Xô, radicalismo: Nutricionista indica formas saudáveis de se recuperar dos excessos
Joana Lucyk indica incluir vegetais verdes-escuros e frutas com cores fortes, como as vermelhas. Ela lembra que os alimentos devem ser amigos do nosso organismo
Rebeca Oliveira
Publicação:03/03/2017 06:01Atualização: 02/03/2017 18:05
Comida de verdade purifica o organismo, acredita Joana Lucyk
O acúmulo dos excessos do fim de ano somado ao carnaval levam muitos glutões ao desespero quando chega março. Quase um terço do ano já passou e você nem deu nem “oi” para a dieta? Tenha calma. Quando a balança cobra a conta, é comum que muitas pessoas corram para o suco verde, para as saladas e que retirem o carboidrato da dieta.
Nutricionista da clínica Saúde Ativa e idealizadora do projeto Tempero Meu, Joana Lucyk levanta a bandeira do pensador Hipócrates, que pregava: “faça do seu alimento o seu remédio”. Para a profissional, a desintoxicação não deve ser algo extremo ou restritivo.
“Precisamos nos desintoxicar do dia em que nascemos ao que morremos. Mas isso não tem a ver somente com dieta. Temos que oferecer ao organismo aquilo que é benéfico a ele, o que chamamos de substâncias bioativas. E isso independe de estar preocupado com emagrecimento”, explica Joana.
Mudanças no hálito, mau humor, indisposição e problemas intestinais podem ser sinais do corpo de que é preciso mudar. O primeiro passo para dar um novo início à relação com a comida é o entendimento da necessidade de uma alimentação natural, mas sem se esquecer que a gastronomia é um ato social e que sair da linha de vez em quando não faz de ninguém um caso perdido. “Fornecer comida de verdade, evitando industrializados, já é um modo importante de destoxificação”, ensina a profissional.
Segundo ela, é bom que o resgate comece pelo fígado, principal órgão na função de filtrar as impurezas do organismo. “Consuma vegetais verdes-escuros e com maior quantidade de enxofre, como couve-flor, repolho, rabanete, nabo, aipo e brócolis”, afirma Lucyk. Ela também aconselha aderir a frutas com cores fortes, a exemplo de ameixa e amora.
O tempero é todo seu
Primeiro evento de gastronomia aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, o projeto Tempero Meu teve início em julho do ano passado. Hoje, consiste em aulas modulares de 3 horas de duração com um ou dois chefs convidados. As temáticas variam, mas todas têm por norte a cozinha saudável. No dia 16 deste mês, a fit chef Gabi Piquet ensina um prático snack de grão-de-bico. Ela volta no dia 25, quando, com Inaiá Sant’Ana (do Quitutices), mostra como fazer um almoço de Páscoa. As aulas acontecem no 3º piso do Pátio Brasil Shopping, no Pátio Gourmet, e são gratuitas, mediante inscrição. Confira a programação em temperomeu.com.br.
Dicas
• Busque o alimento na forma mais natural possível. Em vez de suco, por exemplo, coma a fruta, rica em fibras por essência;
• Prefira preparações culinárias a produtos ultraprocessados;
• Leia a rótulo. A lista de ingredientes sempre começa pela substância mais presente. Se o primeiro nome for açúcar (e os derivados, como sucralose e maltodextrina), melhor evitar;
• Se possível, faça um mapeamento genético para entender fatores pessoais fundamentais na construção de uma dieta, como a capacidade de metabolização, intolerâncias e alergias;
• Beba água sempre. O corpo depende dela para a maioria dos processos fisiológicos — vale lembrar que a eliminação de toxinas é feita principalmente pelo sistema renal. O ideal é tomar pouco a pouco ao longo do dia.
• Com ou sem glúten? Quem não tem alergia ou intolerância à substância pode comer, mas com cautela. “É uma proteína de alto peso molecular, digamos que dê trabalho para o corpo digerir”, conta Joana Lucyk. A mesma regra vale para a lactose.