Brasília-DF,
10/DEZ/2024

Confira as opções de ceias natalinas que fogem do tradicional

De culinária árabe à indiana, destacamos diversas opções para inovar o clássico de natal

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Rebeca Oliveira Publicação:16/12/2016 06:20Atualização:16/12/2016 08:43
Bife de glúten e molho madeira: ceia vegana - porque não? (Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press)
Bife de glúten e molho madeira: ceia vegana - porque não?
 
A primeira imagem que vem à cabeça quando falamos de ceia natalina é a de um enorme peru, rodeado por frutas, farofas e afins. Nada contra. Mas o jantar do próximo dia 24 pode ser bem mais criativo. Sugerimos oito opções de pratos e acompanhamentos para uma ceia original, sem perder a identidade festiva que a ocasião evoca. E ainda tem uma estante com bebidas que dão charme e harmonizam com os quitutes!
 
A começar por aqueles que adotam o estilo de vida vegetariano e vegano. Mais que uma dieta, o veganismo é um estilo de vida que propõe uma relação respeitosa com todos os seres vivos. Para eles, nada de aves típicas do período. 
 
“Tem salpicão, sim, mas é de jaca verde, não de frango”, adianta Tainá Forthmann, responsável pelo Panelô – Culinária Vegana. E tender. De carne de soja!
 
Parceria é a palavra de ordem dessa época para Nicole Magalhães, do PiauÍndia. Aproveitando o conceito de confraternizar, ela e o marido, Evandro Viana, se juntaram a Simon Lau, do extinto Aquavit, no menu de encomendas do restaurante. 
 
“Já tínhamos essa vontade gostosa de fazer um trabalho juntos. E vi que o Natal era a oportunidade única. Estar na mesa de todos de forma inusitada representa a união que é essa festa. É o momento de confraternizar culturas, amores, sabores. Foi o momento certo para a nossa criação”, elucida a sócia do restaurante de cozinha afetiva indiana que toca o local em parceria com o marido, Evandro Viana, a fatia “piauense” do endereço. 
  
Sem carne 
 
Em 2012, o IBGE apontou que 8% da população se declarava  vegetariana. Cerca de 15 milhões de pessoas sofriam para achar um restaurante que respeitasse a opção. De lá até aqui, muita coisa mudou. Há muitas casas se especializando em atender ao crescente público vegetariano e vegano.
 
Por conta disso, já não é necessário passar o Natal comendo apenas os acompanhamentos. O Panelô – Culinária Vegana oferece uma ceia completamente vegana.
 
“Faço ceias há cinco anos. Antes, era a chef responsável pelo Café Corbucci, um dos primeiros cafés veganos de Brasília”, relembra Tainá Forthmann, a responsável pelo Panelô
 
Há salpicão de jaca verde defumada (R$ 55), tender da marca Goshen ao molho cítrico de maracujá e laranja (R$ 85), estrogonofe de cogumelos e grão-de-bico à base de queijo de castanha de caju cremoso e molho de tomate caseiro (R$ 65), e seitan (bife de glúten) em fatias com legumes assados (R$ 70) acompanhado de molho madeira vegano.
 
Outros quitutes de grande procura e que combinam com o menu da festa são as quiches. As tortas são elaboradas com base de crocante de castanha-do-brasil e recheio de queijo cremoso de castanha-de-caju. A ele, pode se somar tomate seco ou cebolas caramelizadas.
 
Os vegetais são múltiplos e permitem infinitas composições. Inclusive em sobremesas, como a torta de damasco com chocolate sem leite mais casca crocante de aveia com açúcar mascavo e recheio de chocolate com geleia do frutinho amarelo.
 
Bacalhau escoltado por confit de mandioquinha, alho assado e demais vegetais no 'Grand Cru'
 (Hannah Gopa/Divulgação)
Bacalhau escoltado por confit de mandioquinha, alho assado e demais vegetais no 'Grand Cru'
 
A hora e a vez dos vegetais
 
Batizado de To go, o sistema de encomendas de Natal do Grand Cru conta com três opções de pratos salgados e uma sobremesa, vendidos em separado. O diferencial é a atenção dada aos vegetais em uma das receitas, os quais ganham a mesma importância das carnes. Algo raro na festa natalina, quando ela acontece aos moldes brasileiros.
 
