Espetáculo 'Histórias compartilhadas' debate sobre corpo e identidade de gênero
O enredo foi construído a partir de relatos de pessoas que se descobriram aprisionadas em corpos que não reconheciam
Depois de controversa temporada em Fortaleza e no Rio de Janeiro, Histórias compartilhadas aparece em Brasília focado em debater o corpo e a identidade de gênero. A polêmica não gira necessariamente em torno do tema, mas surge na dramaturgia.
Em determinada cena, por exemplo, o ator Ari Areia tira sangue do próprio corpo e derrama sobre a imagem de Cristo, uma provocação entre o universo da transexualidade e a resistência religiosa. Enquanto alguns louvaram a coragem da peça, outros se sentiram ofendidos, com direito a nota de repúdio da Assembleia Legislativa do Ceará.
O enredo se constrói a partir de relatos de pessoas que se descobriram aprisionadas em corpos que não reconheciam. A encenação nos faz pensar sobre imposições de masculinidade da sociedade heteronormativa.
Um trabalho para questionar os dogmas retrógrados que nos pautam. São iniciativas assim que nos fazem refletir. Mesmo que a gente precise, eventualmente, encarar nossas ignorâncias.
SERVIÇO
Histórias compartilhadas – Ou dos corpos que não se bastam
Direção de Eduardo Bruno. Com Ari Areia. No Anfiteatro 17 do Instituto Central de Ciências (ICC Norte – UnB). Hoje, às 20h. Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos.