Brasília-DF,
18/ABR/2024

Confira as melhores opções de caldos para aquecer o paladar, mesmo no frio

Em tempos de chuva, uma comidinha quentinha, de preferência caldalosa, é sucesso garantido. Alimente-se e esquente-se!

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Rebeca Borges* Renata Rios Publicação:23/11/2018 06:00Atualização:22/11/2018 17:46
Prato Shoyu Tyashu do restaurante Katsu Lamen House, em Águas Claras. (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Prato Shoyu Tyashu do restaurante Katsu Lamen House, em Águas Claras.


Entre os muitos prazeres com que as pessoas se deparam pela vida, comer, sem sombra de dúvidas, é um dos melhores. O ritual pode ficar ainda melhor se estivermos falando de um dia chuvoso, friozinho, acompanhado daquela comidinha molhadinha com um caldo quente.

Claro que essas receitas fazem parte do dia a dia, mas merecem um destaque nesse período. Para ajudar o leitor na busca por uma comida com caldo, o Divirta-se Mais selecionou algumas casas onde o caldo é a estrela da receita.

No Ilê Praia Park, o cuidado com a receita da moqueca vai além de oferecer uma boa proteína, mas também há atenção com o líquido em que o peixe é cozido. “Fazemos nosso próprio leite de coco, isso faz muita diferença no produto final”, explica Paulo Maurício, proprietário do local.

Outra receita em que o caldo ganha o status de celebridade é no famoso boeuf bourguinon, cujo preparo leva dois dias. O resultado é um caldo apurado e saboroso. “Devido à cocção lenta e demorada, o sabor do molho perde a acidez e ressalta a uva do vinho tinto”, explica Eder Pinheiro, chef da casa.

Ainda falando de comidinhas com caldo, claro que não pode faltar a típica galinha caipira. No Santana, o molho não só é usado na panela, mas também rega o prato dos comensais. “O pessoal adora colocar o caldo da galinha caipira no prato”, explica o proprietário Adonias Santana.

*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Nader 
 
O famoso cozido do Bar Brasília é servido aos domingos  (Lucas Ferreira/Divulgação)
O famoso cozido do Bar Brasília é servido aos domingos

Clássico dominical

Clima chuvoso combina com cozido! No Bar Brasília, o prato é oferecido aos domingos. “Esse prato é servido há 17 anos aqui na casa, e muita gente gosta”, conta Jandir Oberosler, gerente do estabelecimento. A receita é o único prato oferecido no bufê, a R$ 49,90, por pessoa.

Jandir explica que o prato leva diversas carnes: costela bovina, rabada, charque, calabresa, músculo e peito bovino. “O caldo começa a ser preparado no sábado à noite, quando ocorre a seleção das carnes que vão pra cada panela”, conta. O gerente ressalta que o caldo à base das proteínas é utilizado para fazer o pirão que acompanha a iguaria.

Além disso, a receita conta com diversos legumes, como abobrinha japonesa, batata-baroa e batata-doce, nhame, cenoura, chuchu, maxixe, jiló, quiabo e repolho. Jandir explica que as carnes e os acompanhamentos são servidos separados. “É um prato bastante farto. Com o clima frio, o pessoal dá prioridade ao cozido”, afirma Jandir.
 
A massa e o caldo do lámen são preparados de forma artesanal na Katsu Lamen House (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
A massa e o caldo do lámen são preparados de forma artesanal na Katsu Lamen House
 

Com tempero japonês

Na gastronomia japonesa, o caldo é um elemento importante em diversos pratos. Uma das receitas de sucesso dessa cultura é o lámen, especialidade no Katsu Lamen House. A iguaria consiste em um tipo de macarrão servido com um caldo à base de carne suína.

Edson Kato, proprietário do estabelecimento, explica: “Para os japoneses, a primeira parte a ser experimentada para identificar se o lámen é de boa qualidade é o caldo”.

