Irandhir Santos estreia em novelas, na trama de 'Meu pedacinho de chão'
Ator está no elenco da nova novela das 18h, da Rede Globo
Estado de Minas
Publicação:08/04/2014 14:44
Na minissérie exibida em janeiro, o ator voltou à televisão, após sete anos do primeiro trabalho. Interpretou o impiedoso João, afilhado e capataz de Jaime (Murilo Benício), que banca a vingaça do padrinho diante de Leandro (Cauã Reymond).
Dom Pedro Diniz Quardena
(A pedra do reino)
Em 2007, Irandhir estreou na televisão como protagonista da minissérie, que comemorava 80 anos de Ariano Suassuna. Era o sertanejo e contador de histórias Quardena, que sonhava ser autor de uma
obra literária.
Sobre Meu pedacinho de chão
Curtinha
A trama marca uma ruptura de padrões da teledramaturgia. Mistura o universo da fantasia (os personagens parecem brinquedos) com o caipira e dramas infantis com adultos. A novela possui 100 capítulos (vai durar quatro meses) - número inferior ao padrão de produções globais. A versão original (1971), contém 185.
Sem censura
A novela não chega a ser um remake. Livre da censura do regime militar, houve mudanças. O próprio olhar do diretor transformou a obra. Abordando temas como reforma agrária, a primeira versão teve trechos censurados e foi exibida na TV Cultura e na TV Globo, simultaneamente.
Elenco
As crianças Tomás Sampaio e Geytsa Garcia são os protagonistas de Meu pedacinho de chão. Após Amor à vida, a atriz Bruna Linzmeyer interpreta a professora Juliana. Osmar Prado vive o coronel latifundiário Epaminondas. Também entre os nomes, Antônio Fagundes, Juliana Paes, Flávio Bauraqui e Rodrigo Lombardi.
O anti-herói
A novela é dividida entre o poder do coronel e a professora, que chega na cidade para ensinar. A trama reflete o embate entre os dois mundos. Personagem de Irandhir, Zelão é o capataz do coronel Epaminondas, que é contra a professora, mas se encanta por ela.

Ator interpreta o capataz Zelão na nova novela das 18h
Irandhir Santos não sabe qual é o destino do personagem. Ao contrário das produções cinematográficas, quando recebe previamente o roteiro, o ator encara uma experiência inédita. No novo desafio, o desconhecimento em torno do futuro da trama eleva o nível de concentração e reclusão do intérprete - características já conhecidas no arranjo para os filmes.
Ator dos premiados Tatuagem e O som ao redor, Irandhir viverá o trabalho mais duradouro da trajetória. Após atuar na minissérie Amores roubados (2014), o pernambucano parte, agora, para a primeira novela da carreira. Em Meu pedacinho de chão, de Benedito Ruy Barbosa, retoma parceria com o diretor Luiz Fernando Carvalho (Renascer e Rei do gado), iniciada em A pedra do reino, adaptação para a TV da obra de Ariano Suassuna, exibida em 2007 na TV Globo. Ele interpreta o capataz Zelão da nova novela das 18h, que estreou nesta segunda na emissora.
Assim como no teatro e no cinema, Irandhir cultiva preparo semelhante na televisão. Ao moldar o personagem, ele faz anotações e desenhos no caderno. “Eu tenho o maior ciúme dos meus desenhos”, frisa. O costume é determinante na evolução do papel. Mesmo com dois projetos consecutivos na telinha, ele não se distancia do cinema e fará dois filmes na sequência. Ao invés da festa Vem aí - lançamento da programação que reuniu atores globais -, a emissora liberou o ator para participar da premiação do Cine Sesc, no qual O som ao redor levou sete estatuetas, e ele ganhou o prêmio de melhor ator por Tatuagem.
Confira a entrevista com o ator Irandhir Santos
Você enxerga fronteira entre TV e cinema?
Não. Tenho como princípio fazer histórias com as quais eu me identifique, que acho necessárias serem contadas. No início da minha formação, isso se deu através do teatro. Queria contar experiências que queria viver. Nos últimos oito anos, isso se deu através do cinema. Nos últimos dois trabalhos, veio através da TV. Antes de definir cinema, TV e teatro, existe o prazer da história que você quer contar.
