Quando criou o detetive Sherlock Holmes no século 19, o escritor Arthur Conan Doyle provavelmente não esperava que o personagem fosse sobreviver por tanto tempo. Na verdade, o escritor teve dificuldades de emplacá-lo. Anos depois, no tecnológico século 21, o detetive, porém, permanece mais vivo do que nunca e aparece em várias produções do mundo pop, além de influenciar muitas outras.

 

Provavelmente o maior sucesso recente do detetive seja a série Sherlock. Produzido pela BBC, o programa chegou, há pouco tempo, à quarta temporada e tem o elogiadíssimo Benedict Cumberbatch como protagonista. A série ostenta vários troféus do Emmy.

 

Apesar de se manter fiel à personalidade do personagem criado por Conan Doyle, a série o situa no momento atual. O Watson da vez (vivido por Martin Freeman) não conta as histórias de Sherlock em livros, revistas e outras publicações, mas mantém um blog.

 

Elogiada e amada por muita gente, a série, no entanto, vem perdendo audiência. A quarta temporada teve números negativos. Isso pode impedir que sejam produzidos novos capítulos. Em entrevistas sobre a nova temporada, Cumberbatch falou sobre a possibilidade do fim, mas evitou ser categórico.

 

“Pode ser o fim de uma era. Parece o fim de uma era, para ser honesto”, disse. A agenda apertada impediria uma volta rápida, garantiu o ator. “Amaria voltar, mas para o futuro próximo tenho outros planos e fizemos algo bem completo. Então, é esperar para ver. A ideia de nunca mais interpretá-lo é realmente irritante”, emendou.

 

No Brasil, a produção é exibida pela TV Cultura. As três primeiras temporadas estão disponíveis também na Netflix.

 

 

O detetive também ganhou várias representações no cinema. A mais recente delas, O jogo de sombras (2011), traz Robert Downey Jr. no papel de Sherlock Holmes. O filme está disponível na Netflix e é continuação de Sherlock Holmes (2009).

 

Dirigidos por Guy Ritchie, os longas apresentam um tom mais voltado para a ação, com perseguições e lutas. Downey Jr. confirmou recentemente que a terceira parte da franquia deve chegar em breve. As filmagens começarão assim que o ator concluir a participação em Vingadores — Guerra infinita, provavelmente o último longa dele com a armadura do Homem de Ferro. 

 

 

Se Sherlock traz o detetive para os tempos atuais sem deturpar tanto a figura criada por Conan Doyle, a série Elementary não se importa em fazer alterações profundas em quase tudo.

 

Para começar, a série não se passa em Londres, mas em Nova York. Holmes até é inglês, mas mudou-se para os Estados Unidos. A aparência do detetive, interpretado por Jonny Lee Miller, também destoa do esperado.

 

Talvez a mudança mais drástica, porém, seja em Watson. O médico criado pelo escritor inglês é uma mulher na série americana. A Dra. Joan Watson é auxiliar do detetive e tem até origem asiática. Lucy Liu interpreta a personagem.

 

Para o protagonista Jonny Lee Miller, a série mantém, apesar das mudanças, o espírito de Holmes. “A principal coisa que o distingue é a relação com Watson. Os livros são escritos a partir da perspectiva dela. É uma relação entre duas pessoas e um estudo de sua amizade. Para mim, esse lado é o mais interessante”, analisou em entrevista sobre a série à imprensa americana.

 

O canal Universal anunciou que transmitirá a 5ª temporada no Brasil.

 

 

A influência de Sherlock Holmes está evidentemente em várias produções da televisão. Praticamente todas as séries de investigação, comoCSI e NCIS, bebem da tradição criada por Conan Doyle de encontrar pelos detalhes a solução de crimes e mistérios complicados.

 

Além das influências mais óbvias, o detetive também aparece, indiretamente, em outras produções. O Dr. House, por exemplo,  é claramente uma versão médica e ainda mais arrogante e ranzinza de Holmes. Na série, que tem o seu nome como título, o médico desvenda mistérios relacionados a doenças. 

 

Três primeiras temporadas disponíveis na Netflix. TV Cultura, sextas às 22h.

Disponível na Netflix.

 

Band. Segunda, terça, quinta e sexta. Nas madrugadas, depois de Os Simpsons.

Universal. De segunda a sexta, às 12h. Domingo, às 13h, 14h e 15h.