Os naufrágios de André Santangelo são simbólicos. O acúmulo de restos de obras e exposições guardados no quintal de casa levou o artista a refletir sobre as próprias viagens, muitas delas motivadoras da produção, e sobre o processo criativo. Quando desmonta uma exposição, as obras ficam encostadas. Santangelo resolveu fotografar esses restos e, aos poucos, percebeu no resultado um trabalho em potencial. Estratégias para naufrágios, que inaugura sexta (9), às 19h, na Galeria Ponto, é uma espécie de inventário, mas também uma releitura da própria obra de Santangelo.

A instalação resulta da fusão de fotografias do céu de Brasília com pinturas em miniatura feitas a partir de fotografias da água e do chão. “São umas marinhas bem precisas”, avisa o artista. Para chegar às imagens, ele registrou os restos das obras dispostos pelo chão do quintal e da própria casa. Um barco com projeções de imagens, 21 pinturas e 16 fotos forma a mostra.

“Essa série tem a ver com o fato de eu ter começado a fazer outra série, que são fragmentos de obras antigas que ficam no ateliê. Muitos objetos têm a ver com minhas viagens e é como se fossem restos de um naufrágio. Como um náufrago, vou revendo esses objetos”, conta o artista, que não realiza uma exposição individual na cidade há cinco anos.

Estratégias para naufrágios

 

Exposição de André Santangelo. Abertura nessa sexta (9), às 19h, na Galeria Ponto (SHCGN 716, Bloco L, Casa 39). Visitação até 18 de agosto, com hora marcada pelotelefone: 9962-5655.