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13/FEV/2025

Cláudia Abreu: "Minha personagem vive sempre em um grande reality"

A atriz interpretou a cantora Shayene em 'Cheias de charme' e agora vive a americana Pamela Parker-Marra em 'Geração Brasil'

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Agência Estado Publicação:07/05/2014 09:44Atualização:07/05/2014 09:49

 (Rede Globo/ João Cotta)

O que a cantora Shayene, da novela "Cheias de Charme", e a americana Pamela Parker-Marra, de "Geração Brasil", têm em comum? Apenas a atriz que as interpreta. Pronta para viver um papel que apenas parece ser igual ao anterior, Cláudia Abreu ressalta as diferenças entre as duas personagens. Enquanto uma vivia em busca dafama, a outra não se reconhece sem ter sido uma celebridade.

A atriz confessa que, neste momento, não gostaria de estar em outro lugar, senão neste trabalho. As palavras refletem a alegria de repetir a parceria com a dupla de autores (Filipe Miguez e Izabel de Oliveira) e parte do elenco da trama anterior das 19h da Globo. Entretanto, a atriz confessa ter sofrido no início deste trabalho, principalmente por ficar 20 dias na Califórnia, longe de seus quatro filhos. Porém, até esta experiência a enriqueceu pessoal e profissionalmente.

Confira a entrevista:

Como é esta nova personagem?

CLÁUDIA ABREU - Ela é diferente da Shayene, pois está muito confortável com a fama. É algo natural. Ela é uma celebridade desde que nasceu: é filha de um magnata, foi a órfã da América; depois, a viúva da América; fez muito sucesso como atriz e ainda se casou com essa espécie de Steve Jobs (personagem de Murilo Benício)e os dois formam uma espécie de casal 20. Tudo isso faz com que a vida dela nunca tenha sido normal. Ela tem sempre o tom de quem está em frente às câmeras. Isso é o mais divertido, porque ela não é uma personagem naturalista. Ela vive sempre em um grande reality.

Como a personagem vai encarar essa volta ao Brasil?


CLÁUDIA - A mãe dela era brasileira, por isso ela fala muito bem o português. Além disso, o marido é brasileiro e a madrinha, a Dorothy (Luis Miranda), também. Então, tem muita intimidade com o Brasil, com a línguae tem muita paixão pelo país. Isso faz dela ainda mais engraçada, porque ela se sente brasileira, mas no fundo é uma gringa.

Como fez para incorporar o sotaque?


CLÁUDIA - Eu não queria que fosse carregado, queria que fosse algo sutil. Por isso, escolhi não fazer os 'erres', que são muito característicos do sotaque americano. Fiz algumas escolhas para que ele fosse mais sutil. Ao mesmo tempo, não poderia não ter sotaque, porque a graça dela é ser uma gringa no Brasil.

E você, como lida com a fama?

CLÁUDIA - A gente vai aprendendo a lidar com a fama. Depende muito do momento que você está, de quem te aborda, de como te aborda. Eu não gostaria de me rotular do tipo 'eu lido assim ou assado'. Eu lido com cada situação. Se a pessoa é educada, gentil, se sou respeitada, é de uma forma. Sou uma pessoa muito na minha, sempre fui. Faço questão de divulgar o meu trabalho, quando é preciso, mas não faço questão de divulgar a minha vida. Isso já é um código estabelecido.

E com a tecnologia?

CLÁUDIA - Eu sou da geração que precisa de manual. A minha filha, de 13 anos, não precisa. Ela faz tudo para mim. Mas, eu não tenho apego à tecnologia. Gosto muito da vida rudimentar, do livro, do filme na tela, nocinema. Não participo de nenhuma rede social, e nem é por preconceito, é por falta de tempo mesmo. Mas também não tenho interesse em esmiuçar a tecnologia. Adoro quando ela me serve, mas não sou viciada.

E como faz para controlar as crianças?

CLÁUDIA - A de 13 anos é quem precisa de mais orientação. Já pensei até em marcar horário, senão é o tempo inteiro. Não só porque eu acho perigoso, já que a gente não sabe com quem ela está falando, como também acho que não deve fazer bem. A gente não sabe qual é o impacto desses raios na saúde. Então, eu me preocupo. Antigamente, a gente tinha o controle de quem ligava para a nossa casa, sabia sempre com quem estava falando. Agora, não tem controle. Mas, por outro lado, não dá para engaiolar uma pessoa e deixá-la de fora da sua época. É uma equação difícil.

Trabalhar novamente com a mesma equipe de "Cheias de Charme" ajudou a aceitar o convite?

CLÁUDIA - Com certeza! Quando se faz um trabalho feliz, a gente quer repetir a parceria. E foi uma sorte e uma alegria eles terem me chamado de novo. Eu aceitaria sem ler nada, porque confio neles, tanto na direçãoquanto nos autores. Eles são muito interessantes, muito modernos, muito antenados, e falam tudo com muito humor, o que é muito bom para o ator. Me sinto feliz. Não gostaria de estar em nenhum outro lugar.

E repetir as parcerias em cena?


CLÁUDIA - É maravilhoso se reencontrar de uma maneira diferente. Com a Isabelle (Drummond), quase não contracenei em "Cheias de Charme", era muito mais com as outras duas. Sou fã dela desde a Emília. Eu a acho uma gênia. Tem a Taís (Araújo), que eu adoro.. Além de tudo, reencontrar pessoas que já estiveram comigo em outros trabalhos: a Renata Sorrah é minha comadre, madrinha do meu filho e agora, é minha sogra. Adoro Luis Miranda, Lázaro (Ramos)... Com o Murilo, eu só tinha feito cinema. É muito bom ter tanta gente talentosa em volta.

Como foram os dias de gravação na Califórnia?

CLÁUDIA - Foi muito bom. Teve o lado ruim de ficar longe da família, mas foi muito bom. Eu nem gostei, porque disseram que eu não dei corda para o sofrimento (risos). A saudade estava lá o tempo todo, mas eu tinha que trabalhar. Meu plano era levar os meninos, mas o voo era muito longo, difícil, com fuso de cinco horas.Aqui, todos já estão na escola, têm rotina. Achei que era melhor para eles ficar por aqui. Até porque eu estava trabalhando e não poderia dar a atenção que eles iriam precisar. Então, optei por deixá-los aqui.

E como foi para você esses dias longe?


CLÁUDIA - Para mim, foi diferente, porque nunca tinha ficado tanto tempo sozinha. Poucas vezes eu viajei com o meu marido, e eram viagens rápidas. Mas, sozinha, completamente, não sabia o que era há muito tempo. Foi muito bom, porque tem momentos em que você precisa da sua individualidade, até para trabalhar, para estudar. E olhar a sua vida de fora é muito bom para você voltar melhor.

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