Hora do tour: Próximos aos pontos turísticos, restaurantes oferecem boa comida
Para começar bem o ano, a dica é dar uma volta pela capital, comer bem e ainda conhecer ou revisitar pontos turísticos da cidade
Renata Rios
João Paulo Zanatto*
Melissa Duarte*
Publicação:03/01/2020 06:01Atualização: 02/01/2020 15:43
Nada melhor que adentrar o ano com boas energias, programas divertidos e comida saborosa. Para quem vai ficar pela capital, o Divirta-se Mais, selecionou locais em que se pode fazer uma boa refeição e ainda incluir uma visita a algum dos pontos turísticos da cidade.
Começando com os pontos que são também belos cartões-postais, o Lago Paranoá é um dos locais mais agradáveis para se visitar. Feito artificialmente, com o objetivo de aumentar a umidade da capital, o lago marca pela bela imagem que se destaca no cerrado candango. Próximo à ponte JK, diversas pessoas se reúnem para apreciar a vista e o espaço ao ar livre. Logo ao lado, um complexo gastronômico com casas de diversas vertentes é mais um atrativo para quem visita a região.
Outro local que aposta no lago é o Pontão. Com infraestrutura diferenciada, atividades de esporte, atrações infantis e, claro, muitas casas de alta gastronomia, o local tem opções variadas. O restaurante de comida oriental Soho, por exemplo, é um dos estabelecimentos que se instalaram no ponto.
Para quem quer um programa com muitas opções, o Parque da Cidade oferece extensa área que combina gastronomia com as mais diversas atividades. Vale finalizar o programa com uma carne de sol do Gibão. Afinal, a gastronomia nordestina é uma das mais fortes na cidade.
Ainda vale conferir as belezas de fora de Brasília, como o Lago Veredinha, localizado em Brazlândia, onde o visitante pode escolher algumas das delícias servidas no Bar do Neguinho para degustar à beira do lago. Já em Taguatinga, a Praça do Relógio não só é o coração da cidade, como também tem restaurantes ao seu redor.
*Estagiários sob supervisão de Nahima Maciel.
Patrimônio brasiliense
A pizzaria Dom Bosco é a mais antiga da cidade e se localiza ao lado a Igreja Nossa Senhora de Fátima.
Quando se fala de comidas tipicamente brasilienses é difícil não lembrar da Pizzaria Dom Bosco. A casa é quase tão antiga quanto a cidade e chega a ser ponto turístico, como relata, orgulhoso, Enildo Veríssimo, proprietário do local. “Sempre passam ônibus turísticos e, antes de exibirem a Igrejinha, falam sobre a Dom Bosco. Já são quase 60 anos”, garante.
Enildo se recorda da inauguração da loja e conta que, desde então, é frequentada por diversas gerações. “Temos algumas pessoas que já vêm com os bisnetos. São muitas gerações que frequentam aqui”. Para ele, o motivo do sucesso é uma mistura de gostar do que faz, usar ingredientes de qualidade e se identificar com o cliente. “Se você quer se diferenciar, você tem que fazer algo que fará o cliente voltar o resto da vida”, acredita.
No balcão, a receita da pizza, feita apenas de um sabor, é a mesma servida nas últimas seis décadas. O cliente escolhe entre a simples (R$ 3,50), a dupla (R$ 7) ou a pizza inteira (R$ 32). Nos primeiros dois casos, a ideia é comer na hora, em pé e, se possível, acompanhado de um Mate ou suco de caju (R$ 2,50, com 300ml). Finalizando a refeição, vale experimentar os docinhos produzidos no local por R$ 2,50.
Enildo Veríssimo toca a pizzaria Dom Bosco há 60 anos: várias gerações passaram pelo local
Entre as árvores
O Gibão é um dos mais tradicionais restaurantes especializados em culinária nordestina em Brasília.
O restaurante é famoso pela carne de sol e, também, por ficar localizado em um dos principais pontos turísticos da capital, o Parque da Cidade.
