Eu vi: 'Sol Nascente' estreia de modo morno no horário das seis
Mesmo com o casal protagonista entrosado, a novela não empolga
Vinicius Nader
Publicação:04/09/2016 06:00Atualização: 03/09/2016 18:20

Os veteranos Aracy Balabanian e Francisco Cuoco interpretam um casal na nova novela das seis
A primeira cena de Sol nascente, novela que estreou na última segunda na faixa das 18h da Globo, chamou a atenção e deixou clara a assinatura do autor Walther Negrão. Belas tomadas aéreas de praias paradisíacas, detalhes de uma pescaria e de mergulhos e ainda imagens de passeios de iates. A fictícia Arraial do Sol Nascente (que na verdade tem cenas gravadas em Búzios e em Arraial do Cabo) é estonteante.
Mas uma novela não pode viver de sol e praia. Precisa de uma trama. E a de Sol nascente derrapa bastante. A amizade de infância entre Alice (Giovanna Antonelli) e Mario (Bruno Gagliasso) que se transforma em amor não segura nem um mês de história, muito menos um folhetim inteiro. Por mais que os atores tenham química — e têm — não dá, é frágil demais. O texto, infantil e bobinho, também não cola. O público que estava acostumado com Êta mundo bom! vai estranhar.
Experiente, Walther Negrão sabe disso. Tomara que ele aposte no casal que mais chamou a atenção na primeira semana. Como é bom ver Francisco Cuoco e Aracy Balabanian (Gaetano e Geppina) em papéis que fazem jus ao talento e à história deles. Com direito à trama misteriosa e tudo! O vilão César — o primeiro da carreira do competente Rafael Cardoso — ainda não mostrou ao que veio, mas tem tudo para agradar.
Melhor amigo de Gaetano, Tanaka foi o personagem que causou polêmica nas redes sociais antes mesmo da estreia. Isso por causa da escalação de Luis Mello para viver um japonês. A emenda saiu pior do que o soneto e o autor disse que tentou escalar um ator oriental para o papel, mas não achou nenhum com “a capacidade e o peso” de Mello. Logo no primeiro capítulo, Negrão deu um jeito de tentar se explicar e o personagem disse ser neto de americanos.
Ainda é cedo, eu sei. Mas torço para que Sol nascente encontre logo um rumo. O público, hoje em dia, não dá muita chance para inícios mornos.
SÓ FALTA VIRAR A CADEIRA
Com muito atraso, estreou semana passada a versão brasileira de X Factor. “Meu sonho nunca foi estar aqui”, dispara a candidata Jessica no melhor momento dos dois episódios. Tem alguma coisa errada quando o destaque é a negativa de uma aspirante a cantora. E tem muitos erros ali: os candidatos não empolgam, o lenga-lenga das eliminatórias parece interminável e, principalmente, os jurados não têm a menor liga. É um The voice em outra emissora. Com muito do que já cansou do concorrente.
EXPECTATIVA
A chamada de Supermax está demais! Depois do sucesso de Justiça (que continua ótima, por sinal!), a expectativa para a série estrelada por Cleo Pires e Eron Cordeiro só aumenta.