Nas gravações de um filme, você costuma ficar recluso. Como está em relação à novela?
No cinema, você tem acesso a toda a história e o trajeto do personagem. Para mim, é um trajeto curto. Você viver em dois meses uma vida, ter que dar sentimentos diferentes dos seus. Por isso, a reclusão atrelada a uma concentração. Eu acho sempre pouco tempo. Imagine isso na novela, onde não tenho acesso à trajetória do início ao fim… Tem efeito mais concentrado. Isso gerou em mim uma apreensão, uma concentração para estar disponível ao que vem pela frente.
O que te fez dizer sim ao projeto?
Eu ainda estava finalizando Amores roubados. A gente estava no período de gravação do Projac. Luiz Carvalho me telefonou e me levou aos lugares que ele queria gravar, a cidade cenográfica (Vila Santa Fé) que estava sendo erguida, mas já percebia a beleza que seria futuramente. Ele foi me apresentando o projeto e o personagem. Eu acredito muito nas coisas que Luiz faz.
Sentiu alguma diferença entre atuar no cinema e na novela?
Estou dentro da novela que vai quebrar com certos padrões aos quais nós, brasileiros, estamos acostumados. O foco da atuação é o não naturalismo. Traz para o ator o corpo expressionista. Exprime a emoção. Não é um corpo natural, cotidiano. Tem um desenho diferente. Ele realiza gestos fora do cotidiano. É um tipo de interpretação que talvez a gente associe mais ao teatro.
Como descobriu o Zelão?
Tiche Vianna fez um trabalho em cima de pesquisas dos estereótipos - anti-herói, mocinha, vilão - e comparação com algum animal. O meu, Zelão, trabalhamos em cima do anti-herói e cavalo. Tem a ver com o forte, a postura enigmática, o porte e a rudeza. Eu tive acesso a alguns lugares onde poderia observar os cavalos.
O que acha da produção regionalizada em TV?
Acho fantástico isso. Um bom momento de a televisão ganhar característica que já está vindo no cinema. A versatilidade do nosso Brasil. No cinema, já vem apontando com diversos diretores contando suas historias. A TV ganhará força ainda mais.
Papéis na telinha
A quem Irandhir já deu vida na dramaturgia televisiva
João
(Amores roubados)
Ator dos premiados Tatuagem e O som ao redor, Irandhir viverá o trabalho mais duradouro da trajetória. Após atuar na minissérie Amores roubados (2014), o pernambucano parte, agora, para a primeira novela da carreira. Em Meu pedacinho de chão, de Benedito Ruy Barbosa, retoma parceria com o diretor Luiz Fernando Carvalho (Renascer e Rei do gado), iniciada em A pedra do reino, adaptação para a TV da obra de Ariano Suassuna, exibida em 2007 na TV Globo. Ele interpreta o capataz Zelão da nova novela das 18h, que estreou nesta segunda na emissora.
Assim como no teatro e no cinema, Irandhir cultiva preparo semelhante na televisão. Ao moldar o personagem, ele faz anotações e desenhos no caderno. “Eu tenho o maior ciúme dos meus desenhos”, frisa. O costume é determinante na evolução do papel. Mesmo com dois projetos consecutivos na telinha, ele não se distancia do cinema e fará dois filmes na sequência. Ao invés da festa Vem aí - lançamento da programação que reuniu atores globais -, a emissora liberou o ator para participar da premiação do Cine Sesc, no qual O som ao redor levou sete estatuetas, e ele ganhou o prêmio de melhor ator por Tatuagem.
Confira a entrevista com o ator Irandhir Santos
Você enxerga fronteira entre TV e cinema?
Não. Tenho como princípio fazer histórias com as quais eu me identifique, que acho necessárias serem contadas. No início da minha formação, isso se deu através do teatro. Queria contar experiências que queria viver. Nos últimos oito anos, isso se deu através do cinema. Nos últimos dois trabalhos, veio através da TV. Antes de definir cinema, TV e teatro, existe o prazer da história que você quer contar.