Com 12 horas de preparo, o caldo base do lámen é o que dá sabor ao prato. “Nós utilizamos carcaças de suínos, ossos e verduras como aipo, cebola, alho-poró e gengibre”, conta Edson. O proprietário ressalta que a iguaria é servida em alta temperatura, “próximo do ponto de ebulição, com cerca de 94 graus”.

No Katsu Lamen House, são 14 tipos de lámen e eles contam com vários ingredientes, chamados de toppings. Geralmente é uma proteína de origem vegetal ou animal, como cogumelo, carne de porco ou de frango. O preço dos pratos varia entre R$ 28 e R$ 48. Um dos destaques oferecidos na loja é o butter lámen (R$ 36), à base de shoyu, com verduras salteadas na manteiga e frango frito.
 
A moqueca do Ilê vai à mesa dentro do coco ou na panela de barro (Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press)
A moqueca do Ilê vai à mesa dentro do coco ou na panela de barro
 

Borbulhando de sabor

A moqueca, borbulhando, cheirosa e bem quente é uma delícia para os dias mais frios e chuvosos. A receita servida no Ilê Praia Park a R$ 129 (para duas pessoas), apesar de ser ótima para aquecer o coração e a barriga, não deixa aquela sensação pesada depois, garante o proprietário da casa, Paulo Maurício.

“Nosso leite de coco é feito na casa, não compro pronto. Também tomo cuidado para não colocar dendê demais, senão pesa a receita”, explica Paulo, que utiliza a pescada amarela na receita.

“Temos a pescada amarela, que tem uma carne mais firme, e o cação, que é mais gelatinoso”, descreve Paulo.

Para quem quiser fugir do dendê, vale conferir a moqueca sem o ingrediente. Nesse caso, o preparo é servido dentro da casca de um coco. “Quando o cliente pede a moqueca, ele ainda tem direito a arroz, farofa e pirão à vontade. Desta forma, após a proteína acabar, ele pode ir comendo o caldo”, sugere Paulo.

O tucupi é utilizado em receitas como o arroz de pato do Du Pará (Marilia Lima/CB/D.A Press)
O tucupi é utilizado em receitas como o arroz de pato do Du Pará
 

Made in Pará

A gastronomia paraense agrega aos ingredientes utilizados no Brasil afora um trunfo. Recentemente o tucupi tem ganhado destaque nas caçarolas do Brasil e do mundo. 

Mas essa novidade não é tão recente assim para o paraense, que cresceu comendo receitas com o ingrediente. “As comidas paraenses são mais molhadas”, informa Wady Dahás, que, com a esposa, Pollyana Dahás, comanda o Du Pará.

Entre as opções com caldo, a primeira dica fica com o famoso tacacá (R$ 30, com goma; ou R$ 35, sem goma), feito com goma de mandioca, jambu, tucupi e camarão. 

“A goma e o tucupi são feitos da mandioca. Enquanto o tucupi é ácido, a goma ajuda a proteger o estômago”, explica Wady.

Para quem busca algo com menos caldo, mas sem deixar de ser molhadinho, o arroz de pato (R$ 30) e o arroz paraense (R$ 30) são oferecidos no local. O primeiro se trata do arroz com jambu, tucupi e a carne do pato desfiada.

Já no segundo, o pato dá lugar ao camarão, que vem não só na versão tradicional, mas também seco, mas dessalgado. 

“O pato é mais bem aceito desfiado, mas, para quem quiser provar a receita dele no tucupi, com 48 horas de antecedência, é possível encomendar a receita de um pato inteiro — com dois litros de tucupi, 500g de jambu, além do arroz e da farinha por R$ 180”, afirma Wady.
 
O cassoulet do Le Vin é finalizado com carne de pato e farinha de panko (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
O cassoulet do Le Vin é finalizado com carne de pato e farinha de panko
 

Feijoada francesa

Já pensou em saborear uma feijoada com tempero francês? O prato cassoulet, típico do país europeu, é considerado uma versão da iguaria brasileira. O restaurante Le Vin oferece a receita no menu à la carte.

