Brasília-DF,
19/ABR/2024

Em clima de festa junina, cardápios brasilienses apostam em comidas típicas

Não faltam delícias com gostinho de arraiá nos estabelecimentos da cidade, que entraram no clima do mês de junho

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Mariah Aquino* Renata Rios Publicação:31/05/2019 06:06Atualização:31/05/2019 09:48
Quando o assunto é festa junina, o pensamento sempre acaba no mesmo ponto: a comida. Nesta época, as festas chegam às noites frias, com barraquinhas recheadas de delícias quentinhas do período. Os chefs da cidade não se acomodam e trabalham com receitas típicas.

Entre os ingredientes, muito milho. Isso fica evidente para quem vai ao Biscoitos Mineiros. A casa trabalha no cardápio fixo com diversos preparos característicos do período, como a canjica, o bolo de milho verde e o curau. “Para a época, trabalhamos com algumas outras receitas, que entram no cardápio, como é o caso da maçã do amor e da galinhada”, informa Márcia Regilla, sócia do café.

Outra alternativa que cresce aos olhos são os doces, nos quais o coco ganha um destaque especial. No Fulô di Jirimum, a cocada é feita em diversas versões para o cliente escolher a favorita. “Elas ficam suaves, pois coloco pouco açúcar para valorizar o sabor do coco”, garante Nivalda Neves, chef da casa.

Nos pratos salgados, o arroz é um acerto. A galinhada e o arroz carreteiro são dois clássicos do São João. Na Galeteria Gaúcha, você pode encontrar o tradicional carreteiro. A receita quentinha faz sucesso tanto no restaurante quanto no food truck da marca. “Ele é bem quentinho, ótimo para o frio”, garante Laura Sonda Gregol, sócia da casa. Ela ainda informa: “Esse é um preparo típico do sul do país”.
 
*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader 
 

Conforto quentinho 

LG: Sheila usa o conceituado cacau em pó Callebaut para preparar o chocolate quente da Confeitaria Francesa (Ana Rayssa/CB/D.A Press)
LG: Sheila usa o conceituado cacau em pó Callebaut para preparar o chocolate quente da Confeitaria Francesa
 
A Confeitaria Francesa ganhou o público da capital com os pratos franceses e a decoração exuberante. Na época de frio e festividades juninas, as opções quentes se destacam. Um dos queridinhos dos clientes do estabelecimento é o chocolate quente (R$ 12). "Todo mundo ama, sai bastante. É muito gostoso", ressalta a proprietária Sheila Leão. Também há opção sem leite e derivados para veganos ou intolerantes, feita com leite de soja (R$ 13).

Sheila fala sobre o preparo da bebida: "Leva leite, chocolate em barra e cacau em pó. Também colocamos creme de leite e nada de açúcar, ele é amargo”, descreve. A textura característica é a prova de sucesso: "Ele fica bastante cremoso. Às vezes dá até para comer com a colher."

Também nesta época tornam-se mais frequentes os pedidos pelas sopas e cremes da casa. A sopa de cebola, tradicional na França, sai por R$ 25. O creme de abóbora com crispy de gengibre sai pelo mesmo preço, e o creme de aspargos, por R$ 32.

"A gente faz todos os nossos cremes com aquela técnica em crôute, com uma massa folheada por cima", explica Sheila.

Point dos caldos 

O Potiguar Caldos tem um cardápio farto com opções para todos os gostos (Carlos Vieira/CB/D.A Press)
O Potiguar Caldos tem um cardápio farto com opções para todos os gostos
 
Não dá para falar de caldos em Brasília e não mencionar o Potiguar. O estabelecimento começou em 2001 com um quiosque na QNB 8, em Taguatinga. Hoje, são 11 lojas no Distrito Federal.

"A última que abrimos foi em Planaltina, com cerca de 200 mesas, tem bastante espaço e acolhe várias pessoas", diz a proprietária Élida Siqueira. "Quando começou, era só caldo mesmo. Hoje nosso cardápio é um mix grande de produtos. Temos lagosta, bacalhau, sobremesas, saladas", completa.

