Stéphane Brizé aposta em sentimentalismo no filme Uma primavera com minha mãe
No longa, a idosa Yvette tem desejos de apressar a morte, depois de um diagnóstico desesperador
Há quatro anos, o diretor francês Stéphane Brizé, com o longa-metragem Mademoiselle Chambon, demonstrou potencial. No filme, uma professora solitária se via inesperadamente envolvida pelo pai de um dos alunos. Sem muitos malabarismos e distante do experimental, Brizé contava, em tom despojado, história com começo, meio e fim.
Ainda mais seco do que em Mademoiselle, em Uma primavera com minha mãe, a diretora aposta num enredo com ampla vocação sentimentaloide: a idosa Yvette tem desejos de apressar a morte, depois de um diagnóstico desesperador. Em sua companhia, o filho Alain (Vincent Lindon) poderia se mostrar mais integrado, mas a verdade é que, com passado bem obscuro, o quarentão tem a presença materna como ônus do benefício de uma casa sem cobrança de aluguel. O previsível caminho do dramalhão, entretanto, é contornado.