Essa característica fica evidente no lombo de bacalhau, sutilmente acompanhado por confit de mandioquinha, alho assado, aspargos, tomates cerejas desidratados, ervas frescas e farofa de brioche (R$ 182, para duas pessoas ou R$ 364, para quatro).
 
“Em geral, temos essa mania de comer muita proteína animal em quase todas as receitas. Eu e (o chef) Leônidas Neto começamos a prestar atenção em restaurantes que diminuíram a quantidade de carne no cardápio. Percebemos que os vegetais têm que ter o gosto natural deles. Simplesmente”, resume o chef Alexandre Aroucha.
 
Para chegar a um resultado leve e delicado, a batata-baroa é confitada separadamente. Com sal marinho, é coberta por azeite e ervas. Fica 40 minutos no forno com temperatura regular de 100ºC até estar pronta. Processo igual ao que acontece com o alho.
 
Já a farofa é feita com brioche artesanal da La Boulangerie seco no forno, esfarelado e acrescido de nozes. “A farofa é necessária para a composição do prato, naturalmente mais úmido por conta do azeite abundante”, defende Aroucha. A harmonização certeira fica por conta do espanhol Heras Cordón, safra 2012, de Rioja, ao custo de R$ 165.
 
Evandro Viana, Nicole Magalhães e Simon Lau: cozinha afetiva a seis mãos
 (Zuleika de Souza/Divulgação)
Evandro Viana, Nicole Magalhães e Simon Lau: cozinha afetiva a seis mãos
 
Compartilhando as caçarolas
 
Das mãos de Evandro Viana e Nicole Magalhães, do PiauÍndia, e Simon Lau, ex-Aquavit, surgem um dos mais curiosos menus natalinos do ano. Com uma cozinha de fusão, os chefs montaram um cardápio em que receitas do país oriental (Índia), festivas em sua essência, dividem espaço com sabores dinamarqueses aliados à ingredientes típicos da região, como o saboroso cajuzinho do cerrado.
 
“Não quisemos que a culinária dinamarquesa se tornasse a indiana. Nada de masala com assinatura do Simon Lau. A forma como ele cria os pratos é única, não dava para tentar desconfigurar isso”, comenta Nicole Magalhães. “O encontro veio de uma relação que a gente tinha e que pensávamos: em que momento podemos fazer algo juntos? Achei que, num dia qualquer, isso poderia se perder. Mas trabalhando em uma ceia de Natal, não”, emenda.
 
Da junção da cozinha milenar com a modernidade nórdica nascem delícias como o patê de fígado dinamarquês, terrine de foie gras com cajuzinho do mato confitado, gravid lax ao molho de mostarda, samosas de cordeiro e tâmara, além de roll de chapati (um pão indiano) recheado com frango tandoori.
 
Essas são apenas as sugestões de entradas, seguidas por uma sequência de pratos principais igualmente diversos, como o vegetariano biryani com castanha de baru, lascas de pequi, legumes al dente e ora-pro-nóbis na masala, ou o mesmo biryani (que consiste em um prato à base de arroz) elaborado com cordeiro confit, camarões-rosa, queijo de cabra, iogurte, mix de castanhas-do-brasil e de caju, maçã verde e sementes de girassol.
 
Como esperado, não faltam especiarias e profusão de sabores. Vendidas isoladamente, as receitas – que podem compor um conjunto batizado de “cesta do amor” – têm preço entre R$ 50 e R$ 140. Exigem encomenda prévia até domingo, por telefone ou pelo e-mail familiapiauindia@gmail.com. Para isso, o cliente precisa fazer o pagamento antecipado, no ato da reserva.
 
Almir Campos e a leitoa à pururuca do 'Bartolomeu' (Bárbara Cabral/Esp.CB/D.A Press)
Almir Campos e a leitoa à pururuca do 'Bartolomeu'
 
Bem mais que peru 

Existem mais assados natalinos do que supõe a nossa vã filosofia. Sair do básico é fácil no Bartolomeu, onde pode-se encomendar uma leitoa à pururuca inteira por R$ 450. Em casa, é só incrementar com algum elemento típico, como farofa de nozes. Se a família é pequena, dá para pedir a meia porção por R$ 250.
 
O preparo do leitão leva dois dias. “Começa com uma marinada de alho, pimenta-do-reino branca, vinho, cachaça e ervas, a exemplo de alecrim e tomilho. Depois, é assado por três horas envolto em papel-alumínio”, ensina o chef Almir Campos.
 