“É uma feijoada branca: leva feijão branco e proteínas como joelho suíno e pancetta”, ressalta o cozinheiro Erivanio de Souza. Ele explica que, para facilitar o cozimento, o feijão é deixado de molho. 

“O cassoulet não é feito na panela de pressão. Por isso, o tempo de cozimento é bem alto: são cerca de 4 horas no fogo baixo, para dar bastante sabor”, afirma o profissional.

O cassoulet (R$ 70) é servido em porção individual. A finalização do prato leva farinha de panko e carne de pato desfiada. “No final, a gente leva ao forno, para dar uma gratinada”, completa Erivanio.

Receita do boeuf bourgunion demora  dois dias para ficar pronta (Marilia Lima/CB/D.A Press)
Receita do boeuf bourgunion demora dois dias para ficar pronta
 

Clássico do frio

O boeuf bourguinon é um clássico da gastronomia francesa que se encaixa perfeitamente na proposta de uma comidinha quente, com caldo. A receita, oferecida no Le Parisien, passa o primeiro dia apenas marinando no vinho com cebola, cenoura e aipo.

No segundo dia, é a vez da cocção, feita durante todo um dia a baixa temperatura. “Essa é uma receita que lembra um cozido. Nossos clientes a aceitam muito bem”, informa Miguel Moura, gerente da casa.

Ao chegar à mesa acompanhado de arroz ou pão, o boeuf bourguinon (R$ 50) chama a atenção pela cor forte, que não esconde o vinho tinto da receita. O chef Eder Pinheiro explica que a carne é bem macia e saborosa. “O sabor do vinho fica bem evidente, mas ele perde a acidez, mantendo apenas o gosto bem presente da uva”, garante.

Na hora do almoço, esse e outros preparos entram no menu executivo do local (R$ 46,90 — com entrada, prato principal e sobremesa).

Para acompanhar, Miguel recomenda um bom vinho. “Temos duas opções de rótulos que casam bem com o preparo. A primeira é o Charles de France (R$ 95), o segundo um Châteu Cabezac (R$ 120), ambos de 2015”, sugere.

A rabada é um dos pratos de sucesso do restaurante Don%u2019Durica (Antonio Cunha/CB/D.A Press)
A rabada é um dos pratos de sucesso do restaurante Don%u2019Durica
 

O Nordeste vem com tudo

A panelada é uma receita de tradição no Nordeste e é exatamente isso que o Restaurante Nordestino se propõe a entregar para os comensais. “Servimos uma comida bem temperada e com a gastronomia bem nordestina. Gosto de falar que somos um pedaço do Nordeste no meio do DF”, brinca o proprietário do local, Francisco Valdemir Machado.

Sobre a panelada (R$ 65,90 para três pessoas), ele revela que a receita é feita com mocotó e com a buchada bovina. “Esse foi um prato criado para uma edição do festival Bar em Bar. Ele chegou a ganhar como melhor petisco e, desde então, conquistou a vaga no menu”, conta Valdemir. Sobre a receita, ele explica que tem bastante caldo, por ser cozida, e que vem à mesa escoltada por arroz, feijão, salada e pirão.

“O pirão é uma forma de controlar a espessura do caldo. Ele pode ser mais ralo ou mais grosso, fica do jeito que o cliente quiser”, explica. Ele ainda sugere que o comensal experimente também a rabada da casa (R$ 55,90). “Nosso grande diferencial é que limpamos bem a rabada”, informa.
 
A galinha caipira é uma das estrelas no menu do Santana (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
A galinha caipira é uma das estrelas no menu do Santana
 

Paixão nacional

Prato simples e tradicional, a rabada é a cara da cultura brasileira. No restaurante Don’Durica, essa é uma das receitas de sucesso.  Angela Matias, proprietária do estabelecimento, conta: “A rabada é muito apreciada aqui. O pessoal fica esperando o dia em que ela é servida para vir saborear”.

