Multishow estreia série sobre vida de ex-presidiário e dilemas do subúrbio
"Acerto de contas" acompanha uma trama de vingança
Adriana Izel
Publicação:30/03/2014 06:04Atualização: 31/03/2014 12:08
O subúrbio carioca e o drama da vida de um ex-presidiário serão contados na série Acerto de contas do diretor José Jofilly, que estreia nesta quarta-feira (2/4), no Multishow. A trama fala sobre Dante, vivido pelo ator e roteirista do programa Sílvio Guindane, um personagem criado pelo padrinho vigarista, Nicolau de Campo Grande (Stepan Nercessian): é casado, pai de uma filha e recém-aprovado no vestibular. No entanto, por culpa do irmão de criação Quinho (Ângelo Paes Leme), um aspirante a político, o protagonista mata um policial e é condenado a prisão.
O primeiro episódio foca nos caminhos que levaram Dante ao presídio. Já o desenrolar da temporada mostrará os planos de vingança do personagem, após sete anos de cadeia. “O Dante é um cara de índole boa, um sonhador. O problema dele foram as circunstâncias que levaram esse cara a se defender. Ele explodiu. O vejo como um justiceiro, um anti-herói. Tem boas intenções, mas o trilho descarrilou”, defende o ator Sílvio Guindane.
A ideia de criar o folhetim policial veio de Guindane. Há mais de 10 anos, o ator pensa em abordar aspectos de uma família suburbana e fora do comum. “A Zona Norte, a Zona Oeste e a Baixada Fluminense vivem uma vida paralela. É um outro mundo. De lá, são os eleitores que ganham óculos, dentadura... É um espelho de uma política que ainda existe no país”, defende.
O elenco também encorajou Guindane, sobretudo o desejo de voltar a trabalhar com Stepan Nercessian. “Queria fazer algo com ele. O personagem foi escrito para ele”, revela. Depois foram surgindo Ângelo Paes Leme (o vereador corrupto), Antonio Pitanga (o policial militar Negativo), Aline Fanju (Luana) e a novata Brenda Haddad (Raquel).
Leia a entrevista Sílvio Guindane e assista o trailer da série
Como surgiu a ideia de criar a série?
A gente estava para apresentar um projeto novo para o canal. Apresentei essa série que tive uma ideia há mais de dez anos. Eu tinha a vontade de contar a história de um protagonista que tinha tudo para ter outra vida, uma vida honesta. Também queria falar de uma relação familiar em que não o pai não era pai, era padrinho. Quando fui apresentar ao canal coloquei isso no papel e fui desenvolvendo os personagens. O canal tomou um susto, eles esperavam uma série de comédia. Mas eles compraram a ideia e a coisa foi andando.
Como é para você passear entre o drama e a comédia?
Na verdade, eu sempre quis variar. Fui fazer comédia muito mais tarde. Sempre fiz personagens dramáticos, mas acho que tive personagens de comédia que deram certo. Não sinto dificuldade em transitar nas duas áreas. Sempre passeie por esses dois ambientes. É um exercício.
Como você definiria o Dante?
Acho que ele é um cara de índole boa, um sonhador. O problema do Dante foram as circunstâncais que foram levando esse cara a se defender. O cara explodiu. Ele é um personagem justiceiro, um anti-herói. Ele tem boas intenções, mas o trilho descarrilou. No momento em que ele saiu da cadeia, a vida dele acabou. Não tem mais volta.
O que o espectador pode esperar do desenvolvimento da série?
Podem esperar mais, mais e mais. Depois que o Fante saí da cadeia, a relação dele com o mundo vira outra. A Luana (a esposa) casa com o Quinho (irmão de criação) e a filha chama o Quinho de pai. Ele vai correr atrás desse prejuízo. O Dante é um cara inteligente. Ele vai bolar uma forma de derrubar um por um. Essa série tem uma relação humana, uma coisa humana por trás da ação e dessa família torta.
Foi proposital na série discutir a corrupção na polícia e na política?
Acho que a série coloca isso da forma mais natural possível. Fiz uma pesquisa sobre o mundo político e tem muita coisa inserida na série. Aqui no Brasil, a gente está acostumado a falar da favela. O subúrbio não é tão retratado. A Zona Norte, a Zona Oeste e a Baixada Fluminense tem uma vida paralela. É um outro mundo. Dentro do subúrbio tem esse barão do contrabando, como o Nicolau. Mas a gente só vê o carro sendo roubado, a gente não vê o desmanche. É o subúrbio que elege os políticos que dão óculos e dentadura para os eleitores. A série mostra isso com muita naturalidade. Tem essa questão da crítica do vereador. Ele é um espelho da política que ainda existe. Mas sou bem otimista acredito que estamos melhorando.
Como é atuar com artistas de tanto destaque como Stepan Nercessian, Ângelo Paes Leme e Antonio Pitanga?
Uma delícia. Eles todos são muito meus amigos. São pessoas muito próximas. A série começou porque eu queria fazer algo com Stepan, acima da série. O personagem foi escrito para ele. O Ângelo é meu cumpadre e o Pitanga é meu amigo. Esse elenco foi escolhido a dedo. A gente conseguiu montar um grupo coeso para contar essa história. Precisa de muita química e muita confiança para fazer um trabalho desse.

