"Diana" mostra uma princesa apaixonada, mas não convence a crítica
O diretor alemão Oliver Hirschbiegel se concentrou nos últimos dois anos de vida de Lady Di, na suposta "história de amor" secreta com o cirurgião paquistanês Hasnat Khan
Paris - Dezesseis anos depois de sua trágica morte, a princesa Diana, uma das mulheres mais famosas do mundo, adorada pelos britânicos, volta à vida interpretada por Naomi Watts em um filme que teve recepção fria por parte da crítica.
O título sóbrio, "Diana", provoca uma confusão: o espectador pode imaginar que se trata de mais uma "biopic", ou filme biográfico. Mas o filme está longe de ser uma biografia convencional sobre a curta e turbulenta vida de Diana Spencer, que virou a princesa de Gales, a infeliz esposa do príncipe Charles, radiante mãe de William e Harry, fonte de dores de cabeça para a família real e alvo predileto dos paparazzi.
O diretor alemão Oliver Hirschbiegel se concentrou nos últimos dois anos de vida de Lady Di, mais especificamente na suposta "história de amor" secreta com o cirurgião paquistanês Hasnat Khan, interpretado por Naveen Andrews (da série "Lost").
Ao mesmo tempo, o polêmico "affaire" com o egípcio Dodi Al-Fayed (interpretado por Cas Anvar) é apresentado como pouco sério. O filme, que estreia no Brasil em 25 de outubro, foi recebido de maneira fria na Grã-Bretanha. Para o jornal The Guardian, "a verdade é que 16 anos depois daquele dia terrível de 1997, ela voltou a ter outra morte espantosa. Será que este filme faz parte de um complô do MI5 para manchar seu nome e fazê-la parecer de plástico e absurda?" Segundo o Daily Mail, "o filme não é ordinário nem sensacionalista, como alguém poderia temer. Nunca chega a ser emocionante, nem desperta o menor interesse. Não é nem sequer agradavelmente ruim".
O roteirista Stephen Jeffreys se inspirou sobretudo no best-seller de Kate Snell - que foi consultora do filme -, "Diana: Her Last Love", publicado em 2001. "Com certeza liberamos a imaginação, mas buscamos nos aproximar do que pensamos que era seu estado de espírito", disse o produtor, Robert Bernstein. Em 1o. de setembro de 1995, a princesa de Gales e o médico Hasnat Khan foram apresentados por Oonagh Toffolo (Geraldine James), amiga de Diana, no Royal Brompton Hospital de Londres.
![(AFP PHOTO/CARL COURT/MARK CARDWELL ) (AFP PHOTO/CARL COURT/MARK CARDWELL )](http://imgsapp.df.divirtasemais.com.br/app/noticia_133890394703/2013/09/18/144200/20130918122508917579u.jpg)
Já separada oficialmente de Charles (o divórcio seria pronunciado oficialmente no ano seguinte), Diana se apaixona pelo cardiologista. "Não me trata como uma princesa", comenta Diana no filme. O caso se torna impossível entre uma princesa em crise, às vezes torpe ou manipuladora, e um cirurgião que não aspira mais que exercer de maneira tranquila sua profissão. "Nunca seremos um casal normal", comenta o médico.
Hasnat Khan, que hoje tem 54 anos, nunca confirmou o relacionamento com Diana e declarou à imprensa britânica que o filme era baseado em "boatos" e parecia "totalmente falso". Os produtores admitiram que nunca o consultaram. Considerando uma enorme pressão o fato de interpretar um ícone como Diana, Naomi Watts, atriz australiana de origem britânica, afirmou que hesitou antes de aceitar o papel. Perucas, nariz falso, vestidos de Diana copiados ou até mesmo emprestados: a atriz tentou entrar na pele da princesa, estudando sua forma de falar, a postura e o olhar.
Em 31 de agosto de 1997, Diana morreu aos 36 anos em um acidente de automóvel em Paris, ao lado de Dodi Al-Fayed. A estreia do filme foi precedida por novas especulações sobre a tragédia, que continua alimentando teorias da conspiração, segundo as quais a princesa teria sido assassinada por um membro das Forças Armadas britânicas.
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