Romance torrido após os 40 anos marca filme argentino A sorte em suas mãos
Homem redescobre a paixão aos 40 em película do diretor argentino Daniel Burman, com toques de Woody Allen
Ricardo Daehn
Publicação:23/08/2013 06:00Atualização: 23/08/2013 17:55
O cineasta argentino Daniel Burman pode buscar a distância, mas — explicitamente — numa cena de seu novo filme, A sorte em suas mãos, o companheiro de labuta (e de origem judaica) Woody Allen invade parte do cinema que Burman oferta. É o cartaz de Tudo pode dar certo que aparece ao fundo, com o oportuno título em espanhol Que la cosa funcione. Cabe à perfeição para o temor pós-operatório do protagonista, Uriel (o músico Jorge Drexler, em bela estreia como ator), que, com duas flores e um brioche, à mesa de jantar, planifica, para uma pretendente, a atividade da sua próstata.
“Somos outras pessoas”, demarca Glória. O comentário do diretor Daniel Burman parece discordar dela: muitos dos encontros amorosos do casal se dão entre brinquedos esparramados, indícios da maturidade do protagonista. Lidando com matérias brutas da filmografia (O abraço partido, As leis de família e Dois irmãos), nutrida a acaso e paternidade, Burman favorece um enredo versátil na capacidade de identificação e conquista do público. De quebra, há a presença da monumental Norma Aleandro, na pele da mãe de Glória. “Ter filhos te completa”, observa.
Confira o trailer do filme A sorte em suas mãos
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“Meu coração é um tup-perware”, gaba-se Uriel, que tem nos filhos “a única coisa importante e definitiva”. Isso vale até se embrenhar num namoro aos 40. Enquanto dispara da possibilidade de novos filhos, da contração de doenças sexualmente transmissíveis e do surgimento de “loucas” na rotina dele, Uriel, que teme perder a potência ou mesmo a consistência de fluidos, deposita fichas na diversão proporcionada pelo pôquer. Inserida na trama, Glória (Valéria Bertuccelli), uma antiga ficante de Uriel, agora envolvida com um francês intolerante e intratável, parece carente de redenção.“Somos outras pessoas”, demarca Glória. O comentário do diretor Daniel Burman parece discordar dela: muitos dos encontros amorosos do casal se dão entre brinquedos esparramados, indícios da maturidade do protagonista. Lidando com matérias brutas da filmografia (O abraço partido, As leis de família e Dois irmãos), nutrida a acaso e paternidade, Burman favorece um enredo versátil na capacidade de identificação e conquista do público. De quebra, há a presença da monumental Norma Aleandro, na pele da mãe de Glória. “Ter filhos te completa”, observa.
Confira o trailer do filme A sorte em suas mãos