Relembre a última novela preto e branco exibida pela emissora Globo
Trama de Mauro Prata, Estúpido cupido foi a última novela da Globo, e recriou a atmosfera rock%u2019n roll dos anos 1960

Substituir uma novela de sucesso é sempre um desafio para a trama que vem depois. Por isso ser exibida depois da primeira versão de Anjo mau foi o primeiro obstáculo a ser vencido por Estúpido cupido, atração que foi ao ar em agosto de 1976, na faixa das 19h da Globo.
A receita foi juntar a experiência do diretor Régis Cardoso e de atores como Ney Latorraca, Leonardo Villar e Mauro Mendoça ao frescor de nomes como Elizabeth Savalla, Françoise Forton e Mário Prata, que assinava a primeira novela da carreira.
Ao som de muito rock e twist — a trilha sonora contava com Celly Campello e Elvis Presley, entre outros —, a aposta da trama ambientada nos anos 1960 era no romance entre Tetê (Françoise), moça romântica que sonhava em se tornar Miss Brasil, e o ciumento jornalista João (Ricardo Blat).
Um marco de Estúpido cupido foi a cena em que Tetê chega à final do Miss Brasil de 1961. As sequências foram rodadas no Maracanãzinho, palco do concurso na vida real, e contaram com a participação dos jurados da competição Hilton Gomes e Marly Bueno.
Outro núcleo que
chamou a atenção dos telespectadores foi o do colégio religioso Normal de Albuquerque. Elizabeth Savala vivia a irmã Angélica, religiosa que tinha ideias revolucionárias, como montar O auto da Compadecida no colégio. Na vida real, a censura não gostou nada das cenas e as proibiu. Não adiantou a atriz vir várias vezes a Brasília para tentar reverter a decisão.
Além de Françoise e Elizabeth, Ney Latorraca também brilhou na pele de Mederiquis. O líder da fictícia banda Personélitis Bóis não queria sair do curso Científico de jeito nenhum por ter medo de perder a mesada do pai e ter que trabalhar. Ney se envolveu tanto com o personagem que sugeriu o figurino de Mederiquis e ainda batizou a lambreta do playboy de Brigite.
Estúpido cupido marcou época também por ter os dois últimos capítulos exibidos a cores. Segundo o site Memória Globo, nem o elenco sabia que isso aconteceria. As novelas subsequentes já foram a cores.
Saiba mais
PEGOU!
“Fala danadinha, fala”. O bordão de Adelaide, personagem defendida pela carismática Célia Biar, caiu no gosto popular. Ela falava a frase ao telefone ao fofocar com as amigas, sempre seguidas de divertidas caretas.
CAUSOU
A cantora Celly Campello dava voz a duas faixas da trilha sonora do folhetim — Estúpido cupido e Banho de lua. Ela apareceu na novela como ela mesma e as gravações externas chamaram a atenção do elenco e do público.
INTERNACIONAL
Estúpido cupido fez sucesso fora
do país. A emissora TVN, do Chile, adaptou o texto para a realidade daquele país e, em 1995, estreou uma trama com o mesmo título
da brasileira.