O impacto e os dramas da eutanásia são tema do longa A bela que dorme
A proposta é organizar uma mirada no valor de grandes instituições, reveladas em microuniversos paralelos
Yale Gontijo
Publicação:09/08/2013 06:02Atualização: 08/08/2013 15:38
A proposta é organizar uma mirada no valor de grandes instituições, reveladas em microuniversos paralelos. As tantas histórias do roteiro são como linhas de pensamento individual. Todas rumam para um centro comum: a decisão do Estado em liberar todos aqueles que pretendem tirar a própria vida ou autorizar a morte de alguém próximo. Com inteligência, o realizador italiano de A hora da religião (2002) e De punhos fechados (1965), Marco Belochio, propõe reflexões sobre instituições escritas com letra maiúscula. A dimensão da eutanásia inserida no cotidiano de cidadãos (pretensos dramas pessoais) é talvez o filme mais político da temporada.
Isabelle Hupert vive a Divina Madre, que tenta manter a filha em coma
Os inúmeros personagens de A bela que dorme acompanham com certa objetividade os desdobramentos do caso real de Eluana Englaro, uma italiana mantida viva por meio de aparelhos durante 18 anos, apesar da luta judicial do pai em abreviar a sobrevida da filha. O impacto do tratamento midiático parece ser recebido em menor escala por personagens ficcionais enquanto a realidade se entranha na ficção. É porque todos exibem opinião fechada sobre o assunto da eutanásia. Dramas em menor escala são apresentados em série.
Saiba mais...
Num jogo sem julgamentos, conheça a personagem de Divina Madre (Isabelle Hupert), ex-diva do teatro, que mantém a bela filha em coma domiciliar na tentativa de congelar a juventude. Aquela ausente do seu reflexo no espelho. Acompanhe as inúmeras tentativas interrompidas da viciada em drogas Rossa (Maya Sansa) de cometer suicídio ou o congressista em debate com a própria filha.A proposta é organizar uma mirada no valor de grandes instituições, reveladas em microuniversos paralelos. As tantas histórias do roteiro são como linhas de pensamento individual. Todas rumam para um centro comum: a decisão do Estado em liberar todos aqueles que pretendem tirar a própria vida ou autorizar a morte de alguém próximo. Com inteligência, o realizador italiano de A hora da religião (2002) e De punhos fechados (1965), Marco Belochio, propõe reflexões sobre instituições escritas com letra maiúscula. A dimensão da eutanásia inserida no cotidiano de cidadãos (pretensos dramas pessoais) é talvez o filme mais político da temporada.
Veja o trailer de A bela que dorme