Brasília-DF,
20/ABR/2024

Relembre a trajetória do ator Raul Cortez

O brasileiro era um ator daqueles que não escolhiam papéis. Ele brilhava em todas as frentes

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Vinicius Nader Publicação:17/07/2016 07:00Atualização:15/07/2016 14:43

O italiano  Jeremias Berdinazzi foi um dos papéis de destaque na trajetória de Raul Cortez na tevê


 (Globo/CEDOC)
O italiano Jeremias Berdinazzi foi um dos papéis de destaque na trajetória de Raul Cortez na tevê


Pobre ou rico, vilão ou mocinho, cômico ou dramático — nada disso importava para Raul Cortez. O ator, cuja morte completa 10 anos amanhã, era tudo isso. Nascido em São Paulo, Raul morreu aos 72 anos em decorrência de um câncer no pâncreas. Deixou o legado de interpretações inesquecíveis como Miguel Fragonard de Água viva (1980), Virgílio Assunção de Mulheres de areia (1993) e Jeremias Berdinazzi de O rei do gado (1996).

Quando chegou à televisão, Raul Cortez já era um ator consagrado nos palcos. Já eram mais de 30 peças na carreira desse ator camaleônico. Na tevê, a estreia veio em 1966, com Ninguém crê em mim (1966), de Lauro César Muniz, na Excelsior. Antes de chegar à Globo, Raul ainda integrou o elenco da Band e da Tupi. Na primeira, atuou em Os miseráveis (1967). Na segunda, brilhou em Toninho on the rocks (1970), Vitória Bonelli (1972), Tchan, a grande sacada (1976) e Xeque-Mate (1976).

Logo no segundo trabalho na Globo, Raul conquistou o público e a crítica em Água viva. “Era para eu morrer por volta do 30º capítulo. Há muito tempo que eu não fazia televisão, não era o que eu estava acostumado a fazer. Mas o papel foi absolutamente extraordinário e eu só morri pouco antes do fim da novela”, contou o ator, em depoimento ao site Memória Globo.

Outro destaque da carreira de Raul na tevê foi o fazendeiro italiano Jeremias Berdinazzi de O rei do gado. A rixa dele com o Bruno Mezenga de Antonio Fagundes dividiu e divertiu o país. O papel rendeu alguns prêmios a Raul e deu frutos em mais duas novelas de Benedito Ruy Barbosa — também como dois italianos: Francesco Magliano de Terra nostra (1999) e Genaro de Esperança (2002). Uma curiosidade é que, apesar de ter vivido tantos italianos, Raul era descendente de portugueses e espanhóis.


Em 2005, o par romântico com Glória Menezes em Senhora do destino teve que ser interrompido. Raul descobriu o câncer enquanto estava no ar e foi afastado da trama. Mas esse não foi o último trabalho dele na telinha. O ator ainda voltou como Antônio Carlos na minissérie JK.


Saiba mais


Quase doutor
Para agradar ao pai, Raul Cortez estudou Direito. Mas, aos 22 anos, passou a se dedicar apenas à atuação.

Despudorado
A carreira de Raul foi recheada de quebras de tabus. Em 1969, viveu um travesti na peça Os monstros e, no ano seguinte, causou furor ao protagonizar o primeiro nu frontal masculino do teatro brasileiro em O balcão.

Política
Raul nunca escondeu suas opções políticas. Nos anos de chumbo, lutou contra a ditadura e, em 2002, gravou depoimentos de apoio ao candidato à presidência da República José Serra.

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