“Estamos em um lugar privilegiado, em contato com a natureza e muito agradável. Estar perto das árvores, em um parque que é um ponto muito importante da cidade, influencia muito no nosso restaurante. Recebemos clientes de todos os lugares, e muitos vêm por ser no Parque da Cidade”, aponta Eudinice Almeida, gerente do restaurante.
A carne de sol é o atrativo do estabelecimento. O prato Xique xique (R$ 119,50, serve duas a três pessoas) é uma carne de sol com arroz, feijao verde, mandioca cozida e pacoca. Já no prato Mandacaru (R$ 124,50, serve duas a três pessoas), a diferença é que a mandioca é frita. Ambos os pratos também são acompanhados de cheiro verde, vinagrete e manteiga de garrafa.
O sabor da culinária nordestina inclui todos os ingredientes tradicionais
Uma pitada de sal e lazer
Próximo ao Eixão, o The Salt é um ótimo local para almoçar aos domingos e aproveitar o Eixão do Lazer.
O Eixão é uma das principais vias do Plano Piloto e, aos domingos, um dos melhores pontos de lazer da capital, com atividades para pessoas de todas as idades. Em um ponto próximo à via, o restaurante The Salt é uma boa pedida para quem quer almoçar próximo ao Eixão do Lazer.
“Aos domingos, o restaurante é voltado ao público do Eixão. Tanto que abrimos em um horário especial, durante o almoço, diferentemente do nosso usual, que é o horário noturno”, ressalta o chef Enzo Pacelli.
Um dos carros-chefe da casa é a picanha ao molho chimichurri com risoto à piemontese (R$ 35). “A gente até tenta dar mais destaque pra nossa costelinha, mas a picanha é a que mais sai mesmo”, conta o chef. Enzo Pacelli, que abriu o restaurante no início de 2019, salienta ainda que o cardápio agora está mais completo, com mais petiscos e novos pratos. O cliente ainda escolhe os temperos que mais o agradam.
No The Salt, o cliente pode escolher os temperos que acompanham as carnes
A feijoada é a pedida certeira todo sábado no Brazolia Bar
Sabor do pagode
Para todos os gostos e públicos: o Brazolia Bar promete variedade de comidas e bebidas, entre bufê e à la carte. Tudo bem no coração da capital! De segunda a sexta, a casa oferece bufê de carnes nobres (R$ 59,90, o quilo) no almoço. No sábado, reina a tradicional feijoada (R$ 38,90, por pessoa) ao som do pagode do Coisa Nossa. No domingo, o bufê de almoço (R$ 69,90, o quilo) tem variedade de opções.
À noite, é a vez dos petiscos: isca de filé de tilápia com farinha panko (R$ 54, com 450g), picanha na chapa (R$ 87, com 600g) e miniburgers (R$ 54, 6 unidades) estão entre os queridinhos. “Queremos proporcionar ao cliente uma experiência agradável, que vá além da comida”, aponta o administrador Evandro Biagini. Por isso, a programação noturna é variada: karaokê na terça, sertanejo ou pagode na quarta, sertanejo e axé na quinta e pagode no fim de semana.
“É uma casa que, além da comida, ganhou especialidade no pagode”, resume. Entre as bebidas, o destaque vai para o happy hour com promoção no chope, além de drinques selecionados com 50% de desconto. No sábado, o combo de Eisenbahn (R$ 38,90) também sai a preço promocional. Os combos de gim Tanqueray com energético (R$ 310), de Heineken (R$ 52) e de Budweiser (R$ 46,50) não ficam de fora.
Lago e boa mesa
O pontão é um daqueles locais feitos para receber as pessoas em seu tempo de lazer. O espaço é amplo, bem localizado e repleto de atrativos para quem está em busca de algo para comer. Entre os estabelecimentos que ficam no Pontão, o Soho aposta com tudo na gastronomia japonesa. “O Pontão é um ponto privilegiado pela infraestrutura e segurança. É para passear, além de ser um lugar lindo”, diz Marcelo Ramos, proprietário da casa.