A carne é temperada com alho, cebola e um pouco de pimenta.  angela conta que, durante o preparo, a receita leva um pouco de vinagre, “para ajudar a tirar a gordura e não ficar um caldo muito gordo”, ressalta. A proprietária também explica que a rabada não é preparada em panela de pressão. “Por isso, o cozimento é um processo bem lento. Dá um caldo mais denso e saboroso”, continua Angela.

Na unidade do Don’Durica, na 115 Sul, o prato é servido às sextas-feiras, no bufê da casa (R$ 61,80, o quilo; de segunda a sexta, R$ 70,40, o quilo; sábados e feriados). O restaurante localizado no Setor de Clubes Sul serve o prato às quintas e sábados, no bufê do estabelecimento (R$ 76, 90, o quilo; de segunda a sexta, R$ 83,90, o quilo; sábados e feriados).

Uma senhora galinha

A galinha caipira tem que vir com molho. O preparo original, aquele da fazenda, é servido borbulhando com os aromas e a qualidade intocável do Santana. Na casa, a receita é feita desde que o local foi aberto, há mais de 30 anos, e entre os cuidados do proprietário, Adonias Araújo Santana, está a procedência dos animais utilizados. “Eles vem de Goiás para cá”, informa.

Na receita, Santana logo entrega que os temperos são naturais. “Alho, cebola e açafrão temperam a galinha antes dela ser cozida”, informa sobre os temperos da carne e do molho. Ele ainda destaca que o preparo vem à mesa em uma panela de pedra sabão. “Essa é uma forma de manter o calor da receita. O cliente vem, come, pede a conta e a panela ainda está quente”, brinca.

A receita, que serve seis pessoas, vem com uma galinha inteira e custa R$ 154,90; já para três pessoas, meia galinha, por R$ 94,90. “Ela acompanha milho, pirão, quiabo, arroz e feijão tropeiro. O pessoal gosta de molhar tudo com o caldo antes de comer”, revela.

Onde comer

Bar Brasília 
(506 Sul, Bl. A, lj 15), de segunda a sábado, a partir das das 11h30, e domingo, das 11h30 às 16h30.

Don Durica 
(115 Sul, Bl. C, lj 36; 3346-0780), aberto às segundas, das 11h30 às 15h30, e de terça a domingo, das 11h30 às 15h30 e das 18h às 23h.  (SCES, tc. 1; 3443-5296), aberto segunda, das 12h às 15h30, de terça a sábado, das 12h às 15h30 e das 18h às 23h, e domingo, das 12h às 15h30.

Du Pará 
(714 Norte, Bl. G, lj 3; 3967-4007), aberto segunda e terça, das 10h30 às 20h; quarta a sexta, das 10h30 às 21h; sábado e domingo, das 10h30 até 18h.

Ilê Praia Park 
(Parque da Cidade, Estacionamento 9; 3443-8099), aberto de terça a domingo, das 11h30 às 23h.

Katsu Lamen House 
(R. 25 Norte, Lt. 2, Lj. 5, Águas Claras; 3084-9158), aberto de terça a domingo, das 19h30 às 22h30. (411 Norte, Bl. E, lj 39; 3034-5887), aberto de terça a domingo, das 18h30 às 22h30.

Le Parisien 
(103 Norte, Bl. B, lj 2; 3033-8426), aberto de terça a sábado, das 12h às 23h30; domingo, das 12h às 16h.

Le Vin Bistrô 
(2º piso, ParkShopping, Guará; 3047-5926), aberto de segunda a quinta, das 12h às 11h, sexta e sábado, das 12h à 0h, e domingo, das 12h às 20h.

Restaurante Nordestino 
(3ª Avenida, AE, lj 13, 15 e 17, Núcleo Bandeirante; 98189-6500 ou 98147-0585), aberto de diariamente das 11h às 20h.

Santana 
(CNA 3, lt 8, ljs 1 e 2, Taguatinga; 3563-4674), aberto de segunda a quinta, das 11h à 0h; sexta e sábado, das 11h à 1h; domingo, das 11h às 17h.

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