Na sequência, o animal volta para a câmara fria de onde foi tirado antes de ir para o forno à lenha e fica de um dia para o outro. No dia seguinte, a leitoa é assada de novo, sem papel-alumínio, por uma hora e meia.
 
Para terminar, é pururucada em chama alta, até criar a emblemática casquinha crocante. “Isso tira a maior parte da gordura da carne”, complementa Almir. Quem quer o prato pode pedi-lo até o dia 23, com entrega no dia 24, até às 16h.
 
Criado em fazenda no Mato Grosso, carne suína do 'Rubaiyat' é mais leve que o normal
 (Rubaiyat/Divulgação)
Criado em fazenda no Mato Grosso, carne suína do 'Rubaiyat' é mais leve que o normal
Assado gourmet
 
Outro assado alternativo a tender, peru e companhia é o baby pork, um clássico do Rubayiat que será vendido sob encomenda para as ceias de Natal e ano-novo. 
 
O porco é criado na fazenda do grupo, no Mato Grosso, com alimentação natural. Por isso, apresenta um sabor diferente, além de uma carne mais magra, dentro de suas possibilidades.
 
O animal é assado por horas e, no formato, recebe a companhia de batatas rústicas, molho rôti e farofa doce. Juntas, as sugestões custam R$ 420. Não se assuste com o preço: os itens servem até oito pessoas.
 
Para fazer a encomenda, é necessário ligar no número 3443-5000 ou ir ao restaurante. É necessária a antecedência mínima de um dia, por conta do processo produtivo, lento e artesanal.

Cordeiro ao molho de romã, uma das especialidades da ceia do 'Empório Árabe'
 ( Empório Árabe/Divulgação)
Cordeiro ao molho de romã, uma das especialidades da ceia do 'Empório Árabe'
Do lado de lá 

Mesmo sem ter  muito costume de comemorar o Natal , os países árabes contemplam pequenas comunidades com ceias fartas. A chef Lídia Nasser, do Empório Árabe, se pauta pelas receitas do outro lado do mundo para lembrar a data. “Juntamos a nossa culinária com os ritos religiosos brasileiros”, explica Lídia. “O Natal do muçulmano equivale à época do ramadã que, esse ano, aconteceu em julho”, diferencia.
 
Coincidentemente, muitos sabores com os quais nos deparamos apenas no fim do ano “batem continência” diária no cardápio do restaurante. Isso explica a habilidade da chef com ingredientes como damasco, nozes e frutas secas, comuns na cozinha oriental. “É algo corriqueiro na casa, mas para as festas modificamos a apresentação, fazemos uma decoração bacana”, elucida.
 
Este ano, novidades, como a berinjela baby recheada com nozes e ricota ao molho branco e pomodoro gratinada com parmesão (R$ 65, o kg),  se juntam a itens que, todos os anos, aparecem no cardápio de encomendas. Já viraram onipresentes o pernil de cordeiro ao molho de romã (R$ 295, com cerca de 3kg), a farofa de couscous (R$ 46, o kg), e o arroz marroquino (com uva-passa, nozes e cordeiro desfiado, a R$ 82, o kg).
 
Para o pedido, pede-se 24h de antecedência e reservas até o dia 24, com retirada na loja. Na véspera do Natal, o Empório Árabe terá atendimento diferenciado, das 9h às 18h, por conta desse formato de serviço.

Panetones com ares orientais do 'Arab Sweets' (Andre Violatti/Esp. CB/D.A Press)
Panetones com ares orientais do 'Arab Sweets'

Final árabe 

Confeitaria pautada exclusivamente por sabores árabes, a Arab Sweets se esmerou para trazer doces e sobremesas bem- executadas ao aprazível endereço, aberto há menos de dois meses. “Há muitos restaurantes árabes na cidade, mas alguns pecavam no quesito confeitaria. Os nossos sabores são os originais. Primeiro, por ser um chef sírio no comando da cozinha. Abdel Monem tinha uma doceria no país antes de se mudar para o Brasil”, conta a sócia Diana Salam, filha de árabes nascidos na Síria. Ela divide o comando do endereço com o libanês Ali Assaili, que também se mudou há pouco para os trópicos.
 
