Peça 'Autópsia de um beija-flor' discute o excesso de informações visuais
Sérgio Sartório e André Deca dividem o palco nessa montagem do espetáculo
Rebeca Oliveira
Publicação:16/12/2016 06:35Atualização: 16/12/2016 15:18

Peça da Cia Plágio de Teatro conta, mais uma vez, com texto do argentino Santiago Serrano
Vivemos num mundo hiperimagético. O excesso de informações visuais sobre si e sobre os outros incomoda e gera um voyeurismo social que pode chegar a níveis preocupantes. O tema tocante e que envolve toda a humanidade, dos confins do Brasil ou extremo leste japonês, é a tônica de A autópsia de um beija-flor. Mas não espere um documento formal ou discurso acadêmico sobre como estamos expostos na era da tecnologia. A quebra de expectativa é uma constante no trabalho do dramaturgo e diretor argentino Santiago Serrano. “Eu não falo pelos personagens, eles é quem falam por mim. As coisas acontecem magicamente”, resume.
No palco, Sérgio Sartório divide as cenas com André Deca. O trabalho é colaborativo e promete provocar, mais uma vez, o senso crítico do público local. “Sérgio Sartório e André Deca são ótimos atores, e isso é fundamental. Trabalhamos muito relaxados e com a atenção que o espetáculo seja o motivo principal do trabalho. E isso não é fácil. Em meu país, o ego é o rei. Aqui, há uma relação horizontal, um desenvolvimento em grupo. A mesma coisa aconteceu com Adriana Lodi, Guilherme Reis, Murilo Grossi, com quem trabalhei anteriormente. O narcisismo fica fora”, elogia Serrano.
Serviço
A autópsia de um beija-flor
Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil (SCES, Tc. 2; 3108-7630). Hoje, amanhã e domingo, às 20h. Até 26 de dezembro. 28 e 29 de dezembro, às 18h30 e às 20h. Entrada franca. Não recomendado para menores de 14 anos.