Eleições e Copa do Mundo contribuíram para afastar o público das telenovelas
Os eventos fragmentaram ainda mais as novelas e atrapalharam os hábitos diários dos espectadores
Juliana Figueiredo
Publicação:12/10/2014 06:10
A cada novela lançada, uma nova queda de audiência é anunciada. Não há canal ou faixa de horário que escape. A concorrência da tevê aberta com outras mídias, principalmente a internet, é apontada como um dos principais fatores.
Outra questão precisa ser levada em consideração: 2014 é um ano atípico para a programação televisiva. As coberturas da Copa do Mundo e das eleições, por exemplo, fragmentaram ainda mais as novelas e atrapalharam os hábitos diários dos espectadores.
“As telenovelas são feitas para serem acompanhadas diariamente. Faz parte da construção delas. A fragmentação causa uma certa complicação no ritmo da trama. Meu pedacinho de chão, por exemplo, sofreu muito durante o período da Copa do Mundo. Então, o sobe e desce da audiência é natural. Essa instabilidade faz com que muitas pessoas migrem para a tevê paga e, depois que elas vão, não tem mais volta”, analisa a professora Maria Cristina Mungioli, do Centro de Estudos de Telenovela da Universidade de São Paulo (USP).
Para Tânia Montoro, professora de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), a crise de audiência está ligada à nova configuração da família brasileira. “Não existe mais aquela rotina de jantar e depois se sentar junto para assistir à tevê. É preciso se adaptar à nova família”, explica.
Tânia também destaca os seriados como grandes concorrentes das telenovelas. “São ficções mais curtas. As telenovelas são muito longas, o que cansa o público e encarece o produto para as emissoras. Acredito que, no futuro, teremos um novo formato de telenovelas, que se assemelhe ao formato das séries”, reflete.
Entretanto, essa migração do público não significa necessariamente que as novelas perderam força. “Acreditamos que muitas pessoas têm assistido às tramas em outras plataformas. Elas têm figurado nas listas de assuntos mais comentados nas redes sociais e continuam gerando muitas discussões”, avalia Mungioli.
A novela Império foi prejudicada pelo horário eleitoral: tempo reduzido e fuga de espectadores
No ar
Malhação – Globo
De segunda a sexta, às 17h50
Boogie Oogie – Globo
De segunda a sábado, às 18h15
Geração Brasil – Globo
De segunda a sábado, às 19h15
Chiquititas – SBT
De segunda a sexta, às 20h30
Império – Globo
De segunda a sábado, às 21h
Vitória – Record
De segunda a sexta, às 22h
A Copa do Mundo acabou atrapalhando o folhetim infantil Chiquititas
A cada novela lançada, uma nova queda de audiência é anunciada. Não há canal ou faixa de horário que escape. A concorrência da tevê aberta com outras mídias, principalmente a internet, é apontada como um dos principais fatores.
Outra questão precisa ser levada em consideração: 2014 é um ano atípico para a programação televisiva. As coberturas da Copa do Mundo e das eleições, por exemplo, fragmentaram ainda mais as novelas e atrapalharam os hábitos diários dos espectadores.
“As telenovelas são feitas para serem acompanhadas diariamente. Faz parte da construção delas. A fragmentação causa uma certa complicação no ritmo da trama. Meu pedacinho de chão, por exemplo, sofreu muito durante o período da Copa do Mundo. Então, o sobe e desce da audiência é natural. Essa instabilidade faz com que muitas pessoas migrem para a tevê paga e, depois que elas vão, não tem mais volta”, analisa a professora Maria Cristina Mungioli, do Centro de Estudos de Telenovela da Universidade de São Paulo (USP).
Para Tânia Montoro, professora de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), a crise de audiência está ligada à nova configuração da família brasileira. “Não existe mais aquela rotina de jantar e depois se sentar junto para assistir à tevê. É preciso se adaptar à nova família”, explica.
Tânia também destaca os seriados como grandes concorrentes das telenovelas. “São ficções mais curtas. As telenovelas são muito longas, o que cansa o público e encarece o produto para as emissoras. Acredito que, no futuro, teremos um novo formato de telenovelas, que se assemelhe ao formato das séries”, reflete.
Entretanto, essa migração do público não significa necessariamente que as novelas perderam força. “Acreditamos que muitas pessoas têm assistido às tramas em outras plataformas. Elas têm figurado nas listas de assuntos mais comentados nas redes sociais e continuam gerando muitas discussões”, avalia Mungioli.
A novela Império foi prejudicada pelo horário eleitoral: tempo reduzido e fuga de espectadores
No ar
Malhação – Globo
De segunda a sexta, às 17h50
Boogie Oogie – Globo
De segunda a sábado, às 18h15
Geração Brasil – Globo
De segunda a sábado, às 19h15
Chiquititas – SBT
De segunda a sexta, às 20h30
Império – Globo
De segunda a sábado, às 21h
Vitória – Record
De segunda a sexta, às 22h