Brasília-DF,
18/ABR/2024

Food trucks: conheça as regiões onde eles estacionam e o que servem alguns deles

Criação do primeiro local específico para o setor em Brasília comprova que os trucks também vieram para ficar

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Rebeca Oliveira Renata Rios Publicação:13/01/2017 06:50Atualização:12/01/2017 13:14

Pão ciabatta foi a maneira encontrada por Fabiana Vieira para distinguir o Panini's Sanduíche Artesanal da concorrência
 (Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Pão ciabatta foi a maneira encontrada por Fabiana Vieira para distinguir o Panini's Sanduíche Artesanal da concorrência

 
Taguatinga, Samambaia, Asa Norte, Asa Sul, Lago Sul, Sudoeste, Águas Claras. Há um elo gastronômico entre as regiões do DF: a presença dos food trucks. O movimento foi regularizado por meio de um decreto governamental e, a partir de março, os vendedores de comida sobre rodas terão autorização legal para funcionar.

Dentro dos trucks, as cozinhas são tão bem equipadas que, com exceção do tamanho, podem se comparar as de um restaurante tradicional. Um dos únicos impedimentos do formato é o clima, algo contornado no recém-inaugurado Food Park Brasília, na 514/515 Norte, que conta com uma parte coberta em suas instalações.

É o primeiro local do DF a funcionar dessa forma, com a premissa de oferecer estrutura para 15 caminhões em caráter rotativo. Banheiro fixo, estacionamento privativo, palco para shows e espaço para crianças são atrativos do local, onde chefs como Helvécio Costa, do Casinha Mineira Pão de Queijaria Gourmet, costumam parar.

Segundo o Governo de Brasília, há cerca de 250 trucks na cidade. Com a concorrência cada vez maior, os empresários precisam se desdobrar para chamar a atenção do público. Um caminhão caracterizado como unicórnio foi a saída encontrada pelo Unicórnio Bebidas Fantásticas para se destacar no cenário em que, diariamente, surgem novas propostas.

Na falta de espaço público para estacionar em algumas cidades, muitos dão um jeitinho. Uma das saídas, por exemplo, é firmar parceiras com comerciantes locais. Foi o que fez Fabiana Vieira, do Panini’s Sanduíches Artesanais. Ela morava em um complexo de edifícios em Taguatinga Norte e se incomodava com a falta de empreendimentos gastronômicos perto de casa.

Feito à mão

 

Hambúrguer tem aos montes. Cachorro-quente, também. Por isso, Fabiana Vieira, do Panini’s Sanduíche Artesanal, arriscou em uma receita que nunca havia feito antes: a ciabatta. “Não encontrava o produto como gostaria por parte dos fornecedores, então, coloquei a mão na massa, literalmente”, brinca. As fornadas são diárias e o pão de sabor sutil com azeite na massa pode ser recheado com quatro alternativas de proteínas.

Tem mais procura o guarnecido por filé-mignon (R$ 14), que surge em tiras e na companhia de queijo cheddar, bacon, cebola roxa, alface, tomate, molho barbecue e alho frito, mesmos acompanhamentos do de pernil suíno e peito de frango. O único com preço diferente é o de carne seca (R$ 16), complementado por purê de mandioca, requeijão e vinagrete.

“Tinha o desejo de participar dos eventos no Plano Piloto, mas quando vi que havia panelinhas entre os grupos que os organizavam, e a demanda em Taguatinga e Samambaia era crescente, resolvi revezar entre os dois últimos locais”, conta a empresária e chef.


Hambúrguer original

 

Os sanduíches do Burger house são recheados com carne kobe (21 Estúdio Criativo/Divulgação)
Os sanduíches do Burger house são recheados com carne kobe

 

Nas contas de Charles Tsai, à frente do Burger House, quando há encontro dos food trucks, aproximadamente 80% deles são de marcas especializadas em hambúrguer. Ainda assim, ele não teme a vizinhança. Tem a segurança de quem trabalha com carnes do mais alto padrão, o que resulta, inevitavelmente, em um quitute especial.

“Meu blend é feito de carne superior à raça angus. Trabalho com a japonesa kobe, considerada uma das mais saborosas do mundo”, orgulha-se o empresário, que tem a gastronomia praticamente intrínseca ao DNA. Isso porque é da família do chef da rede de comida oriental Grande Muralha. “Aderi à tendência do food truck para ter um negócio com a minha identidade”, afirma.

