Chefs criam receitas apoiadas em cortes ousados de carne de porco
Coluna Favas contadas traz preparos especiais que apostam na versatilidade da carne suína
Do focinho ao rabo
Pelas mãos de chefs criativos a carne de porco ganha leituras apoiadas em cortes ousados, que pouco lembram a tradicional trinca lombo/costela/bisteca. Como o brasiliense, André Batista, de 34 anos, que não se contenta em extrair do animal apenas o convencional.
Da entrada à sobremesa, do drinque à tábua de frios, do petisco à sobremesa — todos os itens de um menu completo oferecido por ele, são elaborados com cortes suínos.
“Para mim, a carne de porco é a mais saborosa do mundo”, afirma o chef, que abrirá segunda-feira as portas de seu Oinc Bar, pequeno, alegre e colorido estabelecimento, cujo sugestivo nome o torna divertido.
“Aqui parece a Vila do Chaves”, brinca Batista, lembrando a semelhança do espaço no subsolo do Bloco E da 408 Norte, vizinho à Oficina de Cerâmica, com a cenografia do mais famoso programa de televisão mexicana.
Origem
De uma família goiana da Chapada dos Veadeiros, André experimentou a cozinha da roça, como o frango caipira de Colinas do Sul e a carne de porco de Silvânia, até optar pela segunda, na qual se especializou depois de ter trabalhado em renomados restaurante da cidade, como Patu Anu e Brasserie Alice, extinto no Lago Sul, antes de se transferir para Anápolis para “aprender a culinária árabe”.
Há três anos, o chef autodidata lançou uma grife de linguiça, Cacciatore Charcutaria instalada no Altiplano Leste, onde são fabricados três tipos de embutidos: de barriga de porco com bacon; de pernil com páprica picante e ervas; e de pernil com picles jalapeño e cominho.
Inspiração oriental
A experiência no desenvolvimento de receitas suínas levou André a se lançar num projeto temático “para mostrar o quanto a carne de porco pode ser versátil”. Até o rolinho primavera é de porco. O prato, que simboliza prosperidade, vem com geleia de abacaxi picante. Oito unidades saem por R$ 29.
Ele não esconde que, pelo menos uma receita,“é cópia da Casa do Porco”, do chef Jefferson Rueda. É um delicioso torresminho de pele crocante feito de uma gorda barriga de porco e servido com geleia de amora picante por R$ 5.
Mais uma opção é o kimchi (coreanos dizem que sem ele não vivem), salada de couve, acelga, pepino, rabanete e muita pimenta, que deve ser degustado com o lombo empanado com panko (foto). Há ainda leitão a passarinho com farofa de panko por R$ 51. Vai funcionar de segunda a quarta, das 17h à 1h, e de quinta a sábado, das 17h às 2h. Telefone: 99657-5038.
Tributo ao Torre Palace
Não há um gourmet com mais de 20 anos nesta cidade que não tenha frequentado o Torre Palace. Point gastronômico de várias tendências, o hotel pioneiro era o endereço que melhor refletia a cultura árabe da mesa farta. “Enquanto outros povos comem para viver, o árabe vive para comer”, sintetizava Raif Gibran, um dos oito herdeiros de Gibran El Hadj, falecido no ano 2000.
El Hadj, que ganhou o terreno para construir o hotel das mãos do presidente Juscelino Kubitschek, tinha no 13º andar um restaurante com seu nome. O último piso, que descortinava uma das mais belas vistas da cidade, abrigou, mais tarde, uma boate antes de receber o DuBrasil, de culinária brasileira, que durou poucos meses.
Raif Jibran, que comandava o hotel tendo os irmãos como sócios, sonhava em transformá-lo num centro de gastronomia, com cursos para cozinheiros, garçons e afins. Não chegou a realizar a proposta, mas diversificou a culinária oferecida.
No salão térreo, funcionou o Tanoor com um esplêndido bufê de comida árabe, cuja atração era o carneiro recheado com arroz e lentilha, receita de Dona Reni Cury El Hadj, matriarca da família de origem libanesa. Depois do Tanoor, veio o Takê, restaurante aberto em 2005 e comandado pelo chef japonês Ryozo Komiya.
Completava o trio um italiano de nome Giuseppina, montado na cobertura e pilotado pela chef Nara Codo. Desavença na família mudou o foco do negócio, que, por ironia do destino, acabou confirmando uma das máximas sempre lembradas por Raif Gibran: “Se o árabe não oferecer todos os dias um banquete em sua casa, os amigos vão dizer que ele está pobre”.
Menu dos apaixonados

Considerado o melhor faturamento do ano, a noite do Dia dos Namorados é uma data imperdível para o restaurateur. Nem que caia num domingo, dia em que a maioria dos estabelecimentos não abre, a não ser pizzarias. Por isso, há boas
dicas em todos os lugares. Veja algumas:
Minibolinhos e salada de bacalhau com feijão manteiguinha de entrada;
filé-mignon ao molho de cerveja preta ou filé de pescada amarela (foto) com tomatinhos, alcaparras manjericão e purê de raízes (mandioca e batata-baroa), além de sobremesa é o menu que a grife Dom Francisco sugere (R$ 85, por pessoa) amanhã e domingo
nos endereços da 402 Sul (3224-1634) e Asbac (3224-8429).
O Jambu, que acaba de lançar hambúrguer, oferece no jantar de domingo pato com molho de cachaça, musseline de cenoura e farofa de jambu, cebola caramelizada, banana da terra e pimenta biquinho por R$ 440 para o casal com direito a um espumante Valduga, além do couvert, entrada e sobremesa. Reservas:
3081-0900.
No Taypá, a opção se dará entre atum em crosta de gergelim ao molho agridoce com purê de ervilha e wasabi; paleta de cordeiro desossada e braseada em seu próprio molho sobre mandioca cremosa e aspargos e filé-mignon gratinado com mistura de queijos ao molho de mostarda, batatas infladas e cenoura doce. Qualquer um dos pratos com entrada e sobremesa fica em R$ 120, por pessoa. Reservas: 3248-0403.
Limoncello amplia a comemoração para duas noites: sábado e domingo, mas as reservas vão só até as 21h30 com cardápio de R$ 159 por pessoa (camarões flambados no uísque com purê de maçã verde e fonduta de grana padano ou tornedor com crosta de cogumelos, risoto de gruyère ao molho Jack Daniels) que inclui entrada e sobremesa. Telefone: 3226-3208.
já o Cru Balcão Criativo propõe três horários para o jantar: 19h, 21h e 23h, com menu que permite escolher entre medalhão com molho roti e legumes salteados; risoto de camarão ou peixe salteado no shoyo com aspargos e camarões e maionese caseira por R$ 139. Reservas: 3323-5961.
Chocolate rima com amor. Por isso, Maria Amélia lançou um ludo para jogar a dois com dadinho. Em cada casa, há uma tarefa — massagem, beijo ou tire uma roupa — e uma barrinha que vem dentro da Caixa dos Desejos.
Fora do Plano há um restô no Grande Colorado, o Villa Itália que elaborou cinco menus com entrada, prato principal e sobremesa, com preços de R$ 45 a R$ 70. Taça de espumante está inclusa. Reservas: 3532-8516.