Com fidelidade e precisão, o resultado não poderia ser outro. Em dezembro, mês onde castanhas e frutas secas aparecem aos montes, a confeitaria passou a receber infindáveis encomendas. Por isso, optaram em trabalhar com diversos produtos a pronta entrega até acabar o mês de janeiro.
 
Minipanetone de nozes com chocolate, pistache com marzipã de limão e damasco com geleia de damasco são os mimos que chamam a atenção à mesa. Custam R$ 9,50, cada um. Igualmente pequenino, o minimil-folhas de nozes, surge em com vários recheios (como o de castanha-de-caju, que sai por R$ 85, o kg) e formas de apresentação. Também tem bolo de nozes cristalizado com castanhas, pistache e maçã verde (R$ 55).
 
Tudo é elaborado com pasme! (manteiga de garrafa, geralmente associada à cozinha nordestina). “É mais cara, mas fica mais parecida com a manteiga síria. Nosso chef testou várias e essa foi a que conferiu um resultado satisfatório”, conta Diana. “Todos os produtos são feitos à mão, inclusive as essências cítricas dos panetones” orgulha-se.
 
No Natal, economia colaborativa pode ser opção sustentável (Jhonatan Vieira/Esp. CB/D.A Press)
No Natal, economia colaborativa pode ser opção sustentável

Com a cara da cidade

Recentemente, o estudo Economia Colaborativa na América Latina, conduzido pela IE Business School, constatou que o Brasil aparece em primeiro lugar nesse formato de serviço em todo o continente latino-americano. 
 
Na Mercearia Colaborativa, as prateleiras são recheadas de quitutes e bebidas de marcas locais. O glutão consciente encontra chocotone e panetone veganos (R$ 20, com 500g) da marca Burin. Outra opção é o Stollen, uma espécie de panetone alemão (R$ 35, com 700g) com castanhas, cranberry, frutas cristalizadas e chocolate no recheio, sob autoria do pessoal da Casa Savoldi Biscoitteria.
 
Tão ornamentais quanto saborosas, as árvores de Natal de biscoitos amanteigados (de R$ 15 a R$ 90, a depender do tamanho) e o biscoito de gengibre amanteigados com glacê real para o próprio glutão confeitar, com sacos de confeite em várias cores (R$ 50, a caixa), são do mesmo produtor.  Já a Zeek Confeitaria assina o churrostone, panetone recheado e coberto com doce de leite e canela (R$ 40, o grande, e R$ 20, o pequeno).
 
Para quem não entende o conceito, um dos sócios do endereço, André Batista, explica: “A primeira questão é que se trata de um produto extremamente fresco, feito em um raio de 50km, muito melhor do que aquele que viaja um raio de 1.000km. Não levantamos uma bandeira específica. A primeira obrigação é a de ser gostoso.”
 
 
Estante 
 
Um brinde!
 A harmonização é tão importante quanto o que vem do forno e fogão. Mas além de escolher bebidas pelo que elas oferecem de composição, vale investir em garrafas com decoração caprichada como um elemento extra na decoração da mesa. Abaixo, dois exemplos que surpreendem em sabor e aparência.

Chandon
A garrafa de Chandon Brut Edição Limitada Verão vem cheia de charme para degustar ou presentear com classe. No interior, a aposta é o espumante brut, versão mais seca da marca que conta também com rótulos de Chandon Brut Rosé, Chandon Riche Demi-Sec, Chandon Passion, Excellence Rosé, entre outros. A edição pode ser encontrada em lojas especializadas, em supermercados por todo o país e no site www.wine.com.br. O valor sugerido é R$ 79, com 750 ml.  Combina com queijos minas, de cabra ou muçarela, além de peixes e frutos do mar de sabor leve.
 
Santa Dica
A embalagem é emblemática, com traços que parecem arabescos e remetem a personagens das cavalgadas de Pirenópolis. O encanto natural do envolucro cheio de detalhes da cerveja Santa Dica remete ao local onde é produzida: a bonita Rua Aurora, uma das mais atrativas na cidade goiana que é quase um quintal de Brasília. Provada e aprovada, a breja do tipo IPA ou a de trigo com hibisco não perdem em nada, em sabor, para as concorrentes nacionais e estrangeiras. Ela pode ser encomendada pelo telefone (62) 3331-1035. No primeiro caso, vai bem com carnes assadas em geral. Já a segunda combina com saladas e massas recheadas. Vale o gole! 
 
Confira a playlist de natal que preparamos para você:

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