Brasília-DF,
21/MAR/2025

MC Carol e grupo Baiana System são algumas das atrações do Favela Sounds

Os grupos Attoxxá, Gang do Eletro e os cantores Rincón Sapiência também se apresentarão no evento

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Adriana Izel Publicação:18/11/2016 06:13Atualização:17/11/2016 18:41
Grupo Baiana System traz show do mais recente álbum,
Grupo Baiana System traz show do mais recente álbum, "Duas cidades"
 
Desde segunda-feira, a programação da primeira edição do Favela Sounds agita o Distrito Federal. O evento, que tem como objetivo fomentar a cultura da periferia, ofereceu oficinas em diferentes regiões administrativas do DF e neste fim de semana, celebra com uma série de shows gratuitos no Museu Nacional da República.
Com início previsto para as 18h, hoje o evento receberá cinco atrações de fora. São elas, os grupos Baiana System, Attoxxá e Gang do Eletro e os cantores Rincón Sapiência e MC Carol. Entre os artistas locais, hoje, estarão DJ Chokolaty, que é residente do projeto, e o trio Duafe, formado por Donna, Larissa Umaytá e Louise Lucena.
 
A banda Baiana System é uma das atrações mais aguardadas da noite. Inclusive, porque, durante o Festival Satélite 061, a apresentação do grupo não aconteceu. “Tiveram alguns problemas e não podemos tocar. Até por isso temos mais essa motivação para voltar a Brasília e mostrar o trabalho Duas cidades”, conta o músico Roberto Barreto ao Correio.

Novos trabalhos
No show, o grupo apresentará as canções do mais recente álbum, além de canções anteriores. “Basicamente faremos as músicas do novo disco. Mas como temos um formato bastante aberto e costumamos fazer experimentações, mesclamos muitos trabalhos”, explica Barreto. A carioca MC Carol é outra artista que apresentará seu mais novo trabalho, o disco Bandida. A artista chega à cidade embalada pelo sucesso do hit 100% feminista, em parceria com Karol Conka.
 
“Vou cantar sucessos antigos e músicas do CD Bandida. Espero que as pessoas se divirtam. O evento é som de periferia e o que eu faço é isso, porque vim de lá”, adianta a cantora. Amanhã, quando a programação começa às 19h no Museu, é a vez do palco ser comandado pela rapper Vera Verônika, os DJs Ketchup, Waldo Squash e Byano, além da dupla Cidinho e Doca, donos do Rap da felicidade, e Araketu.

Duas Perguntas // Roberto Barreto, do Baiana System

Como é a relação de vocês com Brasília?
É interessante que sempre estamos em Brasília em épocas diferentes. Tocamos na véspera da primeira votação da Câmara dos Deputados do processo do impeachment. Depois, quando fomos e não tocamos, estava na época do Festival de Brasília, que é tradicional. Querendo ou não estamos sempre interagindo com a cidade e com o que ela está vivendo.

O Baiana System mistura várias influências. Como você definiria o som da banda?
É uma coisa que a gente nunca tenta definir. São várias influências e referências mesmo. Tem samba reggae, samba, frevo, música afro, pop. Isso também está ligado à forma como a gente produz, sempre tem muita gente envolvida, e elas trazem suas próprias referências. Entendemos que o Baiana System é um lugar de experimentação.

 (Favela Sounds/Divulgação)
Duas perguntas // MC Carol

Você acaba de lançar um novo álbum, que mistura funks tradicionais com funks politizados. Para você é importante manter essa dosagem no seu trabalho?

Todas as minhas músicas são baseadas em histórias que ouvi ou que eu vivi. Gosto de cantar putaria, mas isso não me impede de fazer música de temas que eu acho que valem a pena escrever sobre. Não fico pensando que preciso fazer música com tema "x" ou "y", inclusive porque as coisas se misturam. Meu primeiro funk, Vou largar de barriga era uma música engraçada e irônica que fala sobre gravidez na adolescência e questões que o feminismo. Tinha 15 anos quando escrevi, mas ninguém falava que era um funk politizado, porque, na época, ninguém pensava isso. Igual Rap de felicidade, que todo mundo canta a música felizão, mas é uma critica a violência policial tanto quanto Delação premiada.

Sua parceria com Karol Conka, 100% feminista, foi uma música que teve bastante repercussão. Você se considera feminista?

Eu nasci feminista (risos). Na verdade, meu avó sempre me criou pra eu não abaixar a cabeça pra ninguém e sempre quis ser independente, achava que eu devia ter os mesmos direitos dos meninos que eu andava desde pequena. Queria ser respeitada! Mas só ano passado descobri que isso tinha um nome: feminismo.

Duas perguntas // Vera Verônika

No Favela Sounds, você fez oficina de música durante a semana. Como funcionou?

Fui convidada para fazer uma oficima de rima no Mestre D'Armas, para uma comunidade que se enxerga no rap e nas letras. Foram 20 alunos, entre homens, mulheres e crianças. Eles criaram três letras de rap para serem tocadas na sexta-feira no Favela Sounds.

Para você, qual é a importância de um festival como o Favela Sounds?
É muito interessante, porque o festival está além dos shows artísticos. Ele tem uma questão social. Vão vir novos artistas, que estão saindo das oficinas e que estão se revelando. A comunidade também vai participar.

Serviço
Favela sounds
Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios). Hoje, às 18h, com shows de DJ Chokolaty, Duafe, MC Carol, Gang do Eletro, Rincón Sapiência, Attoxxá e Baiana System. Amanhã, às 19h, com shows de Chokolaty, Vera Verônika, Waldo Squash, Cidinho e Doca, Byano (Baile da Chatuba), Araketu e Ketchup. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

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