O produto mais procurado é o Burger House, composto de pão de brioche, hambúrguer bovino, queijo cheddar, bacon crispy e cebola caramelizada ao molho especial da casa, por R$ 22. Pelo mesmo valor, sai da chapa o Jack, com hambúrguer bovino, queijo cheddar e bacon crispy ao molho de Jack Daniel’s. Refrigerante e suco em lata são opções para bebericar, por R$ 5. No rol dos alcoólicos, a cerveja artesanal Colombina, nos estilos IPA ou Weiss, custa R$ 30 (600ml).

É pão de queijo, uai!

 

Sanduíche no pão de queijo, proposta do mineiro Helvécio Costa (Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Sanduíche no pão de queijo, proposta do mineiro Helvécio Costa
 

 

Há alguns anos, o Brasil tem assistido à valorização do queijo artesanal nacional, um movimento intrínseco à história de alguns estados, como Minas Gerais, onde a fabricação de alguns tipos de lácteos acontece há pelo menos 200 anos. Um dos mais reconhecidos nos quatro cantos do país é o queijo canastra, produzido na mineiríssima Serra da Canastra.

Patrimônio Imaterial brasileiro, o item é um dos ingredientes do sanduíche de pão de queijo com hambúrguer de 180g, mais cebola caramelizada, acompanhado de salada de alface e tomate. A criação é do chef Helvécio Costa, do truck Casinha Mineira Pão de Queijaria Gourmet. Formado em gastronomia em Belo Horizonte, Costa vende a novidade por R$ 20.

No mesmo formato, outro ícone mineiro ganha a devida homenagem. Por R$ 18, o glutão pode pedir o sanduíche no pão de queijo recheado com linguiça artesanal de Formiga (MG) e queijo canastra. O tom especial vem com o molho pesto de rúcula.

Ao custo de R$ 10, as versões adocicadas têm o recheio de Nutella, doce de leite ou goiabada. Todos os pães de queijo são sem glúten. Ainda que a cozinha seja pequena, com cerca de 2m x 1,5m, o chef faz questão de montar as receitas assim que o cliente faz o pedido. “Tenho um forno combinado no trailer e asso o pão de queijo na hora”, conta. “Nas ruas, a principal vantagem é a liberdade de onde estacionarei e o custo, menor que de um restaurante convencional”, pontua. Porém, ele quer expandir o negócio e garante que, no primeiro semestre desse ano, abrirá uma loja, na Asa Norte.

Com um toque adocicado

 

Cláudia Vieira e Cristiane Almeida: preferência por hambúrgueres (Helio Montferre/Esp. CB/D.A Press)
Cláudia Vieira e Cristiane Almeida: preferência por hambúrgueres
 

 

Quem vê a simpática faixada do Naked Barbecue, com um belo porquinho colorindo o truck, já pode esperar por um bom preparo com o ingrediente. No caso, o sanduíche feito com a carne suína tem até um nome divertido, para tornar a refeição ainda mais agradável. Pepa (R$ 20), como o sanduíche foi batizado, é feito com abacaxi caramelizado, carne suína, cheddar, bacon e molho barbecue. “”Devido ao abacaxi, esse sanduíche fica adocicado, o pessoal gosta muito”, afirma a sócia do truck, Cláudia Vieira.

Cláudia e os outros dois sócios, Cristiane Almeida e Marcelo  ngelo, não param na carne de porco e trazem ainda alternativas com a carne bovina, como o Balsamic (R$ 20) — 200g de angus, cheddar, bacon, cebola agridoce e molho especial — e o jason (R$ 23), que leva guacamole, hambúrguer bovino, bacon, cheddar e cebola empanada. “O primeiro traz um toque adocicado, já o segundo não tem referências doces”, afirma Claudia.

Para eventos pontuais, o local ainda trabalha com um prato de filé-mignon ao poivre guarnecido de arroz cremoso de parmesão. “Deixamos esse prato para quando nos pedem para fazê-lo em eventos ou quando é uma programação do dia todo”, explica.

 

Sushi fresquinho e variado

 

O Samurai truck serve iguarias orientais (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)
O Samurai truck serve iguarias orientais

 

Desde de setembro de 2015, o Samurai Truck é uma das opções para quem quer unir a praticidade dos trucks à paixão pela comida japonesa. No truck, a especialidade são os peixes, ingrediente que o chef e proprietário, Vitor Santos, trabalha desde cedo. “Comecei a mexer com sushi aos 15 anos. Fazia sempre para a família, mas só aos 21 que fui trabalhar com isso”, relembra.

