Mulheres de Areia deixa personagens marcados na memória da telenovela
Vivido por Gianfrancesco Guarnieri e Marcos Frota em diferentes versões de Mulheres de areia, Tonho da Lua conquistou o público na batalha dele contra Raquel e no amor por Ruthinha
Ataide de Almeida Jr.
Publicação:11/10/2015 06:06Atualização: 09/10/2015 16:03
Um dos grandes clássicos de Ivani Ribeiro, a novela Mulheres de areia — que teve duas versões, uma em 1973, pela TV Tupi, e outra em 1993, na TV Globo — serviu não só para colocá-la no topo da lista dos maiores novelistas da história, mas também para deixar marcado na teledramaturgia grandes personagens. Entre eles, estão as gêmeas Ruth e Raquel, a família Assunção, com destaque para a filha problemática Malu e para a mãe controladora Clarita, e, claro, para o inesquecível Tonho da Lua.

Marcos Frota deu um tom cômico ao personagem
Na primeira versão, Tonho da Lua foi interpretado por Gianfrancesco Guarnieri, enquanto na segunda coube a Marcos Frota o papel. A história do personagem é peculiar. Com problemas mentais, Tonho tem uma personalidade complicada, podendo ir do ingênuo e carinhoso ao agressivo. Duas situações o conseguem deixar calmo. A primeira é quando está fazendo as esculturas de mulheres na areia da praia de Pontal D’Areia, cidade fictícia onde se passa a novela. A outra é quando vê ou interage com Ruth — a gêmea boa.
Agora, se quer ver Tonho da Lua fora do sério, é só colocá-lo próximo a Raquel ou em alguma situação que ele tenha que enfrentar o padrasto Donato. Por conta dos problemas mentais, ele fica muito nervoso e não consegue pronunciar propriamente todas as palavras, gaguejando muito. Essa, aliás, é uma das características mais lembradas no personagem. “Aaaaaaaaa Raaaquellll é má, aaaaaa Ruth é boazinha”, dizia o enfurecido Tonho.
Tonho da Lua continua com sua paixão platônica por Ruth até o fim da novela, quando ela se casa com Marcos. Tonho, então, toma decisão de fugir da cidade com o circo.
A interpretação de Gianfrancesco Guarnieri era mais dramática que a de Marcos Frota, que procurou dar um tom mais infantil ao personagem. Isso fez com que Marcos fosse mais lembrado pelo papel. Dois motivos ainda contribuíram para isso: o público em frente à televisão era maior em 1993 — além de a novela ser colorida —, e porque a trama ainda foi reprisada por duas vezes no Vale a pena ver de novo. E se você quer assistir novamente, o Viva vai transmitir a novela em fevereiro de 2016.
SAIBA MAIS
Três para um
Segundo o site Teledramaturgia, de Nilson Xavier, três atores escalados para o elenco fizeram testes para interpretar o Tonho da Lua: Eduardo Moscovis, Irving São Paulo e Marcos Frota, que acabou ficando com o papel e foi o grande destaque da novela. Eduardo Moscovis e Irving São Paulo ficaram com outros papéis: Tito e Zé Luís, respectivamente.
Esculturas
Uma das curiosidades da primeira versão da novela é que Serafim Gonzalez, o ator que interpretou o personagem Garnizé, era o responsável por dar forma às esculturas de areia feitas por Tonho da Lua. Serafim começou a carreira na TV Tupi, onde participou de várias novelas ao vivo, inclusive do original de A viagem, também de Ivani Ribeiro. O artista morreu em abril de 2007. O último folhetim de que participou foi Cristal, no SBT.

Na versão da década de 1970, as esculturas eram feitas pelo artista Serafim Gonzalez
Outros personagens
Apesar de ficar marcado por anos com o personagem Tonho da Lua, Marcos Frota também se destacou em outros papéis. Em O clone, ele viveu Escobar, um antigo aluno do doutor Albieri (Juca de Oliveira), que é contra as experiências de clonagem. Houve ainda o inesquecível Jatobá, em América. Na trama, o personagem perdeu a visão quando adulto e teve que aprender a lidar com as dificuldades, tornando-se um dos porta-voz dos direitos dos deficientes vi suais.