A astúcia e o inesperado são o segredo do sucesso do filme "Truque de Mestre"
Arregimentados num grupo batizado de Quatro Cavaleiros, os ilusionistas Danny, Henley (Isla Fisher), Jack (Dave Franco) e Merritt (Woody Harrelson) fazem desaparecer muitos dos exageros acoplados à trama
Um lema aplicado por Danny (Jesse Eisenberg), personagem da ação Truque de mestre — ao defender que, quanto mais perto de algo estiver, “menos você vê” —, pode ser aplicado ao novo filme de Louis Leterrier (Fúria de titãs, 2010). Com as luzes apagadas e esbaldado em entretenimento, o espectador pode ser ludibriado, sem um distanciamento mais racional. Ponto para Leterrier — com o roteiro desenvolvido por profissionais de As panteras e Fúria de titãs.
Arregimentados num grupo batizado de Quatro Cavaleiros, os ilusionistas Danny, Henley (Isla Fisher), Jack (Dave Franco) e Merritt (Woody Harrelson) fazem desaparecer muitos dos exageros acoplados à trama, que reúne elementos do FBI (Mark Ruffalo, no papel do agente Dylan) e da Interpol (na figura de Alma, a linda Mélanie Laurent). Ambos são acionados depois do roubo a um banco francês, supostamente feito, como num passe de mágica, do palco de uma casa de espetáculos em Las Vegas. Como de praxe, um personagem de Morgan Freeman chama a atenção entre pirotecnias ocas.
Na medida, para além da ação, o roteiro aposta em bons alívios cômicos, como no caso em que um dos mentalistas tira proveito de um adultério (com a finalidade de extorsão) e das implicâncias de Dylan (é hilário o momento em que deixa um recinto, pelo excesso de “franceses numa mesma sala”). Hipnose, um jogo de arrogância e competitividade (no qual fica “o cara mais esperto da sala”) e certa dose de tensão permanente, além do clima de farsa, asseguram a diversão em Truque de mestre. A astúcia e o inesperado (presente na cena das piranhas no tanque cênico) revigoram até as passagens implausíveis da fita.