O local, que conta com uma decoração elegante e um cardápio de qualidade, atrai tanto os clientes de negócios quanto famílias, como explica Ramos. “Durante a semana, temos um público mais voltado para os negócios, mas, durante esse período de férias, recebemos muitas famílias mesmo durante a semana”.
Sobre os preparos servidos, Ramos destaca os peixes crus, usados em receitas tradicionais e contemporâneas nas receitas da casa. “Entre os peixes mais pedidos, o salmão é o campeão. Ele representa cerca de 80% dos pedidos da casa”, informa. Ele ainda destaca que, além do peixe marcado pela cor viva, o robalo e o atum são outras proteínas muito solicitadas. Para quem se interessou, os sashimis são uma escolha que exalta o peixe e podem ser pedidos tanto na versão de salmão como de atum e de robalo, além de outras alternativas (a partir de R$ 25,90).
As receitas com peixes crus são uma marca da cozinha japonesa que não pode faltar no Soho
Ponte turística
Inaugurada em 2002, a ponte JK encanta Brasília com os belíssimos arcos e tornou-se um dos principais cartões-postais da cidade. Próxima ao monumento, a Orla da terceira ponte é lar de alguns restaurantes, como o nipo-contemporâneo Nikkei.
“É legal estar próximo de pontos turísticos, tanto para nós do restaurante, quanto para os clientes”, ressalta o chef Divino Barbosa. No entanto, o chef e o proprietário Oswaldo Scafuto ressaltam que a Orla da Ponte JK necessita de mais atenção. “Lá está meio largado. A falta de iluminação pública e calçamento prejudicam o local. As pessoas param com o carro ali perto, tiram a foto e vão embora. Não tem tempo de permanência por conta da falta de infraestrutura de passeio”, aponta Oswaldo Scafuto.
Um dos destaques do Nikkei é o robalo cítrico (R$ 89) ao molho belle meunière com risoto de limão siciliano. O chef Divino Barbosa também enfatiza que o restaurante começa 2020 com novidades. “Estamos com um cardápio novo, já nessa segunda semana de 2020. Cardápio reformulado com novos pratos contemporâneos japoneses e com uma pegada peruana também estão no cardápio-bar. Eu considero o Nikkei um shopping culinário, a gente atende todo os tipos de paladar”, finaliza o chef.
Bem servido, o robalo cítrico é uma boa pedida no restaurante Nikkei
Na vila, sem espinha
A vila planalto surgiu em 1957 como um acampamento para operários. Anos depois, o local se firmou e começou a crescer. Atualmente, reúne bons restaurantes, como o pioneiro Traíra sem espinha.
Antes de apostar na traíra, Givaldo Francisco de Menezes, proprietário do local, relembra que a comida era servida no bufê. “Depois, a traíra surgiu como petisco e foi ganhando espaço até ser a principal receita do cardápio”, relembra. Ele ainda revela que, no início, o prato recebia o nome de triângulo mineiro.
A casa faz diversos tamanhos da traíra, que é empanada e servida sequinha — R$ 96,90, para 2 pessoas; R$ 142,90, para 3 pessoas; R$ 188,90, para quatro pessoas; e R$ 283,90, para 8 pessoas. “Trazemos a traíra do Xingu, do Uruguai e da Argentina. Temos um público que é bem fiel, que adora essa receita”, pontua. Para acompanhar, arroz, farofa e vinagrete. Se desejar, o cliente ainda pode pedir o pirão de peixe, por mais R$ 16,90.
A traíra sem espinhas é um clássico servido na casa
Às margens do (outro) lago
A beira da orla do Lago Veredinha, em Brazlândia, o Bar do Neguinho conquista o público não só pelo sabor e pela tradição, mas também pelo visual. “Quando é final de semana ou feriado, a gente coloca as mesas do lado de fora e fica com vista para o lago”, descreve o proprietário, Vilmar Rodrigues Abadia, a quem todo mundo chama de Neguinho.
Carro-chefe da casa, a galinha caipira (R$ 160, serve cinco pessoas; R$ 96,90, para três pessoas) vem acompanhada de salada, arroz, feijão, farofa, pequi. No domingo, acrescenta-se angu de milho. “Tem um caldo diferente, mais grosso, feito com açafrão. O pessoal se amarra!”, destaca-se o dono. Outra queridinha da casa é a picanha na chapa (R$ 159, 800g; R$ 96,90, 400g), fatiada com mandioca e vinagrete.