Entre as preocupações de Vitor estão o frescor e a qualidade do peixe. “Trabalhar com peixe é sempre complicado. Mas nosso truck tem muitos balcões refrigerados”, explica Vitor. Segundo ele, não cabe uma grande quantidade de peixes, o que é bom, pois garante a rotatividade. “O estoque menor faz com que consumamos o peixe em pouco tempo — nada perde ou fica velho”, garante.

Entre as alternativas, o chef sugere o uromaki samurai (R$ 32), um roll recheado com tempurá de camarão, cream cheese, pimenta e, para finalizar, salmão maçaricado e alho-poró frito.

Outra pedida, também muito querida pela clientela, é o combinado de salmão, feito com quatro tipos diferentes de sushi: dois niguiris, dois jios, seis uromakis e quatro rossomakis. “Esses combinados são rápidos”, promete.

No pão ou no prato?

 

Com quatro opções de espetinhos, o Unique Churrasco começou servindo comida mexicana (Facebook/Reprodução)
Com quatro opções de espetinhos, o Unique Churrasco começou servindo comida mexicana
 

 

o sonho de comandar o próprio negócio foi o que motivou o chef Vitor Luiz Limões dos Santos a montar o Unique Churrasco. Desde os 18 anos, ele trabalha na cozinha e, agora, sentiu a necessidade de trabalhar para si mesmo.

“Comecei lavando prato nas cozinhas. Aos 19 anos, me formei em gastronomia e continuei trabalhando na área, mas precisava de uma coisa minha e o truck tem um custo mais baixo e versatilidade”, explica.
Segundo o chef, o Unique Churrasco nem sempre foi voltado para os espetinhos. No início, o foco foi a comida mexicana. “Infelizmente, não tive uma boa aceitação. Aí apostei no churrasquinho, que é um sucesso”, relembra.

O cardápio, simples, oferece quatro churrasquinhos: queijo coalho, medalhão de frango, medalhão de carne e linguiça artesanal, feita na própria casa.

Na hora de servir, o cliente pode escolher entre o churrasquinho no prato (R$ 20), com acompanhamentos que incluem farofa de ovo, mandioca e chimichurri, ou no pão (R$ 18), quando o preparo ganha um formato similar ao de um sanduíche. “O pessoal pede muito os churrasquinhos no pão, é um sucesso”, garante o proprietário.

À moda americana


Em um micro-ônibus adaptado, Josiane Alves de Araújo e Edimar Wagner Fonseca vendem frango aos moldes americanos em Samambaia (Bárbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Em um micro-ônibus adaptado, Josiane Alves de Araújo e Edimar Wagner Fonseca vendem frango aos moldes americanos em Samambaia

 

Com mais de cinco mil restaurantes espalhados por pelo menos 120 países, a rede KFC  foi inspiração para Josiane Alves de Araújo e Edimar Wagner Fonseca no food truck Frangalhos Frango Americano. O único produto é o frango empanado.

Filé de peito e coxinha da casa são os cortes usados para rechear o baldinho, ofertado em dois tamanhos. O menor, com cerca de 500g, satisfaz bem duas pessoas e custa R$ 20. O grande (por R$ 35), com 1kg, serve até cinco glutões.

O tempero do frango é suave porque complementam a receita até três molhos à base de leite e sem ovo. O comensal escolhe entre o de parmesão, pasta suave de alho com ervas, mostarda e mel, azeitona e barbecue (o único que não é artesanal).

A dupla faz questão de frisar que circula só em Taguatinga e Samambaia. “Foram as cidades que nos acolheram quando começamos no formato, há um ano”, relembra Edimar Wagner Fonseca.

Os moradores, ávidos por opções e novidades, agradeceram a preferência e prestigiam o truck. A iniciativa foi bem-sucedida e o que começou em um pequeno trailer hoje ocupa um micro-ônibus adaptado. Onde cabiam 20 passageiros, hoje funciona a cozinha móvel.