Na época de frio, a demanda aumenta de maneira significativa. Entre os 20 sabores disponíveis, tem para todos os gostos. O preço pode variar um pouco de acordo com a unidade, mas os caldos são servidos no recipiente pequeno (R$ 10,30) ou grande (R$ 13,90). "Os que mais saem são o de frango com milho, o vaca atolada, que é de costela com mandioca, e o de carne de sol, que também inclui mandioca", explica Élida.

De segunda a quarta, os amantes do prato quente podem aproveitar o rodízio da casa. A partir das 18h, todos os sabores estão disponíveis à vontade por R$ 18,90. O restaurante também oferece opções vegetarianas, como a sopa de legumes e o creme de cebola.
 

Para esquentar o arraiá! 

 O arroz carreteiro é servido aos sábados na Galeteria Gaúcha (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
O arroz carreteiro é servido aos sábados na Galeteria Gaúcha
 
O período das festas juninas é marcado por comidas que ajudam a rebater o frio que as noites brasilienses trazem. Uma boa pedida é o arroz carreteiro. Molhado e quentinho, o preparo é sucesso entre quem vai à Galeteria Gaúcha.

"Nosso arroz carreteiro pode ser encontrado tanto no restaurante, aos sábados, quanto no food truck, onde ele é fixo no menu", sugere Laura Sonda Gregol, sócia da Galeteria Gaúcha.

No truck, ela explica que a receita é servida por R$ 13, a porção. Segundo ela, o segredo é simples, refogar bem a carne “para ela não ficar desfiando”. Laura recomenda que o comensal aproveite o preparo para se aquecer: “Ele é muito bom, quentinho, ótimo para o frio.”

Para quem vai ao restaurante, Laura destaca que a receita é parte do rodízio no sábado. Além do arroz, o cliente recebe na mesa à vontade galeto, polenta frita, polenta assada, talharim caseiro à bolonhesa, salada verde e salada de maionese.
 

Caminho da roça!  

A galinhada tem grande aceitação da clientela do D%u2019Lurdes (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
A galinhada tem grande aceitação da clientela do D%u2019Lurdes
  
A galinhada é uma receita com a cara da comida de roça, aquela que leva a alma da comida caipira, açafrão no molho e os temperos escolhidos a dedo. A receita também aparece —  e muito — nas noites de arraiá nesta época do ano. No D’Lurdes, o prato aparece no menu e é um dos favoritos da clientela, garante Carlos Cardoso, sócio da casa.

"Esse é um prato que servimos às quintas. Nele, a carne é frita e, depois, cozida com o arroz, para tudo ficar bem saboroso". Ainda segundo ele, o prato custa a partir de R$ 15,90.

Aos domingos, a receita passa por algumas alterações e vai à mesa com galinha caipira. "Nesse caso, a receita vem com angu e quiabo. Fica muito boa, bem temperadinha", promete.
 

Clássico junino 

 Os cafés da casa podem ser uma boa companhia para a pamonha doce (Barbara Cabral/Esp. CB/D.A Press)
Os cafés da casa podem ser uma boa companhia para a pamonha doce
 
Em 2011, quando o Ernesto Cafés Especiais surgiu, Brasília não tinha muito o hábito de consumir cafés especiais. A casa começou a funcionar oferecendo diferentes preparos da bebida e um cardápio mais enxuto. Hoje, com duas unidades e vários anos de convivência, o menu oferece opções para todas as refeições do dia.

"Temos foco em sempre trazer boas narrativas e uma proposta de produto artesanal, feito de maneira local, queremos ser um espaço de acolhimento", explica o proprietário Giordano Bomfim.

Aos fins de semana, a casa oferece pamonha doce com queijo da Canastra, assada e gratinada na palha de milho (R$ 10). "Recebemos as espigas de milho e produzimos completamente aqui. Ela é artesanal. Ralamos o milho, assamos a pamonha doce", descreve Giordano.

A princípio, a cafeteria não terá nenhuma programação voltada para os festejos de São João. O Ernesto, porém, recebe eventos culturais e feirinhas colaborativas com frequência. "Como a gente é um espaço que fomenta muito a cultura, vão acontecer diferentes atividades ao longo do mês de junho, não necessariamente com temática junina", explica o proprietário.

