O tom sombrio da peça combina com o Dia das Bruxas, celebrado amanhã

Dificilmente associamos o gênero musical com o macabro ou com tramas de suspense. Imediatamente, os musicais nos remetem a êxtases de alegria, salvo exceções, como O fantasma da Ópera ou Evita. O tom sombrio parece não ter espaço entre as cantorias em cena. Justamente a perspectiva que a Cia. Fábrica de Teatro espera quebrar com o espetáculo — musical Resquícios, que estreia hoje.

A partir do recorte de três textos latinos (Júlio Cortázar, Roberto Bolanõrevela e Aquiles Ferrari) e da dramaturgia de Luana Proença, o diretor Rafael Soul espera assombrar a plateia com o auxílio de um enredo que gira em torno de uma velha casa.
De forma a maximizar o diálogo com o público, o diretor aposta em uma “experiência mais sensorial”. “Percepção de cheiros, o contato com os atores e a visão restrita são algumas das ferramentas que temos à disposição para chegar ao espectador de forma mais contundente.”

Saiba mais...
A Cia. Fábrica de Teatro acabou transgredindo o palco e lançou provocações culturais além das artes cênicas, a exemplo das sessões fotográficas [Nu] Objeto e Que gosto tem seu beijo?, nas quais contaram com apoio de voluntários dispostos a tirar as roupas ou beijar um desconhecido. Atualmente, em parceria com o diretor e ator Gabriel Estrëla, a Cia. trabalha em um belo projeto que gera reflexão sobre a vida com HIV.

SERVIÇO

Resquícios

Da Cia. Fábrica de Teatro. Direção e concepção de Rafael Soul. Dramaturgia de Luana Proença. No Teatro Dulcina (Conic). Hoje e amanhã, às 21h. Domingo, às 20h. Ingressos a R$ 20 (meia-entrada). Não recomendado para menores de 14 anos.