A memória que me contam relata com visão sentimental o período da ditadura
Quase 50 anos depois do avanço dos generais, a ex-guerrilheira Ana (Simone Spoladore) está em leito de morte quando os companheiros de luta a visitam
Yale Gontijo
Publicação:14/06/2013 06:00Atualização: 13/06/2013 14:37
Saído da mostra competitiva do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, A memória que me contam é a revisão de um período histórico brasileiro narrado pelo ponto de vista sentimental de quem viveu o período da ditadura militar com intensidade. Quase 50 anos depois do avanço dos generais, a ex-guerrilheira Ana (Simone Spoladore) está em leito de morte quando os companheiros de luta a visitam.
É possível traçar paralelo com o canadense As invasões bárbaras. O filme de Denys Arcand reflete sobre o fim das ideologias dos “ismos” durante reunião de amigos (um deles, também no leito de morte). Invasões não é um filme definitivo e apenas sugere uma substituição de filosofias de vida. No filme brasileiro, duas gerações estão em conflito: ex-guerrilheiros e seus filhos.
Confira o trailer do filme
Simone Spoladore é uma ex-guerrilheira em filme político dirigido por Lúcia Murat
Saído da mostra competitiva do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, A memória que me contam é a revisão de um período histórico brasileiro narrado pelo ponto de vista sentimental de quem viveu o período da ditadura militar com intensidade. Quase 50 anos depois do avanço dos generais, a ex-guerrilheira Ana (Simone Spoladore) está em leito de morte quando os companheiros de luta a visitam.
É possível traçar paralelo com o canadense As invasões bárbaras. O filme de Denys Arcand reflete sobre o fim das ideologias dos “ismos” durante reunião de amigos (um deles, também no leito de morte). Invasões não é um filme definitivo e apenas sugere uma substituição de filosofias de vida. No filme brasileiro, duas gerações estão em conflito: ex-guerrilheiros e seus filhos.
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Por sua vez, há em Memória insistente subordinação da voz dos mais jovens (liberais apenas na cama) a uma pretensa superioridade dos mais vividos, em retrato pouco condizente com acontecimentos recentes, como o Ocuppy Wall Street em 2011 e, mais recentemente, os protestos do Movimento Passe Livre em São Paulo. A memória parece ignorar essas manifestações simplesmente por não existir, nos anos 2000, uma filiação a um mundo dividido em dois. Lúcia Murat, ela própria presa e torturada durante a ditadura, já tratou o tema com contundência em sua filmografia. Mas, desta vez, falta ao alterego da cineasta (Irene Ravache) a leitura abrangente do mundo contemporâneo e inclusão de subtextos importantes para vivenciar um mundo em constantes mudanças. Inclusive, políticas.Confira o trailer do filme