Como casa de avó 

O curau é feito apenas com milho fresco na Gamela Biscoitos Artesanais (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
O curau é feito apenas com milho fresco na Gamela Biscoitos Artesanais
 
Com mais de 40 anos de tradição, a Gamela Biscoitos Caseiros é um dos cantinhos com mais cara de festa junina de Brasília. "Minha família é de Catalão, muitas receitas da loja estão na minha família desde minha bisavó", explica o proprietário Mário Nicoletti. Os produtos são todos artesanais, sem conservantes. "Queremos que a pessoa sinta o sabor do que faria na cozinha de casa com as coisas que são feitas na nossa cozinha", pontua.

Um dos pratos mais característicos das festividades juninas é o curau (R$ 29, o quilo, R$ 35, a versão diet). "Compramos sempre na Ceasa. Nosso curau é feito com milho fresco. Não usamos milharina e também tem pouco açúcar, para não ficar muito doce", explica Mário. Além do curau, o arroz doce brilha não só nesta época do ano e é vendido por R$ 31, o quilo, e R$ 38, o quilo da versão diet, em que a sucralose é usada no lugar do açúcar.

No ano passado, um dos pratos mais queridos da clientela foi o doce de abóbora (R$ 39, o quilo). Na Gamela, as gostosuras caseiras estão disponíveis durante todo o ano, como o pé de moleque (R$ 43, o quilo), o bolo mané pelado (R$ 24,60, o quilo) e a pamonha assada (R$ 27,80, o quilo).

Delícias o ano inteiro 

A maçã do amor é um dos itens sazonais que o Biscoitos Mineiros trabalha para junho
 (Jhonatan Vieira/Esp. CB/D.A Press)
A maçã do amor é um dos itens sazonais que o Biscoitos Mineiros trabalha para junho
 
Os clientes do Biscoitos Mineiros já sabem de algo que o leitor tem que saber: a casa trabalha com um menu repleto de receitas juninas durante todo o ano! Mas para quem ama a comida da época e ainda quer mais, todo ano o cardápio é renovado com algumas receitas sazonais para o São João, entre elas, a vistosa maçã do amor.

Quitute que marca as festas juninas, a maçã do amor (R$ 9,50, a unidade) é feita da forma tradicional na casa: uma camada de caramelo colorido sobre a fruta, que depois é decorada. "Aqui nossa proposta é essa comida com amor, uma coisa que seja gostosa, que lembre da nossa infância", pondera Márcia.

Claro que não acabam por aí as delícias do local. Canjica, curau, amendoim assado, arroz carreteiro, galinhada e cocada mineira são algumas das delícias. Ainda vale conferir os caldos, como o verde (R$ 48,90, o quilo) e a vaca atolada "bem mineiro" (R$ 52,90, o quilo). Ainda na lista dos mineiros, a casa ainda trabalha com uma coxinha com massa feita com açafrão e recheio de frango caipira (R$ 72, o quilo). "Essa é a coxinha mineira. Fazemos ela para essa época", informa.

Novidade a caminho

No final de agosto, a casa abrirá mais uma unidade. A nova loja chega à quadra 304 do Sudoeste. "Atualmente empregamos cerca de 250 pessoas nas lojas. A expectativa é de que até o fim do ano, com a nova unidade, cheguemos à 350 pessoas”, conta Márcia, orgulhosa.

De todas as cores, de muitos sabores 

A cocada é uma das alternativas que lembram o período no Fulô di Jirimum (Ana Rayssa/CB/D.A Press)
A cocada é uma das alternativas que lembram o período no Fulô di Jirimum
 
Quem vai ao Fulô di Jirimum, se depara com a autêntica comida nordestina. Receitas doces e salgadas fazem com que o menu da casa seja uma pequena viagem ao nordeste do país. A chef da casa Nivalda Neves explica que o período junino é muito marcado pelos doces. "Tem muita variedade de coisas doces nessa época. Eles se sobressaem, tudo que você pensar de doce tem na festa junina", pontua.

Claro que a casa trabalha com alternativas salgadas, para os amantes dos pratos quentes. Entre os destaques, Nivalda fala da vaca atolada. "Temos o caldo e o prato", informa. Ela explica que o prato é feito com costela bovina e mandioca.

"Servimos ainda caldo de mocotó, um dos favoritos no Nordeste, de jerimum com carne de sol e o de feijão —  todos custam R$ 10. Já o prato de vaca atolada sai por R$ 35", informa.

