Construção de herói semelhante a vilão é pano de fundo do longa Jobs
Com o galã Ashton Kutcher como Steve Jobs, filme estreia nesta sexta-feira (6/9) e conta a história do criador do iPhone e do iPad sem esconder seus defeitos
Yale Gontijo
Publicação:06/09/2013 06:00Atualização: 06/09/2013 09:50
Um filme construído à imagem e semelhança dos ideais de seu biografado. Jobs é dedicado ao design, ao desenho de Steve Jobs, o criador de um dos negócios mais lucrativos e revolucionários do século 20. Nossa introdução ao personagem é o encontro com um ex-aluno descalço, sem banho, vagabundando pelo câmpus da Reed College, tentando encontrar uma vocação possível de abarcar sua ideia de beleza, pautada pela união de belas formas e alta tecnologia. Budista e adepto de um estilo de vida simples, a natureza parece realmente comovê-lo e inspirá-lo, mas o crescimento do mercado de computadores acaba selando o destino do criador da Apple Computer Inc.
Hoje, o conceito parece banal, mas, nas garagens do Vale do Silício, no período em que as disputas pelo desenvolvimento de sistemas desse tipo é feita de suor, sangue e muito cérebro, o desenvolvimento do recurso poderia significar uma mudança na história da computação. Jobs reconheceu o alcance da criação do amigo imediatamente e se ofereceu para comercializá-lo.
O grande mérito dessa biografia é não esconder a ascensão de Jobs — encostada no talento dos outros, além do temperamento difícil e do tratamento cruel e desumano destinado a seus colaboradores. A construção de um herói, mais parecido a um vilão, foi interpretada com entrega pelo ator Ashton Kutcher. Mas o esmero da produção em “construir” visualmente seu protagonista nos lembra da filosofia de seu biografado, que acreditava no investimento em estética e funcionalidade, apresentadas de forma única e insubstituível — como se pode ver nos produtos da Apple, bonitos, desejados e caros.
Assista o trailer do filme Jobs
Jobs estreia nesta sexta-feira (6/9)
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Foi o amigo do colegial, o engenheiro Steve Wozniak (Josh Gad)quem teve a ideia de juntar o monitor, o teclado e o processador de um computador pessoal com um sistema integrado e ideal para servir aos interesses de empresas e, mais tarde, invadir as casas de cidadãos comuns. Para se ter uma ideia — nesta espécie de idade média da informática — era a primeira vez que as palavras digitadas em um teclado podiam ser vistas em tempo real pelo digitador. Hoje, o conceito parece banal, mas, nas garagens do Vale do Silício, no período em que as disputas pelo desenvolvimento de sistemas desse tipo é feita de suor, sangue e muito cérebro, o desenvolvimento do recurso poderia significar uma mudança na história da computação. Jobs reconheceu o alcance da criação do amigo imediatamente e se ofereceu para comercializá-lo.
O grande mérito dessa biografia é não esconder a ascensão de Jobs — encostada no talento dos outros, além do temperamento difícil e do tratamento cruel e desumano destinado a seus colaboradores. A construção de um herói, mais parecido a um vilão, foi interpretada com entrega pelo ator Ashton Kutcher. Mas o esmero da produção em “construir” visualmente seu protagonista nos lembra da filosofia de seu biografado, que acreditava no investimento em estética e funcionalidade, apresentadas de forma única e insubstituível — como se pode ver nos produtos da Apple, bonitos, desejados e caros.
Assista o trailer do filme Jobs
Jobs estreia nesta sexta-feira (6/9)
(EUA, 2013, drama, 127min; não recomendado para menores de 12 anos)
Em cartaz nos cinemas: Arcoplex Águas Claras 3, às 14h, 16h30, 19h e 21h30. Cine Cultura Liberty Mall 1, às 14h30, 16h50, 19h10 e 21h15. Cinemark Iguatemi 5, às 12h50, 15h40, 18h30 e 21h20. Cinemark Pier 5, às 12h55, 15h40, 18h40 e 21h40. Espaço Itaú CasaPark 7, às 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40. Kinoplex Boulevard 4, às 15h30, 18h20 e 21h10. Kinoplex ParkShopping 6 (Platinum), às 13h20, 16h, 18h40 e 21h20. Terraço Shopping 5, às 15h40, 18h20 e 21h10.