Em Acerto de contas, o foco é o drama das comunidades carentes brasileiras
O subúrbio carioca e o drama da vida de um ex-presidiário serão contados na série Acerto de contas do diretor José Jofilly, que estreia nesta quarta-feira (2/4), no Multishow. A trama fala sobre Dante, vivido pelo ator e roteirista do programa Sílvio Guindane, um personagem criado pelo padrinho vigarista, Nicolau de Campo Grande (Stepan Nercessian): é casado, pai de uma filha e recém-aprovado no vestibular. No entanto, por culpa do irmão de criação Quinho (Ângelo Paes Leme), um aspirante a político, o protagonista mata um policial e é condenado a prisão.
O primeiro episódio foca nos caminhos que levaram Dante ao presídio. Já o desenrolar da temporada mostrará os planos de vingança do personagem, após sete anos de cadeia. “O Dante é um cara de índole boa, um sonhador. O problema dele foram as circunstâncias que levaram esse cara a se defender. Ele explodiu. O vejo como um justiceiro, um anti-herói. Tem boas intenções, mas o trilho descarrilou”, defende o ator Sílvio Guindane.
A ideia de criar o folhetim policial veio de Guindane. Há mais de 10 anos, o ator pensa em abordar aspectos de uma família suburbana e fora do comum. “A Zona Norte, a Zona Oeste e a Baixada Fluminense vivem uma vida paralela. É um outro mundo. De lá, são os eleitores que ganham óculos, dentadura... É um espelho de uma política que ainda existe no país”, defende.
O elenco também encorajou Guindane, sobretudo o desejo de voltar a trabalhar com Stepan Nercessian. “Queria fazer algo com ele. O personagem foi escrito para ele”, revela. Depois foram surgindo Ângelo Paes Leme (o vereador corrupto), Antonio Pitanga (o policial militar Negativo), Aline Fanju (Luana) e a novata Brenda Haddad (Raquel).
Leia a entrevista Sílvio Guindane e assista o trailer da série
Como surgiu a ideia de criar a série?
A gente estava para apresentar um projeto novo para o canal. Apresentei essa série que tive uma ideia há mais de dez anos. Eu tinha a vontade de contar a história de um protagonista que tinha tudo para ter outra vida, uma vida honesta. Também queria falar de uma relação familiar em que não o pai não era pai, era padrinho. Quando fui apresentar ao canal coloquei isso no papel e fui desenvolvendo os personagens. O canal tomou um susto, eles esperavam uma série de comédia. Mas eles compraram a ideia e a coisa foi andando.
Como é para você passear entre o drama e a comédia?
Na verdade, eu sempre quis variar. Fui fazer comédia muito mais tarde. Sempre fiz personagens dramáticos, mas acho que tive personagens de comédia que deram certo. Não sinto dificuldade em transitar nas duas áreas. Sempre passeie por esses dois ambientes. É um exercício.
Como você definiria o Dante?
Acho que ele é um cara de índole boa, um sonhador. O problema do Dante foram as circunstâncais que foram levando esse cara a se defender. O cara explodiu. Ele é um personagem justiceiro, um anti-herói. Ele tem boas intenções, mas o trilho descarrilou. No momento em que ele saiu da cadeia, a vida dele acabou. Não tem mais volta.
O que o espectador pode esperar do desenvolvimento da série?
Podem esperar mais, mais e mais. Depois que o Fante saí da cadeia, a relação dele com o mundo vira outra. A Luana (a esposa) casa com o Quinho (irmão de criação) e a filha chama o Quinho de pai. Ele vai correr atrás desse prejuízo. O Dante é um cara inteligente. Ele vai bolar uma forma de derrubar um por um. Essa série tem uma relação humana, uma coisa humana por trás da ação e dessa família torta.
Foi proposital na série discutir a corrupção na polícia e na política?
Acho que a série coloca isso da forma mais natural possível. Fiz uma pesquisa sobre o mundo político e tem muita coisa inserida na série. Aqui no Brasil, a gente está acostumado a falar da favela. O subúrbio não é tão retratado. A Zona Norte, a Zona Oeste e a Baixada Fluminense tem uma vida paralela. É um outro mundo. Dentro do subúrbio tem esse barão do contrabando, como o Nicolau. Mas a gente só vê o carro sendo roubado, a gente não vê o desmanche. É o subúrbio que elege os políticos que dão óculos e dentadura para os eleitores. A série mostra isso com muita naturalidade. Tem essa questão da crítica do vereador. Ele é um espelho da política que ainda existe. Mas sou bem otimista acredito que estamos melhorando.
Como é atuar com artistas de tanto destaque como Stepan Nercessian, Ângelo Paes Leme e Antonio Pitanga?
Uma delícia. Eles todos são muito meus amigos. São pessoas muito próximas. A série começou porque eu queria fazer algo com Stepan, acima da série. O personagem foi escrito para ele. O Ângelo é meu cumpadre e o Pitanga é meu amigo. Esse elenco foi escolhido a dedo. A gente conseguiu montar um grupo coeso para contar essa história. Precisa de muita química e muita confiança para fazer um trabalho desse.