Um júri técnico, outro popular darão a palavra final sobre as espumas. Tim-tim!

Sorte, Brasil!


No Gero, mais famoso templo gastronômico da pauliceia em Brasília, o prato mais pedido nos dias que sucederam a posse de Temer, foi o robalo grelhado (foto) servido com molho de lentilhas e brunoise de legumes (cenoura, abobrinha e tomate) feito com um rôsti de carne num delicioso contraste com o sabor do peixe. Sabem a razão? “Esta sugestão foi lançada no réveillon, como um sinal de sorte”, explica o gerente-geral Celio Freitas, que conhece as preferências culinárias de cada cliente.


Pão de linguiça


Vera napoletana, a pizza mais premiada da cidade, tem agora a companhia de outra iguaria igualmente popular — porque é servida nas ruas de Nápoles, onde o chef Gil Guimarães foi buscar inspiração para lançar o tortano napoletano. Trata-se de um pão, feito numa forma de bolo, com farinha 00 e banha e recheado com linguiça, ovo e provolone defumado (foto). Sai por R$ 13, a fatia na Baco Pizzaria 408 Sul.

Petiscos na moda


Há muitas opções de comidinhas no Extra Chique Outlet, evento de moda a realizar neste fim de semana a sua 26ª edição, no Pontão do Lago Sul. Oferecidas especialmente em foodtrucks, no estacionamento no local. Neles, você poderá comer petiscos mexicanos, como burritos, quesadilha, tacos e guacamole, no Don Burrito; cachorro-quente com maionese caseira, milho, muçarela, molho de tomate e batata palha no Doutor Dog; e crepes doces e salgados feitos com farinha integral no Frisson Crepes. Há ainda uma pegada japonesa no Samurai, além de hambúrgueres de picanha e coxinhas da asa empanadas. O serviço de vinho ficou por conta da Art du Vin, enquanto pipocas, bolos e sorvetes dão o arremate final.

Superação


“Eu me sinto como fênix renascido das cinzas”, exclamou o empresário Gilberto Costa Manso (foto), que desde domingo cuida de remover o entulho, limpar e pintar a Belini Pães e Gastronomia, acometida de um incêndio. “Perdemos todos os produtos, até mesmo azeites e vinhos, cujas embalagens de lata e vidro, ainda que intactas, passaram por alta temperatura”, lamenta.


Inaugurada em 2001, a Belini é um dos mais tradicionais points da cidade. Apesar das chamas, a padaria não interrompeu a produção. “Estamos produzindo todos os itens, só que em menor quantidade”, diz o proprietário, que pretende reabrir a loja ainda amanhã, se for possível.

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