A comida é à vontade! “Aqui, se o cliente pede, tem repeteco de tudo, menos da carne e da salada”, ressalta Neguinho. Para petiscar, a pedida é a linguiça artesanal de pernil (R$ 29,90, 800g; R$ 16,90, 400g) nas versões sem pimenta, média e muito picante. Tem comensal que gosta tanto que quer levar para casa. Neguinho vende a linguiça a R$ 23, o quilo. A boa e velha cervejinha também não pode faltar.
Vista e comida boa são a pedida no Bar do Neguinho
Drinques, hambúrgueres e cinema são a cara do Goodfellas Cinebar
No coração de Taguatinga
Batizado em homenagem ao filme de Martin Scorsese, o Goodfellas Cinebar traz o universo do cinema para o coração de Taguatinga, perto da Praça do Relógio. “Todo o nosso cardápio tem nome e temática de filmes”, conta o gerente Camilo Lelis. É o caso do Sex and the city (R$ 23): o tradicional cosmopolitan de Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) ganha morango macerado “para tirar um pouco do toque artificial da bebida”.
Outro que sai bastante é o O que é isso, companheiro? (R$ 25): inspirado no filme de Bruno Barreto, o drinque mistura conhaque, cointreau, rum, redução de gengibre e canela em pó. Os cinéfilos podem se deleitar com o hambúrguer Goodfellas (R$ 26), feito com pão de brioche, maionese e blend da casa (180g), creme de cheddar e bacon caramelizado. “A maionese e o bacon têm um casamento interessante”, define.
A sétima arte é a alma do Goodfellas Cinebar. O local tem cinema privado (R$ 5, ingresso individual) no mezanino, onde exibe clássicos da telona. Com capacidade para 16 pessoas, o ambiente tem reserva para aniversários (R$ 80). Para não atrapalhar a sessão, o pedido deve ser feito antes — e o cardápio conta até com pipoca (R$ 8, balde pequeno; R$ 12, grande) nas versões tradicional, defumada e lemon pepper.
Onde comer
- Bar do Neguinho (Q. 7, casa 20, Setor Tradicional, Brazlândia; 3391-1268), aberto de quarta a domingo, das 9h às 17h.
- Brazólia Bar (SGO Q. 3; 99870-7399), aberto terça e quarta, das 11h30 à 1h; quinta, das 11h30 às 2h; sexta e sábado, das 11h30 às 2h30; e domingo, 11h30 à 0h.
- Gibão (Parque da Cidade, em frente ao estacionamento 4, ao lado do Centro Hípico do Parque; 3226-2449), aberto de segunda a sábado, das 11h30 às 23h; domingo, das 11h30 às 17h.
- Goodfellas Cinebar (QNA 8, lt. 1, ljs. 7/8; 3548-5476), aberto de segunda a sábado, das 18h à 1h.
- Nikkei (SCES, Tc. 2, cj. 32, lj 1, Orla da Ponte JK; 2099-2461), aberto segunda, das 19h à 0h; terça a quinta, das 12h às 15h e das 19h à 0h; sexta, das 12h às 15h e das 19h à 1h; sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h à 0h.
- Pizzaria Dom Bosco (107 Sul, Bl. D, lj. 20; 3443-7579), aberta diariamente, das aberta todos os dias, das 7h às 23h 7h às 23h.
- The Salt (Posto PB, eixinho L na altura da 206 Sul), aberto de terça a sexta, das 17h à 0h; sábado, das 12h às 22h; domingo, das 12h às 17h.
- Soho (SHIS QI 10, lt. 22; 3364-3979), aberto de segunda a quinta, das 12h às 15h e das 18h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h; domingo, das 12h à 0h.
- Traíra sem espinha (Rua 4, lt. 1, Acampamento DFL, Vila Planalto; 3306-2596), aberto diariamente, das 11h à 0h.