Criada em 2007, a cia. Teatro de açúcar é conhecida nos palcos da cidade por unir humor e crítica social na medida certa. O ator e diretor Marco Michelangelo avisa:  “Não somos de açúcar por sermos doces, mas pelo processo de dissolver para reconstruir”.

Assim é também com Cleópatra, espetáculo da trupe que estreou em Ceilândia, chega hoje ao teatro Garagem e encerra temporada em Taguatinga. Agora, o alvo das críticas é a sociedade e a inversão de valores.

“Falamos da selvageria da vida de hoje, do corre-corre que estamos enfrentando. E também do apego à estética, ao corpo plastificado, das excessivas intervenções corporais”, afirma Marco, que divide a direção deste espetáculo com Gabriel F..

A ação de Cleópatra é dividida em oito cenas curtas que se passam no futuro, num tempo que as empresas abriram mão de humanos e automatizaram toda a produção. A ideia é criar uma sociedade próspera, mas o que acontece é justamente o contrário. 

“Aproveitamos o momento em que a sociedade está tão dividida para falar sobre uma sociedade civilizadora. Os personagens de Cleópatra são execráveis. Há uma casta social no topo da pirâmide que apodrece quando tem o que queria por meio de projetos desumanos”, explica Marco.

Cleópatra

Sesc Garagem (713/913 Sul; 3445-4401).Sábado, às 20h, e domingo, às 17h e às 20h. Entrada franca. Não recomendado para menores de 18 anos.