Nas gravações de um filme, você costuma ficar recluso. Como está em relação à novela?
No cinema, você tem acesso a toda a história e o trajeto do personagem. Para mim, é um trajeto curto. Você viver em dois meses uma vida, ter que dar sentimentos diferentes dos seus. Por isso, a reclusão atrelada a uma concentração. Eu acho sempre pouco tempo. Imagine isso na novela, onde não tenho acesso à trajetória do início ao fim… Tem efeito mais concentrado. Isso gerou em mim uma apreensão, uma concentração para estar disponível ao que vem pela frente.
O que te fez dizer sim ao projeto?
Eu ainda estava finalizando Amores roubados. A gente estava no período de gravação do Projac. Luiz Carvalho me telefonou e me levou aos lugares que ele queria gravar, a cidade cenográfica (Vila Santa Fé) que estava sendo erguida, mas já percebia a beleza que seria futuramente. Ele foi me apresentando o projeto e o personagem. Eu acredito muito nas coisas que Luiz faz.
Sentiu alguma diferença entre atuar no cinema e na novela?
Estou dentro da novela que vai quebrar com certos padrões aos quais nós, brasileiros, estamos acostumados. O foco da atuação é o não naturalismo. Traz para o ator o corpo expressionista. Exprime a emoção. Não é um corpo natural, cotidiano. Tem um desenho diferente. Ele realiza gestos fora do cotidiano. É um tipo de interpretação que talvez a gente associe mais ao teatro.
Como descobriu o Zelão?
Tiche Vianna fez um trabalho em cima de pesquisas dos estereótipos - anti-herói, mocinha, vilão - e comparação com algum animal. O meu, Zelão, trabalhamos em cima do anti-herói e cavalo. Tem a ver com o forte, a postura enigmática, o porte e a rudeza. Eu tive acesso a alguns lugares onde poderia observar os cavalos.
O que acha da produção regionalizada em TV?
Acho fantástico isso. Um bom momento de a televisão ganhar característica que já está vindo no cinema. A versatilidade do nosso Brasil. No cinema, já vem apontando com diversos diretores contando suas historias. A TV ganhará força ainda mais.
Papéis na telinha
A quem Irandhir já deu vida na dramaturgia televisiva
João
(Amores roubados)
Na minissérie exibida em janeiro, o ator voltou à televisão, após sete anos do primeiro trabalho. Interpretou o impiedoso João, afilhado e capataz de Jaime (Murilo Benício), que banca a vingaça do padrinho diante de Leandro (Cauã Reymond).
Dom Pedro Diniz Quardena
(A pedra do reino)
Em 2007, Irandhir estreou na televisão como protagonista da minissérie, que comemorava 80 anos de Ariano Suassuna. Era o sertanejo e contador de histórias Quardena, que sonhava ser autor de uma
obra literária.
Sobre Meu pedacinho de chão
Curtinha
A trama marca uma ruptura de padrões da teledramaturgia. Mistura o universo da fantasia (os personagens parecem brinquedos) com o caipira e dramas infantis com adultos. A novela possui 100 capítulos (vai durar quatro meses) - número inferior ao padrão de produções globais. A versão original (1971), contém 185.
Sem censura
A novela não chega a ser um remake. Livre da censura do regime militar, houve mudanças. O próprio olhar do diretor transformou a obra. Abordando temas como reforma agrária, a primeira versão teve trechos censurados e foi exibida na TV Cultura e na TV Globo, simultaneamente.
Elenco
As crianças Tomás Sampaio e Geytsa Garcia são os protagonistas de Meu pedacinho de chão. Após Amor à vida, a atriz Bruna Linzmeyer interpreta a professora Juliana. Osmar Prado vive o coronel latifundiário Epaminondas. Também entre os nomes, Antônio Fagundes, Juliana Paes, Flávio Bauraqui e Rodrigo Lombardi.
O anti-herói
A novela é dividida entre o poder do coronel e a professora, que chega na cidade para ensinar. A trama reflete o embate entre os dois mundos. Personagem de Irandhir, Zelão é o capataz do coronel Epaminondas, que é contra a professora, mas se encanta por ela.