Provocações e agressividades fortuitas marcam o longa No lugar errado
No lugar errado se vale de uma proposta pouco acertada: na base da ousadia, quatro diretores moldam uma linguagem que vagueia e rende repuxões entre cinema e teatro
Ricardo Daehn
Publicação:30/08/2013 06:03Atualização: 29/08/2013 18:12
Ao notar a trama de No lugar errado, o espectador terá a certeza de já ter visto o filme antes. Num ambiente de provocações, agressividades fortuitas partem em dose dupla: pares de casais se engalfinham, sem direito à trégua. O clima de Quem tem medo de Virginia Woolf? não demora a ser desfeito, uma vez que os modernosos personagens, em caseira balada de Brasília, se revelam bastante indefinidos, em meio a ações desconexas. No lugar errado se vale de uma proposta pouco acertada: na base da ousadia, quatro diretores (Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti) moldam uma linguagem que vagueia e rende repuxões entre cinema e teatro.
Veja o trailer do filme "No lugar errado"
Uma das muitas brigas de casais em No lugar errado: filme baseado no teatro
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Nada convencional, tal como no fraco longa Os monstros, a mesma trupe de cineastas do premiado Estrada para Ythaca embarca numa adaptação derivada do Grupo Experimental Desvio (encabeçado por Rodrigo Fischer, diretor de Sexton, peça integrada ao Cena Contemporânea 2013). Autor da peça Eutro, Fischer assume o papel de Fred, num quadrilátero, por vezes, odioso, complementado por Cla (Súlian Princivalli), Beto (Márcio Minervino) e Nanda (Micheli Santini). Entre muitos desencontros (na trama e na tela), se não há fogo, a fumaça da vitalidade, ao menos, fica acusada. Um promissor ensaio. Veja o trailer do filme "No lugar errado"