Único texto de Milan Kundera para os palcos leva a reflexão pelo riso

Numa viagem a pé e sem destino, um amo e seu criado relembram histórias de aventuras e desventuras amorosas que evidenciam o comportamento hipócrita entre classes sociais. Único texto teatral do escritor tcheco Milan Kundera, Jacques e seu amo —  escrito dez anos antes do clássico romance do autor, A insustentável leveza do ser —  era um desejo de tempos do diretor Roberto Lage.

Kundera se inspirou em Jacques, o fatalista do filósofo francês Denis Diderot. “É um prazer muito grande fazer esse texto. Primeiro porque namoro essa peça já há alguns anos. Depois pela qualidade dramatúrgica e pelo fato de ser a única de Milan Kundera”, afirma o diretor. O enredo é baseado em três histórias contadas, com humor e crítica, pelo amo e seu criado, Jacques.

O texto aponta a hipocrisia na relação entre diferentes classes sociais, representadas por Jacques e o amo. “É uma discussão bastante importante de ser feita hoje em dia. O texto trata da hipocrisia do homem na sociedade e vivemos um momento de muita hipocrisia social”, acredita o diretor.

A comédia apresenta, segundo Lage, uma maneira de refletir por meio do humor. “Não há só divertimento, mas também com ele há uma reflexão sobre seu comportamento como indivíduo e como cidadão no mundo de hoje.”


SERVIÇO

Jacques e seu amo
Direção de Roberto Lage. Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (SCES Tr.2, lt. 22). Até 1º de maio, de quinta a domingo, às 20h. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos.