Crônica: Colunista comenta sobre digitalização da música
Paulo Pestana
Publicação:21/08/2015 07:06
Em mais alguns dias, toda a obra do maestro Cláudio Santoro estará disponível em meio digital; o mesmo vai acontecer com a produção do maestro Jorge Antunes, evitando que peças importantes para a construção cultural brasiliense se percam pelo ralo da memória.liberdade condicional, grupo de rap de Ceilândia, terá os oito discos gravados ao alcance de cliques; o cantor e compositor Cayê Milfont, nome importante nos festivais realizados na cidade, manterá um catálogo de 98 canções.
Ao todo, já são 121 artistas brasilienses com suas músicas devidamente legalizadas,editadas e distribuídas em todas as plataformas disponíveis. O melhor: todos recebendo pelo trabalho. E pensar que todo este movimento surgiu por causa de uma síndrome de pânico.
Gustavo Vasconcellos é um desses personagens que constroem a vida de uma cidade.Tocou bateria numa penca de grupos. Esteve com o Mel da Terra, Fama, Oficina Blues, Os Rochas, BsB Disco Clube. Numa noite, horas antes de um show, teve que chamar um substituto; o pânico manifestado anos antes impediu que subisse ao palco.
Era uma época em que a música estava mudando, deixando o mundo físico dos discos e migrando para os bits. Aproveitando conhecimentos de informática da universidade, atuação como empresário e como representante da União Brasileira de Compositores (UBC), ele enfrentou a síndrome e criou a gravadora GRV.
Já lançou 50 discos de artistas de Brasília e agora luta para profissionalizar a música e os autores, ampliando a ação e o alcance das obras via internet.
Com um programa de computador criado por ele mesmo, o Célula, Gustavo registra toda a movimentação das músicas. Se apareceu no Youtube, é detectada imediatamente; se foi baixada no Spotify ou no iTunes, também aparece. Pela primeira vez, o artista tem o controle total sobre o real alcance da obra.
E é aí que ficamos sabendo que Brasília pode ter sido capital do rock, ou ser a nova meca do chorinho, mas quem manda no pedaço é o hip-hop. Só o grupo Atitude Feminina tem mais de quatro milhões de acessos com músicas como O enterro do Neguinho e Rosas, em que mostram uma perspectiva feminina da violência na periferia das grandes cidades.
Não é um caso isolado. Bela Dona, Viela 17, Crônica Mendes, Baseado nas Ruas e muitos outros artistas formam um verdadeiro exército que, embora faça barulho, não é ouvido fora dos guetos. Um ataque verborrágico que ocupa as 24 primeiras posições entre as músicas mais acessadas ou baixadas da produção brasiliense.
É um massacre: 90% da música de Brasília vendida por meio digital é hip-hop. A proporção pode aumentar: Gustavo está lançando toda a obra do DJ Raffa Santoro, filho do maestro e produtor de quase todo o hip-hop da cidade e o DVD do Câmbio Negro.
Mas como o rock não morreu, Gustavo vai reunir velhos amigos no próximo dia 29, no Barcelona Hípica (em frente ao Zoológico). Algumas das bandas dos anos 1980 estarão lá: Mel da Terra, BSB Disco Clube, Oficina Blues, entre elas. E desta vez, sem pânico.
Olho: E é aí que ficamos sabendo que Brasília pode ter sido capital do rock, ou ser a nova meca do chorinho, mas quem manda no pedaço é o hip-hop
Brasília minha
Veja fotos dos seguidores do @cbfotografia que postaram com a hashtag #brasiliaminhacb.Envie a sua também!
Ao todo, já são 121 artistas brasilienses com suas músicas devidamente legalizadas,editadas e distribuídas em todas as plataformas disponíveis. O melhor: todos recebendo pelo trabalho. E pensar que todo este movimento surgiu por causa de uma síndrome de pânico.
Gustavo Vasconcellos é um desses personagens que constroem a vida de uma cidade.Tocou bateria numa penca de grupos. Esteve com o Mel da Terra, Fama, Oficina Blues, Os Rochas, BsB Disco Clube. Numa noite, horas antes de um show, teve que chamar um substituto; o pânico manifestado anos antes impediu que subisse ao palco.
Era uma época em que a música estava mudando, deixando o mundo físico dos discos e migrando para os bits. Aproveitando conhecimentos de informática da universidade, atuação como empresário e como representante da União Brasileira de Compositores (UBC), ele enfrentou a síndrome e criou a gravadora GRV.
Já lançou 50 discos de artistas de Brasília e agora luta para profissionalizar a música e os autores, ampliando a ação e o alcance das obras via internet.
Com um programa de computador criado por ele mesmo, o Célula, Gustavo registra toda a movimentação das músicas. Se apareceu no Youtube, é detectada imediatamente; se foi baixada no Spotify ou no iTunes, também aparece. Pela primeira vez, o artista tem o controle total sobre o real alcance da obra.
E é aí que ficamos sabendo que Brasília pode ter sido capital do rock, ou ser a nova meca do chorinho, mas quem manda no pedaço é o hip-hop. Só o grupo Atitude Feminina tem mais de quatro milhões de acessos com músicas como O enterro do Neguinho e Rosas, em que mostram uma perspectiva feminina da violência na periferia das grandes cidades.
Não é um caso isolado. Bela Dona, Viela 17, Crônica Mendes, Baseado nas Ruas e muitos outros artistas formam um verdadeiro exército que, embora faça barulho, não é ouvido fora dos guetos. Um ataque verborrágico que ocupa as 24 primeiras posições entre as músicas mais acessadas ou baixadas da produção brasiliense.
É um massacre: 90% da música de Brasília vendida por meio digital é hip-hop. A proporção pode aumentar: Gustavo está lançando toda a obra do DJ Raffa Santoro, filho do maestro e produtor de quase todo o hip-hop da cidade e o DVD do Câmbio Negro.
Mas como o rock não morreu, Gustavo vai reunir velhos amigos no próximo dia 29, no Barcelona Hípica (em frente ao Zoológico). Algumas das bandas dos anos 1980 estarão lá: Mel da Terra, BSB Disco Clube, Oficina Blues, entre elas. E desta vez, sem pânico.
Olho: E é aí que ficamos sabendo que Brasília pode ter sido capital do rock, ou ser a nova meca do chorinho, mas quem manda no pedaço é o hip-hop
Brasília minha
Veja fotos dos seguidores do @cbfotografia que postaram com a hashtag #brasiliaminhacb.Envie a sua também!