Brasília-DF,
26/MAR/2025

O Rappa apresenta show em versão acústica no Ginásio Nilson Nelson

A noite também contará com show das bandas Onze: 20 e RAPadura Xique-Chico

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Diego Ponce de Leon Publicação:07/10/2016 06:35Atualização:07/10/2016 15:14

O grupo carioca traz uma pegada visceral em novo disco (Guto Costa/Divulgação)
O grupo carioca traz uma pegada visceral em novo disco

 

Com disco novo na praça, O Rappa desembarca na capital para comandar uma longa noite de música. O público brasiliense poderá conferir o repertório do recém-lançado Acústico Oficina Francisco Brennand, gravado no belo ateliê do artista recifense. Mas Falcão pediu para avisar que se trata de um “acústico diferente. Para cima”. E a presentação por aqui segue a mesma vibração.

 

O repertório não deixa de fora os clássicos da carreira, com direito a coro em Pescador de ilusões e Anjos (Pra quem tem fé). E traz algumas novidades, como Uma vida só e Sentimento. Apesar dos 20 anos na estrada, o grupo segue provocando o cenário nacional musical — principalmente por conta do discurso social — e colocando todo mundo para cantar. A apresentação na capital federal conta ainda com a presença da banda revelação Onze: 20 e com as rimas de RAPadura Xique-Chico, que aquecem o público antes de O Rappa tomar o palco.

 

>> Entrevista // Xandão (guitarrista de O Rappa)

 

Antes da gravação do DVD, já rolava um apreço pela obra de Francisco Brennand? 

Nasci em João Pessoa e sabia da existência do centro cultural e que Brennand é um grande artista, mas nunca tinha ido lá .

 

Esse hibridismo de mesclar música com artes visuais, com cinema, com visagismo... é algo que te interessa? 

Sim, me interessa muito e foi através de um documentário feito pela Mariana, neta de Brennand que tive a ideia de gravar lá .

 

São 20 anos representando "o grito das ruas". Qual o grito atual vocês andam escutando? 

Particularmente, o distanciamento de um propósito comum me preocupa,  assim como distanciamento dos jovens com o futuro que se aproxima.

 

Faço a pergunta inversa: politicamente, o grito das ruas o representa? 

Sim, me representa e me movimento para isso. Tenho minha posição e não me distancio de outras opniões. O fato é que temos uma abstenção muito grande na hora dos votos e pouca responsabilidade após o voto.

 

O grupo fala em "apreço da vida digna". Essa dignidade, na forma de viver, mudou no decorrer dos anos? O que seria digno, hoje? 

Não acredito que tenha mudado. Pode ter modificado um pouco mas não vejo um povo interessado em educação e valorizando o professor, por exemplo.

 

Esse envolvimento social de vocês comove e inspira. O sucesso não os afastou dos propósitos iniciais? Desse compromisso?

Não, hoje conseguimos ter a maturidade de fazer o que está ao nosso alcance e controle sem ter que delegar a outros o que temos convicção ser nossa parte nas ações . O Centro Cultural Donana, nosso projeto social na Baixada Fluminense é um exemplo, pois estamos bem acompanhando bem mais de perto, diferente do que fazíamos antigamente.

 

Os primeiros trabalhos foram marcos da música nacional, pelo teor social, pela porrada do discurso. Como renovar? Surpreender quem escuta O Rappa? 

Eu diria como emocionar as pessoas sem ser tão duro e seco. O discurso permanece mas com uma maturidade na observação do cotidiano. Se formos falar de música que é nosso propósito, existe um enorme diferencial principalmente nas composições. 

 

Não estamos vivendo um movimento reverso no que diz respeito ao preconceito? Não estamos, cada vez mais, segregados? 

Com toda certeza o racismo no Brasil é muito maior do que enxergamos. O que mudou hoje é que talvez as pessoas tenham mais voz, trazendo a discussão cada vez mais à tona.

 

Falar sobre racismo há 20 anos e hoje é o mesmo? 

O racismo de hoje é o mesmo de 20 anos? Diria que infelizmente muitos dos temas que tratamos no primeiro disco em canções como Todo camburão tem um pouco de navio negreiro e Catequeses do medo continuam muito atuais.


De que forma a música pode nos ajudar a melhor conviver com o próximo? 

A contundência da música também se mostra no silêncio. Ouvir é muito mais importante do que falar.  

 

SERVIÇO

 

O Rappa em Brasília

Apresentação da banda carioca, além de shows completos de Onze: 20 e RAPadura Xique-Chico. Na área externa do Ginásio Nilson Nelson. Amanhã, a partir de 21h. Ingressos a partir de R$ 50. Não recomendado para menores de 18 anos. 

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