Brasília-DF,
10/FEV/2025

Programas humorísticos sugerem outra abordagem sobre política

Neste ano, os programas fugiram das esquetes e investiram em entrevistas com os candidatos

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Publicação:21/09/2014 06:20
Humorista Gustavo Mendes imita a presidente Dilma Rousseff em humorístico da Band ( Alex Monteiro/Divulgação)
Humorista Gustavo Mendes imita a presidente Dilma Rousseff em humorístico da Band

Em época de eleições, é natural que boa parte da programação da tevê se volte para a cobertura do tema. As atrações humorísticas não ficam de fora. Porém, neste ano, os programas fugiram das esquetes e investiram em entrevistas com os candidatos.

A intenção é inserir o público jovem na discussão política, principalmente devido ao papel que as redes sociais têm desempenhado. Para o comediante Gustavo Mendes, que faz uma paródia da Dilma no Agora é tarde, transformar o conteúdo eleitoral em piada não é simples. “É capaz de mudar uma eleição”, atesta.

“Com o humor, você consegue entrar no universo das pessoas facilmente porque existe uma repulsa à política”, completa. Atualmente, quatro programas do gênero se dedicam à corrida eleitoral. Pânico e CQC (Band)  acompanham as agendas dos candidatos. A atração comandada por Marcelo Tas é incisiva na abordagem, com questionamentos diretos e saias justas.

No The noite (SBT), Danilo Gentilli faz entrevistas com os presidenciáveis. Ao contrário dos programas tradicionais, tem tom descontraído.

Confria entrevista com Gustavo Mendes

Até que ponto a brincadeira pode se tornar campanha eleitoral?

Penso nisso a partir do momento em que faço a maquiagem. Existe a presidente e a candidata. A personagem trata de casos que não se relacionam à campanha, até porque é ilegal. Em primeiro lugar, penso em entretenimento e não tomo partido de nada.

Os políticos evitam falar com vocês. Isso o chateia?

É uma grande burrice da parte deles. Por exemplo, os americanos são melhores do que a gente em uma porrada de coisas. Lá, os políticos participam de humorísticos porque sabem que é uma ferramenta importante de transformação. O Obama faz brincadeira com o Jimmy Fallon, a mulher dele vai ao David Letterman e isso acontece com todos.

Qual foi sua reação quando a Dilma não falou com você?

Quando a Dilma não falou com ninguém, foi uma surpresa porque me parecia que ela não tinha rabo preso, fazia brincadeiras com essas coisas e com ela própria. Todos tinham essa impressão até ela se recusar a falar com a gente.

Qual seria o limite entre uma brincadeira em rede nacional e a ofensa?

Não tenho como estabelecer isso porque seria como ditar um código. O que eu acho é que um país que viveu um grande período de opressão, como foi a ditadura, não tem o direito de pensar em limites de liberdade de expressão. Você pode escolher se quer ou não consumir tal entretenimento, mas ninguém tem o direito de regular o que cada um faz.

Pela culatra

Danilo Gentilli e a banda do The noite tentaram enquadrar Luciana Genro em alguns momentos durante a entrevista na atração. A candidata não se intimidou e disse que o humorista precisava estudar mais — o que virou meme nas redes sociais.

Não satisfeito…

Danilo postou no Facebook uma tirinha que comparava a candidata do Psol a Adolf Hitler. E ela respondeu: “Gentili confirma que realmente precisa estudar. Apologia ao nazismo é crime. Minha família tem origem judia e não admito brincadeira com esta tragédia da humanidade”.

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