Para a sobremesa, a cocada (R$ 5) chama a atenção. Nivalda oferece quatro variedades: a tradicional, a de açúcar queimado, a de ameixa e a de maracujá. "Cada uma tem um sabor um pouco diferente, mas nenhuma delas é muito doce. Coloco bem pouco açúcar", garante a chef rapidamente. Entre os destaques, ela fala da cocada de coco queimado, que fica com um toque amargo, devido ao modo de preparo.
 

Doces para todos! 

Inaiá Sant%u2019Ana trabalha com produtos sem glúten, derivados de leite, açúcar refinado e conservantes (Ana Rayssa/CB/D.A Press)
Inaiá Sant%u2019Ana trabalha com produtos sem glúten, derivados de leite, açúcar refinado e conservantes
 
Quem diz que restrição alimentar é sinônimo de comida ruim não passou pela Quitutices. O espaço se tornou um verdadeiro arraiá para o mês de junho e oferece preparos com aquele gostinho de São João. Não faltam opções: tem curau (a partir de R$ 11,50), canjica (a partir de R$ 12), maria-mole (R$ 7, com 5 unidades), bolo de milho (a partir de R$ 11,50, o pedaço) e até churros (R$ 25, com 3 unidades - servido após às 14h).

A chef Inaiá Sant’Ana explica que, durante o mês de junho, os preparos ficam no menu. "Fazemos a canjica com leite de castanha e de coco. Fica bem leve, e o sabor do coco é muito agradável. Fazemos questão de usar coco fresco", detalha. Outro segredo que a chef revela é do curau. Na casa ela prepara a receita com milho, leite de castanha e óleo de coco.

Ainda nos doces, vale destacar a maria-mole e o churros. A primeira tem na receita coco fresco e amendoim, dando uma textura diferenciada ao doce.

Já o segundo, é assado e acompanhado de creme de caramelo, feito com leite de castanhas e caramelo. "O churros leva um mix de farinhas sem glúten e óleo de coco", finaliza.

Onde comer

 
Casa de Biscoitos Mineiros 
(210 Norte Bl. D lj 20/48; 3274-2922) e (106 Sul Bl. A lj 13/21; 3443-4311), aberto de segunda a sexta, das 7h30 às 20h; sábado, das 7h30 às 18h; ou (Rua 33 Norte lt 1 / Rua 34 Norte lt 2; 3435-6182), aberto de segunda a sexta, das 7h30 às 21h; sábado, das 7h30 às 19h.

Confeitaria Francesa 
(203 Sul, Bl. C, lj. 5; 3225-3276), aberto de segunda a sábado, das 9h às 22h; domingos, das 9h às 18h.

D’Lurdes — Delícia de Minas 
(Av. Castanheiras, R. 33/34, lj 1, 2 e 3, Ed. Beverly Hills Plaza, Águas Claras; 3204-3283), aberto diariamente, das 12h às 15h e das 18h às 23h.

Ernesto Cafés Especiais 
(115 Sul, Bl. C, lj. 14, 3345-4182; 108 Norte, Bl. A, lj. 48), aberto diariamente, das 7h às 22h.

Fulô Di Jirimum 
(Rua 1, Lote 4, Acampamento DFL, Vila Planalto; 3081-0563), aberto de terça a sábado, das 11h30 às 15h30 e das 18h às 23h; domingo, das 11h30 às 17h.

Galeteria Gaúcha 
(SHIN CA 7, Bl. A, lj 94, atrás do Shopping Iguatemi; 3468-4082), aberto de terça a sábado, das 11h30 às 15h, e das 19h às 23h; domingo, das 11h30 às 16h. Para saber a programação do foodtruck, acesse as redes sociais @galeteriagaucha.

Gamela Biscoitos Caseiros 
(406 Sul, Bl. D, lj. 23/27; 3244-0628), aberto de segunda a sexta, das 8h30 às 19h30; sábados, das 8h30 às 19h.

Potiguar Caldos 
(Confira todos os endereços em www.sitedopotiguar.com.br), aberto diariamente, das 11h30 à 0h.

Quitutices 
(315 Sul, Bl. A, li. 33, 3543-5057, 98303-5396 —  WhatsApp), aberto segunda, das 13h às 19h; de terça a sábado, das 10h às 20h.

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