Coluna 'eu vi': estreia de 'Dois irmãos' e fim de 'Escrava mãe'
Nesta semana, a coluna destaca a nova série da Globo e o fim da novela da Record
Vinicius Nader
Publicação:08/01/2017 06:30Atualização: 06/01/2017 14:55

Juliana Paes se destaca no papel de Zana
A Globo entrou de vez no universo on demand. Depois de liberar Justiça e Supermax com antencedência, agora são os três primeiros capítulos de Dois irmãos que estão disponíveis para assinantes da plataforma digital da emissora. A atração começa a ser exibida amanhã e terá 10 episódios.
Se você não curte spoiler, deixe para ler a coluna depois. Dois irmãos chega sendo uma das grandes apostas do primeiro semestre na Globo. E, a julgar pelo primeiro capítulo, atende às expectativas.
A direção de Luiz Fernando Carvalho é precisa. O tom de cinema visto em várias produções curtas da Globo está de volta. Mas os ângulos escolhidos pelas lentes de Carvalho são peculiares: os pés de Zana (Juliana Paes) são alvo de vários takes, assim como reflexos em águas manauaras.
Outra marca é a não-linearidade da trama, que se passa em três épocas. O calendário vai e vem de acordo com a necessidade da narrativa. O problema é uma narração extremamente didática. Daria para deixar o espectador perceber as mudanças a partir de sinais mais sutis.
O elenco de Dois irmãos é quase todo bem escolhido. Antonio Fagundes consegue se descolar do coronel Afrânio de Velho Chico como Halim. Na juventude, o libanês é vivido por Bruno Anacleto. Vale anotar esse nome: o rapaz é bonito e tem presença de cena.
Luminosa, a presença de Juliana Paes não passa despercebida. Mas, infelizmente, é mais pela plasticidade da cena (como a câmera gosta de Juliana!). A atriz volta sete anos e repete a Maya de Caminho das Índias. Os trejeitos, o tom de voz... tudo se repete. A impressão é de que, a qualquer momento, ela vai soltar um “habib” como acontecia na trama de Gloria Perez.
Cauã Reymond, um dos nomes mais aguardados, não apareceu. Os gêmeos Omar e Yakub merecem um ator do porte de Cauâ, pois os jovens que os interpretaram na estreia não são muito expressivos. É esperar para ver se a força do livro de Milton Hatoum se repetirá nas telas. Tomara!
Enquanto uns chegam...
Amanhã, a Record exibe o último capítulo da novela Escrava mãe, uma das melhores da emissora dos últimos anos. Inspirada em Escrava Isaura, a trama foi protagonizada por Gabriela Moreyra. Na pele de Juliana, ela alternou momentos ruins com outros bons. A menina cresceu especialmente quando contracenou com Zezé Motta e Roberta Gualda, as duas muito bem nos papéis de tia Joaquina e Teresa, respectivamente. Bete Coelho (Beatrice), Thaís Fersoza (Maria Isabel) e Milena Toscano (Filipa) também chamam atenção numa trama de poucos destaques masculinos. Caprichosa também é a direção de arte de Escrava mãe.