Feito fantasia

 

Praça do Cruzeiro é um dos endereços onde o Unicórnio Bebidas Fantásticas costuma %u201Cbater ponto%u201D
Praça do Cruzeiro é um dos endereços onde o Unicórnio Bebidas Fantásticas costuma %u201Cbater ponto%u201D

 

Um truck decorado como um unicórnio, com direito até a um chifre na parte frontal. O que poderia ser algo utópico passou a circular nas ruas de Brasília desde novembro do ano passado com o nome de Unicórnio Bebidas Fantásticas. A iniciativa das sócias e irmãs Cinthya Baccile e Priscila Baccile, com os “agregados” Giovani Briet e Alexandre Miliante, é oferecer todo tipo de bebida, não apenas alcoólicas, com uma boa dose de imaginação.

“Sentíamos falta de bebidas autorais nos encontros de food truck que íamos como clientes”, comenta Cinthya Baccile.

O diferencial do truck que exala fofura não para no design. Estende-se aos inusitados produtos comercializados. Os sucos fogem do habitual, caso da mistura de limão, gengibre e capim santo (R$ 7, 400ml).

Mesmo as tradicionais raspadinhas que marcaram a infância de muita gente aparecem em sabores inusitados, como a de framboesa e à de rosas (R$ 10, ou R$ 13, com vodca), com xarope.

A regra se estende ao refrescante drinque Unicórnio, composto por camadas de xarope de limão siciliano, xarope de granadine, xarope de curaçau e xarope de maçã, por R$ 15. Os dois últimos fazem parte das sugestões exclusivas criadas por Avener Vieira, barman do Paradiso Cine Bar.

Árabe sobre rodas

 

Durante a semana o Tio Khalil fica em pontos como o Park Sul (Facebook/Reprodução)
Durante a semana o Tio Khalil fica em pontos como o Park Sul
 

 

Fugindo do tradicional sanduíche, Raphael Oliveira resolveu montar um truck de comida árabe, o Tio Khalil. No espaço, os clientes encontram a variedade da gastronomia árabe. “Minha sogra já fazia comida por encomenda. Resolvemos levar isso para a rua”, relembra. Entre os cuidados ele garante: “Não tem nada velho, tudo é feito todos os dias, fresco.”


Para quem deseja uma refeição, o mijadra (R$ 20), arroz com lentilha, kafta e tabule, é uma ótima pedida. “Aqui não tem prato pequeno, servimos tudo farto”, promete.

Já o beirute (R$ 18) combina alface, tomate, cebola, molho tahine, kafta feita na hora na chapa, presunto de peru e muçarela. Tudo isso é acomodado como recheio do pão sírio.

Já os lanchinhos vêm na forma de quibes e esfirras. O primeiro pode vir recheado de carne ou, mais inusitado, de tomate, orégano e muçarela, ambos por R$ 6. Já a esfirra (R$ 5) pode ser de queijo ou de carne.

 

ONDE COMER

Burger House
(www.facebook.com/bhousetruck, www.instagram.com/bhousetruck e 99151-3114), diariamente, das 18h às 22h30.


Casinha Mineira Pão de Queijaria Gourmet
(98136-0921), aberto de terça a domingo, das 18h às 23h.

 

Frangalhos Food Truck
(www.facebook.com/frangalhosfoodtruck e 99111-1209), aberto de quarta a segunda, das 18h às 23h.

 

Naked barbecue
(www.facebook.com/nakedbarbecuedf; 99825-9823ou 99963-3456), aberto de segunda a quarta, das 17h30 às 22h; de sexta a domingo, das 18h às 23h.

 

Panini’s Sanduíches Artesanais
(www.facebook.com/paninisfoodtruck, www.instagram.com/panini.s e 99201-3515), aberto segunda, quinta
e sexta, e domingo, das 18h às 23h.


Samurai truck
(www.facebook.com/samuraitruck; 99987-2266), aberto todos os dias,
das 18h às 22h30.


Tio Khalil
(www.facebook.com/tiokhalil;
 99956-6670), aberto de terça a quinta, das 18h às 22h, sexta, sábado e domingo o truck vai para eventos variados.


Unicórnio Bebidas Fantásticas
(www.facebook.com/unicorniobebidasfantasticas e www.instagram.com/unicorniobebidasfantasticas), aberto de terça a domingo, das 18h às 23h.


Unique churrasco
(www.facebook.com/pg/UniqueChurrasco; 99314-1561), aberto de segunda a quinta, das 16h às 23h30, sexta, sábado e domingo, é reservado para eventos particulares.

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