Paulo Betti comemora 40 anos de carreira com monólogo leve e despretensioso
s provocações são sutis. O flerte com a plateia beira o delicado, resultando em uma experiência lírica e poética
Diego Ponce de Leon
Publicação:17/07/2015 06:15
Aos 40 anos de carreira e 62 de vida, Paulo Betti não precisa mais mostrar serviço. Os inúmeros papéis marcantes na televisão, no cinema e nos palcos o legitimam como um dos grandes nomes de nossa dramaturgia. Mas artistas, por vocação, não param. Jamais. Enquanto houver anseio por expressão, há espetáculo.
Ao comemorar as quatro décadas de jornada, Paulo acerta ao nos apresentar um texto leve e despretensioso no qual revive a própria história. Não exatamente a trajetória artística, mas os caminhos que o levaram ao ofício da profissão, o que torna tudo ainda mais interessante.
Centrado na infância e na juventude do ator, Autobiografia autorizada relembra a vivência ao lado da mãe analfabeta e do pai esquizofrênico. Aborda as relações com os irmãos e a descoberta da vida nos confins do interior de São Paulo. Formidável em cena, o artista ocupa o palco com naturalidade e passeia por entre fotos, trilhas e cenografias bem pensadas que o acompanham durante o monólogo, que alterna entre ares cômicos e dramáticos.
As provocações são sutis. O flerte com a plateia beira o delicado, resultando em uma experiência lírica e poética. Uma desconstrução cênica que nos convida a adentrar a formação pessoal de um ator. Os trabalhos e os marcos da carreira não aparecem, já os conhecemos. O melhor mesmo é saber como ele chegou lá. E ele nos conta, em detalhes, ao se entregar. Incondicionalmente.
Autobiografia autorizada
De Paulo Betti e Rafael Ponzi. Texto de Paulo Betti. No Teatro I do CCBB (SCES, Tr 2). Hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 20h. Ingressos a R$ 10 (inteira). Não recomendado para menores de 12 anos.

O ator brinca em cena ao compartilhar a própria história de vida
Aos 40 anos de carreira e 62 de vida, Paulo Betti não precisa mais mostrar serviço. Os inúmeros papéis marcantes na televisão, no cinema e nos palcos o legitimam como um dos grandes nomes de nossa dramaturgia. Mas artistas, por vocação, não param. Jamais. Enquanto houver anseio por expressão, há espetáculo.
Ao comemorar as quatro décadas de jornada, Paulo acerta ao nos apresentar um texto leve e despretensioso no qual revive a própria história. Não exatamente a trajetória artística, mas os caminhos que o levaram ao ofício da profissão, o que torna tudo ainda mais interessante.
Centrado na infância e na juventude do ator, Autobiografia autorizada relembra a vivência ao lado da mãe analfabeta e do pai esquizofrênico. Aborda as relações com os irmãos e a descoberta da vida nos confins do interior de São Paulo. Formidável em cena, o artista ocupa o palco com naturalidade e passeia por entre fotos, trilhas e cenografias bem pensadas que o acompanham durante o monólogo, que alterna entre ares cômicos e dramáticos.
As provocações são sutis. O flerte com a plateia beira o delicado, resultando em uma experiência lírica e poética. Uma desconstrução cênica que nos convida a adentrar a formação pessoal de um ator. Os trabalhos e os marcos da carreira não aparecem, já os conhecemos. O melhor mesmo é saber como ele chegou lá. E ele nos conta, em detalhes, ao se entregar. Incondicionalmente.
Autobiografia autorizada
De Paulo Betti e Rafael Ponzi. Texto de Paulo Betti. No Teatro I do CCBB (SCES, Tr 2). Hoje e amanhã, às 21h; domingo, às 20h. Ingressos a R$ 10 (inteira). Não recomendado para menores de 12 anos.